Origem: Livro: Os Patriarcas

Parte 4 – O direito de primogenitura (Gn 48-50)

Esta é mais, posso dizer, um apêndice à história, do que a quarta parte dela. É composta de algumas ações isoladas nos últimos dias de José.

A primeira coisa, porém, que obtemos está relacionada com o que vimos ser a característica da própria história. O capítulo 48, que abre esta quarta parte, mostra-nos a concessão do direito de primogenitura a José; e o direito de primogenitura e a herança são, em certo sentido, um só.

Em Israel, ou sob a lei, o direito de primogenitura trazia a porção dobrada. O primogênito teria uma participação dupla nos bens do pai; e a lei determinava que este deveria ser seu por um título irrevogável, um título que não deveria ser contestado. A porção dobrada não deveria ser dada a nenhum outro filho da família por qualquer motivo de afeição pessoal ou parcialidade (Dt 21:15-17).

Mas embora fosse assim, o direito de primogenitura poderia ter sido vendido ou perdido pelo próprio primogênito. Seus próprios atos poderiam aliená-lo, embora as parcialidades ou preconceitos de seu pai não pudessem ser transferidos. E descobrimos que foi esse o caso. Esaú o vendeu e Rúben o perdeu (Gn 25; 1 Cr 5). No caso da venda por Esaú, Jacó que o comprou, é claro, tinha o título sobre o direito. A oferta e a venda tornaram o direito de primogenitura dele. Isso está claro. Mas no caso de ter sido perdido por Rúben, quem deverá tomá-lo? Ele se reverteu para o pai; mas a qual dos filhos ele o conferiria? Essa foi uma pergunta, e é a essa pergunta que este capítulo responde. Apresenta-nos a solenidade do velho pai, Jacó à morte, investindo José com o direito de primogenitura que Rúben, seu primogênito, havia perdido.

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