Origem: Livro: Princípios da Guerra Espiritual

Adoração- Josué 18:1

“Deus é Espírito, e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade” (Jo 4:24).

Depois que essas tribos receberam sua porção, todo o Israel se reuniu em Siló. E “a terra foi sujeita diante deles”. Siló significa descanso ou paz, ali eles “armaram a tenda [o tabernáculo – KJV] da congregação”. Siló é doravante o centro de Israel. O tabernáculo era de Deus, e Israel, sendo o povo de Deus, era “o tabernáculo da congregação” (KJV).

Até que o crente tenha paz divinamente dada, ele não pode adorar em espírito e em verdade. Se a consciência da carga do pecado curva uma alma, não há capacidade de cantar o cântico de louvor “Àquele que nos ama, e em Seu sangue nos lavou dos nossos pecados”. E embora o crente possa ter certeza de sua aceitação no Amado, e conhecer o perdão dos pecados, ainda assim, se sua consciência o acusar por transgressão não confessada, até que seja restaurado à comunhão com Deus, ele não pode adorá-Lo. É quando em descanso na obra consumada de Cristo na cruz, e em descanso em Sua santa presença, que o crente, em espírito e verdade, adora o Pai.

Jeová havia dado a Israel vitória e possessões, “a terra foi sujeita diante deles”. Se eles não tivessem conquistado seus inimigos e recebido sua herança, eles teriam exigido a promessa de vitória de Jeová em vez de estarem em liberdade para se reunirem ao redor de Seu tabernáculo. Se estamos pedindo a Deus para nos abençoar, não estamos adorando-O naquele momento, pois orar é buscar benefícios de Deus; nem ouvir sobre Sua graça é adorá-Lo, pois isso é aprender sobre Sua bondade; no entanto, tanto a oração quanto a pregação podem e devem levar a alma à adoração. O coração do adorador é um vaso cheio por Deus e transbordando de ações de graças; um coração que, sem falta de nada, se deleita n’Aquele que o enriqueceu. Adoração é bendizer o próprio Doador dos dons, e não apenas pelos dons que Ele concede.

Em Siló havia um altar e um tabernáculo; este era o centro de Israel, e ao redor deste centro divinamente designado, o círculo das doze tribos foi desenhado. A largura do círculo seria de acordo com a multidão dos filhos de Israel, o centro nunca poderia variar. Para lá se voltaria cada coração fiel da vasta congregação, assim como cada bússola aponta para o único ponto de atração comum. Cristo é o centro de Deus para Seu povo, e ao redor d’Ele está o círculo de Seus redimidos. “A Ele se congregarão os povos” (Gn 49:10). Somente Cristo é o Objeto da adoração de cada coração. Deus não deu nenhum outro ponto de atração para Seu povo. Cristo será o centro na glória, e mesmo agora sobre a Terra, apesar de todas as divisões de língua e raça, sim, e de credos e doutrinas, somente Jesus é o centro para Seu povo.

O tabernáculo de Israel era a herança comum da nação. O chefe dos pais e o mais humilde do povo adoravam ali como um só povo, pois eles eram o único povo de Jeová, e Ele habitava entre eles. Era como um corpo, portanto, e não simplesmente como indivíduos, que Israel adorava em Siló, toda a congregação do Senhor olhando para o tabernáculo do Senhor.

Não poderia haver associação divinamente reconhecida da tribo exceto onde a glória de Deus estivesse – em Siló. A verdadeira associação do povo de Deus sempre tem a presença de Deus nela; é comunhão de coração e propósito na luz de Deus. “Se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros” (1 Jo 1:7). Cristo é o único centro de verdadeira comunhão, e não pode haver verdadeira comunhão entre aqueles que estão unidos a Ele e uns aos outros, a menos que isso seja reconhecido na prática. Os Cristãos são agora o círculo de Deus sobre a Terra do qual Cristo é o centro. Deus fez deles, embora muitos, um corpo por Seu Espírito que habita neles, e esta unidade nenhum poder pode perturbar; mas, apesar da perfeição da unidade do Corpo, a menos que Cristo seja o primeiro no coração dos de Seu povo, a unidade não será manifesta.

Nos dias de frescor e simplicidade de Israel, como lemos no vigésimo primeiro capítulo do Livro de Josué, eles encaravam com sentimentos de aversão a construção de outro altar, considerando-o nada menos que uma rebelião contra o único Deus e Sua única congregação. Com o passar do tempo, o povo em geral se afastou do Senhor, e a união de suas tribos foi quebrada; então, a vontade própria e a independência levantaram outros altares (1 Rs 12:27-33), e por fim Israel se tornou os “filhos do cativeiro”; ainda assim, o coração verdadeiro, fiel ao único Deus e à única congregação, voltou-se da terra do estrangeiro para o lugar onde a glória de Jeová estava, e se uniu em espírito às doze tribos de Israel (1 Rs 18:31; Dn 6:10).

Quão bem-vinda é a cena aqui descrita. O povo de Deus prosperou com vitória sobre todos os seus inimigos, cercado com uma herança maior do que todas as suas necessidades, reunidos em um só corpo e, na excelência da paz de Deus, adorando-O como um só espírito.

Ela prediz um dia mais brilhante de reunião das tribos dispersas de Israel ao Cristo que elas agora rejeitam. E tem seu encorajamento para o crente Cristão. Encontramos, em João 17, a união do povo de Deus que nada pode separar (Jo 17:11), e sua união manifestada na Terra como um testemunho para o mundo (Jo 17:21), e sua união que será manifestada na glória (Jo 17:23), naquele dia vindouro de paz e descanso, a única companhia indivisa do povo de Deus contemplará a glória do Senhor Jesus, que o Pai Lhe deu. Então todos os corações estarão unidos eternamente, então todos estarão fixos sem distração em Cristo, então todos “olho a olho verão”. Até que esse dia amanheça, embora o testemunho da unidade do povo de Cristo não seja manifestado na Terra, que seja o cuidado ansioso de cada crente se esforçar para “preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (ARA).

Compartilhar
Rolar para cima