Origem: Livro: Os Patriarcas
O princípio do governo
No entanto, ainda mais – pois nesta bênção encontramos Noé com a espada da justiça na sua mão. Seu semelhante deveria ser protegido e vingado. A pessoa do homem era sagrada; e sua vida ou sangue, se derramado por homem ou animal, seria requerido. “E certamente requererei o vosso sangue, o sangue da vossa vida; da mão de todo animal o requererei, como também da mão do homem e da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem. Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado” (Foi dito com razão por outro, que o princípio do governo foi representado em Noé; que Adão foi o cabeça representativo da criação, e que Noé é o mesmo agora do governo. E não duvido que, após a dispersão judicial a partir de Babel, as nações tornaram-se associações nas quais Deus ainda reconhecia a espada da justiça e a sede do governo, que, portanto, ainda devem ser exercidas e ainda devem ser reconhecidas e reverenciadas zelosamente).
Quem não aprova isso instintivamente? Tudo o que sentimos julga a adequação de tratar assim a pessoa do homem como sagrada. Embora todas as outras criaturas viventes fossem submetidas ao uso do homem, seu próximo deveria ser sagrado aos seus olhos.
Aprovamos isso instintivamente. Mas esta Escritura explica esse instinto. A razão está aqui: “porque Deus fez o homem conforme a Sua imagem”. Há uma dignidade no homem que lhe é inteiramente própria. Ele é o cabeça natural da criação. O homem é o possuidor e governador, e não parte da herança transmitida, ou do domínio delegado. Ele é o receptor e não alguém sujeitado à concessão divina. O veredicto instintivo de nosso próprio coração é, portanto, divinamente explicado.
