Origem: Livro: Breves Meditações sobre os Salmos

Salmo 136

Este Salmo tem o mesmo caráter geral. Ainda está anexado, sem nenhum título novo, ao Salmo 134, como já observamos que o Salmo 135 também está.

É um Salmo que desperta pensamentos particularmente felizes. Ele nos fala, e ecoa repetidas vezes, a alegria e o cântico que estão preparados para a eternidade.

Os Judeus dizem que estão preparados para os dias do Messias, o que significa, em seus pensamentos, os dias do reino. E certamente é assim. É um hino nacional milenar no qual, ao ser revisto, tudo é encontrado para despertar a gratidão da nação.

Em contraste, observamos que este Salmo vê misericórdia onde o Salmo 135 viu glória. A criação dos céus e seus acontecimentos diários, os divinos tratamentos com o Egito, com os amorreus, com Basã e com os cananeus, todos eles declararam o nome ou a glória de Deus, e atraíram louvor (Salmo 135); mas agora as mesmas coisas são celebradas como a publicação de Sua misericórdia, que despertam ações de graças (Salmo 136). E isso é assim. Os mesmos caminhos e obras do Senhor publicam tanto Seu nome quanto Sua misericórdia, Sua glória e Sua graça. Com a mesma clareza e certeza eles honram a Ele próprio e abençoam Seu povo. E assim, eles são o tema tanto de louvor quanto de ações de graça de Seus santos. O louvor primeiro abre os lábios (Salmo 135) e, em seguida, as ações de graças (Salmo 136). Pois é para o nome ou a glória de Deus, como refletidos em Suas obras, que eles primeiro olham, e depois para suas próprias bênçãos ou proveito dessas obras. Seu Nome permanece perpetuamente (Sl 135:13) e Sua misericórdia também (Salmo 136 – ARA).

E, com certeza, Deus uniu Seu louvor e nossa bênção em todos os conselhos e obras que Ele formou e executou. E tal coisa é digna d’Ele. No jardim do Éden, ou na criação, Ele proveu para Sua própria honra e para a felicidade de Sua criatura. Em Canaã, ou no assentamento de Israel, ainda era o mesmo; o santuário, erguido no meio da terra e do povo, testemunhava o serviço constante de Deus e da congregação; o mesmo altar encontrando o que Lhe era devido como o Senhor do Templo, e as necessidades deles como pecadores, dia após dia. Então, no nascimento do Senhor Jesus, a palavra dos anjos era esta: “Glória a Deus nas alturas e paz na Terra”. E na mesma graça e sabedoria imutáveis, quando no final a Santa Cidade descer do céu, trará consigo “a glória de Deus” e “a árvore da vida” – testemunhará a honra de Deus e a saúde e felicidade da criatura. Assim, do começo ao fim, em cada cena e dispensação da energia divina, vemos essas duas coisas unidas, como esses dois Salmos em sua ordem celebram.

Mas, a propósito: o tema deste Salmo muito alegre foi chamado de coro Judaico – “porque a Sua benignidade [misericórdia – ARA] dura para sempre”. Foi ouvido em Jerusalém nos dias de Salomão (2 Crônicas 5), pois aqueles eram, em figura, os dias da glória. E isso foi ouvido antes, quando Davi trouxe a Arca para o seu lugar (1 Crônicas 16). E depois, quando os cativos que voltaram estavam lançando os alicerces do segundo templo (Esdras 3). Pois essas ocasiões também tinham sabor do reino ou da alegria da nação. E aqui este Salmo ou coro nacional é cantado, enquanto os cativos completam sua jornada e permanecem na cidade santa novamente. E será elevado com uma alegria ainda mais sublime, quando Israel aprender “os cânticos de Sião”, nos dias do reino.

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