Origem: Livro: Os Patriarcas
O Deus da graça e da salvação
Isto é certamente cheio de beleza e significado, posso dizer novamente. Há misericórdia e bênção aqui, mas também há humilhação. Israel havia perdido o poder do nome de Deus, e Jacó deve agora aprender que havia perdido também a honra de seu próprio nome. Mas tudo lhe será devolvido. “Deus Todo-Poderoso”, “Israel” e “Betel” são revelados novamente, neste momento de avivamento.
Deus deve ser adorado como o Deus da salvação. Com certeza Ele deve fazê-lo, num mundo como este. Tal adoração é a única adoração “em verdade” (Jo 4:23). Em Levítico 17 e em Deuteronômio 12 o zelo divino em relação a isso é fortemente expresso. É como “Salvador”, que Ele registra Seu nome em uma cena de pecado e morte. Como Ele diz por Seu profeta: “Não há outro Deus senão Eu; Deus Justo e Salvador, não há fora de Mim” (Is 45:21). Esta é a revelação d’Ele; e nisso toda adoração se baseia. Nisto Ele registra Seu nome, e ali está Sua casa de louvor. Em Betel, Deus registrou Seu nome desta forma, e ali estava Sua casa, e ali Jacó agora traz seus sacrifícios. Ele levanta seu altar e o chama de El-Betel. Para Jacó, esse era o tabernáculo do deserto, ou o templo no Monte Moriá, o templo na eira de Ornã. E isso era infinitamente aceitável, e Deus deu testemunho fervoroso e imediato de tal aceitabilidade; pois Ele apareceu-lhe imediatamente no altar ali, e o abençoou, e disse: “não se chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel será o teu nome. E (Ele) chamou o seu nome Israel. Disse-lhe mais Deus: Eu Sou o Deus Todo-poderoso; frutifica e multiplica-te; uma nação e multidão de nações sairão de ti, e reis procederão de ti. E te darei a ti a terra que tenho dado a Abraão e a Isaque e à tua semente depois de ti darei a terra. E Deus subiu dele, do lugar onde falara com ele”.
Esta foi a expressão da aceitação divina e deleite no altar de Jacó em Betel. Isto foi como a glória enchendo o tabernáculo em Êxodo 40, e novamente enchendo o templo em 2 Crônicas 5. Este era o Deus da graça e da salvação com anseio ocupando a casa e aceitando a adoração que um pobre pecador, que havia provado da graça abundante, havia levantado e oferecido a Ele. Nada pode exceder o interesse de tal momento. Salomão sentiu o poder de tal momento; pois ao ver a glória encher a casa que ele construiu, ele expressa seu coração nestas palavras admiráveis: “O SENHOR tem dito que habitaria nas [densas – JND] trevas. E eu Te tenho edificado uma casa para morada e um lugar para a Tua eterna habitação”. O templo, onde a misericórdia triunfa sobre o juízo, tinha poder para fazer o Senhor Deus sair das densas trevas, o retiro da justiça, para o meio de Seu povo adorador.
O que poderia exceder isso? E, nos dias patriarcais, isto foi visto neste altar ou templo em Betel. A glória estava lá. O Senhor apareceu ali e falou ali com Jacó, como depois com Salomão. Luz era como a eira de Ornã, e cada uma delas se tornou a casa de Deus. E Jacó chamou o lugar, pela segunda vez, de Betel, mas sem nenhuma das apreensões que mancharam seu espírito quando ele esteve lá pela primeira vez. Ele está agora no espírito de Salomão diante da glória no templo, conhecendo o retorno de Deus para ele e Sua proximidade e presença com ele.
