Origem: Livro: Breves Meditações sobre os Salmos

Salmo 142

Este Salmo, em suas concepções, parece ter sido também o clamor de Davi no dia de sua deserção. As visitas de Jônatas (1 Sm 20, 23) foram promessas muito felizes para sua alma de que, no devido tempo, os justos (como este Salmo fala no v. 7) o rodeariam. Também pode ter sido a reflexão da alma de Jesus em uma hora como a do Getsêmani, quando Ele estava lembrando a opressão de Seu espírito e antecipando a subsequente deserção de Seus discípulos (Mt 26:42, 56). Em sua aplicação, também, como notei acima, pode muito bem se adequar à alma de qualquer santo tentado dessa maneira; como Paulo que poderia ter encontrado uma expressão para seu coração aqui, nas circunstâncias de 2 Timóteo 4:16-17.

Mas ainda mais precisamente esta é a linguagem do Israel de Deus, ao entrar no sentido de sua condição em que eles devem estar, exatamente na véspera de sua libertação. Pois então o Senhor os verá como abandonados e sem amigos, sem um olhar de compaixão, sem mãos que salvem, a não ser as d’Ele (Dt 32:36; Is 59:16); e nessa condição, Ele mesmo despertará por eles. E neste pequeno e comovente Salmo, eles entendem e se solidarizam com isso; estão sentindo aquele estado de coisas que o Senhor, em outras passagens, diz ver e aliviar. E posso observar outra empatia como essa no Salmo 140; pois sua linguagem no versículo 8 está de acordo com os pensamentos do próprio Senhor em Deuteronômio 32:27. Isso pode ser notado por nossa alma com grande interesse – o Espírito formando experiências nos santos em companhia com a mente de Deus.

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