Origem: Livro: Princípios da Guerra Espiritual

Vitória- Josué 5:13-15; Josué 6

“Pela fé, caíram os muros de Jericó, sendo rodeados durante sete dias” (Hb 11:30).

Muito tinha que ser feito por Israel antes que Deus pudesse usá-los como Seu exército, como a passagem do Jordão – a circuncisão e Gilgal – a Páscoa e o trigo da terra do ano antecedente – testemunharam um por um. O povo agora sai para a guerra. Toda a terra foi dada a eles, mas sob a condição expressa de conquistar cada palmo dela, portanto, sua responsabilidade de entrar na plenitude de sua bênção não cessaria até que todo inimigo em Canaã, todo gigante e toda cidade murada fossem subjugados. Somente quando tudo isso fosse feito eles poderiam se assentar e descansar.

Josué, recém-saído das festas da Páscoa e das primícias, aproxima-se de Jericó e vê o Príncipe (ou Capitão) do exército do Senhor, “que tinha na mão uma espada nua”, e, adorando a Seus pés, ouve que a cidade, seu povo e seu rei foram entregues nas mãos de Israel, e também aprende quais armas devem ser usadas na guerra.

Deve-se notar que Josué 6:1 é um parêntesis, ocorrendo no meio das palavras do Príncipe do exército do Senhor, que marca o espírito endurecido e desafiador de Jericó; “Jericó cerrou-se e estava cerrada nenhum saía nem entrava”. Eles não creram (veja Hb 11:31). Esta descrição é, infelizmente, muito verdadeira para o espírito que agora governa o mundo. Estamos então, dia a dia, tomando nossa marcha de fé, por mais desprezível que pareça aos olhos dos homens mundanos, ou não estamos? Estamos entre a companhia desprezível que sopra as trombetas de chifres de carneiros, ou estamos entre os escarnecedores sobre os altos muros da cidade da destruição?

Jericó é o mundo em figura. O Egito também é uma figura do mundo, mas como a “casa da servidão”, da qual Deus liberta o pecador pelo sangue do Cordeiro. Jericó é o mundo como a cidade da destruição para a qual, como um soldado de Cristo, e no poder da ressurreição de Cristo, o crente vem para conquistar.

O Senhor havia prometido que Israel seria vitorioso. Sua arma de guerra era a fé. “Pela fé, caíram os muros de Jericó”. A fé se apodera de Sua força com Quem todas as coisas são possíveis, e assim “tudo é possível ao que crê”. Se as cidades são “muradas até o céu”, Deus Se assenta no trono do céu. Se os antagonistas do crente são “os príncipes das trevas deste século [deste mundo – ARA], o Senhor de tudo é sua força. Portanto, quaisquer que sejam os inimigos, como eles são menos que nada diante de um Deus Todo-Poderoso, o soldado de Cristo, se agindo em confiança no Senhor, avança em plena certeza contra eles; “Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé”: A mão de Deus não é encurtada, e Ele responde à oração por Seu povo agora tão poderosamente quanto quando, de acordo com a fé de Israel, os muros de Jericó caíram: e aqueles que contam com Ele para tudo, provam por suas vitórias frequentes, quão agradável é a Deus quando Seu povo deposita sua confiança n’Ele. “Maior é o que está em vós do que o que está no mundo”.

Josué deu ordens apenas para o dia, embora o Senhor tivesse designado sete dias para a obra de fé de Israel. No primeiro dia, ele disse: “Rodeareis a cidadeuma vez”, e assim o que ocupou a mente deles foi a vitória final prometida pelo Senhor, e não a marcha do próprio dia. Deixemos os resultados com Deus. Se estivermos ocupados com os resultados presentes da obra que nosso Deus nos designou, a fé dificilmente estará em exercício. O clímax da obra de fé do crente, e o fim para o qual devemos olhar, é a vitória final – o dia de Jesus Cristo.

Israel teve que aprender paciência também em sua obra de fé, pois eles tiveram que marchar sete dias ao redor de Jericó, e no sétimo dia sete vezes. Se eles não tivessem marchado persistentemente, o muro de Jericó não teria caído. E há uma provação de fé sétupla, perfeita, para o soldado de Cristo em seu caminho de obediência. E o Senhor frequentemente faz Seu povo passar pela disciplina da expectativa, como fez com Israel, para que Ele possa trazer à tona as qualidades de soldado neles. “A prova da vossa fé produz a paciência”.

Além da fé inabalável e da paciência de Israel, havia diligência: “Josué se levantou de madrugada”, e, no sétimo dia, “ao sétimo dia, madrugaram ao subir da alva”. A fé genuína, enquanto repousa calmamente em Deus, nunca é ociosa. Quanto maior a fé do soldado de Cristo, mais vigorosa sua energia no trabalho de seu Capitão. Mas vamos prestar atenção à ordem divina; fé primeiro, energia depois. Infelizmente, a ordem é frequentemente invertida. Em tal energia, o “eu” é a fonte de força, e Deus é deixado de fora. A fé conecta nossa alma com Deus, e não podemos exercitar a fé a menos que estejamos em comunhão com Ele. Ela extrai toda a força d’Ele. É um princípio ativo e vigoroso, que nunca perde de vista seu objetivo, mas, ao mesmo tempo, é paciente.

Obedientes à palavra de Josué, “Não gritareis, nem fareis ouvir a vossa voz, nem sairá palavra alguma da vossa boca, até ao dia em que eu vos diga: Gritai! Então, gritareis”; Israel marchou ao redor de Jericó, e por sua ação expressou a obediência do coração deles. A mente de Deus deve ser legível na vida dos de Seu povo agora. Uma vida Cristã é mais convincente do que sermões ou livros. E neste testemunho, tanto o recém-convertido quanto o pai em Cristo têm parte. Que ninguém diga que é muito fraco, mas que aprenda sobre o exército de Israel, onde não apenas os “homens de guerra”, mas também “o exército reunido”“a retaguarda” – foram ordenados a rodear a cidade.

O resultado certo da fé em Deus é a vitória. À medida que as trombetas soavam continuamente, era como se Israel fosse proclamado conquistador, ou melhor, como proclamassem o triunfo que se aproximava. É verdade que o dia do jubileu ocorreu apenas muitos anos após a queda de Jericó, mas as trombetas usadas na ocasião tiveram seu significado, soando a fé triunfante diante da desafiadora Jericó. O soldado de Cristo tem um cântico de vitória agora mesmo – antecipando seu jubileu – e o Senhor nas alturas ama ouvi-lo cantado. Não deveríamos ficar atrás dos nobres homens de fé de tempos passados, pois sabemos que tudo o que se opõe a si mesmo – tudo o que isola Cristo do mundo, o poder do deus e rei deste mundo, tudo, será submetido ao nosso Senhor. Se colocássemos nosso cântico e nosso louvor, por assim dizer, à frente, como fez Israel; se disséssemos ao nosso coração: “Crede no SENHOR, vosso Deus, e estareis seguros [estabelecidos – TB], nos regozijaríamos sobre mais inimigos do que fazemos agora. A simples confiança no Senhor começa e termina o conflito com ações de graças; e se percebermos que Cristo está conosco, como Israel carregou a arca em sua frente, aí haverá louvor. Quem dera que o exército do Senhor agora apresentasse uma unidade gloriosa de fé, paciência, diligência, obediência e triunfo, como o fez o povo de Israel ao cercar Jericó! Que cada crente, na perspectiva do dia vindouro, pudesse obedecer à ordem de seu Capitão e subir, seja o caminho áspero ou suave, “cada um para o lugar que lhe ficar defronte” (TB)!

Esta palavra, “cada um para o lugar que lhe ficar defronte”, é particularmente adequada aos nossos dias, quando os homens seguem os passos uns dos outros, quando a nobreza da individualidade está tão ausente, e quando poucos ousam desafiar o escárnio de serem peculiares em obedecer à Palavra de Deus.

Que nunca nos esqueçamos de que este mundo é a Cidade da Destruição e, lembrando-nos disso, demos toda a atenção ao aviso solene contido na maldição de Josué sobre aquele que reconstruísse Jericó!

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