Origem: Livro: Breves Meditações sobre os Salmos
Salmo 147
Este Salmo constitui outro dos louvores preparados para o reino. “O instrumento”, como alguém expressou, “está afinado aqui à porta”. Ele é mais abrangente do que o Salmo anterior, celebrando o louvor do Senhor em todas as Suas altas e santas honras – em Seu poder e conhecimento, na criação e providência, em Israel, na graça e no juízo – como Alguém que, embora tão elevado que conta e nomeia as estrelas, ainda ouve o clamor dos jovens corvos. E o Deus dos céus e da Terra é o Deus de Israel. Aquele que faz a Sua vontade em todo o universo dá paz e abundância a Israel. Sião é, portanto, especialmente convocada a se juntar a esse louvor, pois Deus Se tornou especialmente seu Deus; e aqueles que foram muito perdoados e muito abençoados devem amar muito e louvar muito.
E como o Salmo anterior mostrou como Deus recebeu louvor por Seus atos de graça e redenção, além de tudo o que Seus atos de criação Lhe trouxeram, aqui vemos que os mesmos atos de graça e redenção Lhe trazem mais prazer do que os outros. Não é “a força do cavalo” ou “as pernas do homem” (TB), que são agora o deleite divino, embora elas mostrem Sua obra; mas “O SENHOR agrada-Se dos que O temem e dos que esperam na Sua misericórdia”.
Nada gratifica o amor (podemos, a partir disso, dizer) como usá-lo. O amor não age para ser admirado, mas para ser usado. Nada satisfaz tanto o coração de Jesus do que extrair para si mesmo d’Ele e confiar n’Ele. A mulher de Samaria O revigorou muito mais indo embora com um coração transbordando de água do Seu poço, do que se tivesse dado a Ele de seu cântaro (embora Ele precisasse). Pois isso permitiu que Ele dissesse: “Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis”. Este era Jesus na Terra, Este é Deus no céu. E Israel Lhe dará esse prazer em breve, como agora todo pobre pecador que sabe que o sangue de Cristo e a justiça de Deus são suas preciosas propriedades e, portanto, as toma, e todas as coisas com elas, como o dom da graça, com confiança e alegria de coração.
NOTA: A Septuaginta divide este Salmo em dois, começando um novo no v. 12 (veja a nota do Salmo 10).
