Origem: Livro: A Lei do Leproso

Capítulo 12 – O Logue de Azeite

Levítico 14:12-14

“Também o sacerdote tomará do logue de azeite e o derramará na palma da sua própria mão esquerda. Então, o sacerdote molhará o seu dedo direito no azeite que está na sua mão esquerda e daquele azeite, com o seu dedo, espargirá sete vezes perante o SENHOR” (vs. 15-16).

29 – “Espargirá do azeite perante o Senhor” – Lv 14:16
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Vimos que o azeite fala do Espírito Santo. Agora o sacerdote se afasta do leproso, por um momento ele é esquecido, e o azeite é “espargido diante do Senhor”. O leproso, como vimos, foi apresentado diante do Senhor, no poder do Espírito Santo e em virtude do sacrifício de Cristo. Mas agora o azeite é espargido diante do Senhor. Acho que isso nos fala do deleite perfeito que Deus tem em Seu Espírito Santo. Às vezes, somos capazes de esquecer que o Espírito Santo é a terceira Pessoa da Divindade, e não é apenas uma “influência”, mas é o Deus verdadeiro e vivo.

Sete fala de perfeição, e como é maravilhoso lembrar, quando olhamos ao redor deste mundo, com toda a sua tristeza, pecado e sofrimento, que, apesar de todas essas coisas, há Alguém que habita aqui agora, que é totalmente agradável a Deus no céu. Você se lembra de como Deus Pai Se deleitou em olhar para baixo dos céus abertos quando Seu Filho habitou nesta Terra, e d’Ele, e somente d’Ele, disse: “Tu és Meu Filho amado, em Quem Me comprazo” (Mc 1:11). Da mesma forma, Deus pode olhar agora para baixo para o Espírito Santo e, por toda a eternidade, Ele será Seu deleite no céu. Embora Ele habite em cada crente, e seja a força e poder deles para todas as coisas de Deus, ainda precisamos lembrar que antes de tudo Ele está aqui abaixo para Deus e para Sua glória.

“E o restante do azeite que está na sua mão o sacerdote porá sobre a ponta da orelha direita daquele que tem de purificar-se, e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé direito, em cima do sangue da oferta pela expiação da culpa” (v. 17).

30 – “O sacerdote colocará o azeite na orelha direita, no polegar da mão direita e pé direito” – Lv 14:17
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Cremos que o azeite colocado sobre o sangue da oferta pela expiação da culpa fala do poder e da energia do Espírito Santo para a vida, o canto e o serviço do crente nesses átrios de glória. O Senhor prometeu que o Consolador permaneceria conosco para sempre, e certamente todas as atividades do céu serão em Seu poder.

“E o restante do azeite que está na mão do sacerdote, o porá sobre a cabeça daquele que tem de purificar-se” (v. 18).

31 – “O sacerdote colocará o azeite sobre a cabeça daquele que tem de purificar-se” – Lv 14:18
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É maravilhoso ver como o azeite nunca acaba. Embora espargido diante do Senhor sete vezes e colocado na orelha, polegar da mão e do pé do leproso, ainda resta mais. Isso nos lembra da Palavra: “não lhe dá Deus o Espírito por medida” (Jo 3:34). Qualquer que seja a necessidade que tenhamos de Seu poder e energia, podemos ter certeza de que o Espírito de Deus é mais do que Suficiente para todas as nossas necessidades. E depois que todas as exigências do azeite para Deus e para os homens foram totalmente cumpridas, ainda há mais, e isso é derramado sobre a cabeça do homem que deve ser purificado. Aqueles em Israel que foram ungidos eram os sacerdotes, os reis e, em um caso pelo menos, um profeta – e, os leprosos purificados! Que companhia maravilhosa para a qual ele é trazido! E isso não nos fala do lugar para o qual o Senhor nos trouxe? Em Apocalipse 1:6, lemos: “E nos fez reis e sacerdotes para Deus e Seu Pai”. Em 1 Pedro 2:9 somos chamados de “sacerdócio real”. O novo cântico de Apocalipse 5:10 diz: “e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes”.

Está tudo muito além do nosso entendimento ou dos nossos sonhos. Quem poderia ter concebido o pensamento de que alguém que era um pobre, vil, desprezado e imundo rejeitado deveria ser trazido para um lugar que nenhum outro israelita possuía, ainda mais esse de sacerdote e rei! Esse pensamento era de Deus, e somente d’Ele. Podemos apenas nos curvar em adoração e admiração, enquanto contemplamos esta linda cena.

“O sacerdote fará expiação por ele perante o SENHOR” (v. 18).

Acho que esse versículo completa a maravilhosa figura da oferta pela expiação da culpa e do azeite, uma cena que começou no versículo 12. Não foi, penso eu, o azeite que fez a expiação, mas o sangue da oferta pela expiação da culpa. Em Levítico 17:11, lemos: “o sangue que fará expiação pela alma”. Sangue, não azeite, faz expiação. Só o sangue pode cobrir os pecados. Mas esta declaração, sendo colocada como está no final do versículo 18, no final da seção que inclui tanto a oferta pela expiação da culpa quanto o azeite, nos mostra claramente quão intimamente conectado o Espírito de Deus está com a oferta de nosso Senhor Jesus Cristo (Hb 9:14). Vemos o “homem que tem que purificar-se” não apenas purificado pelo sangue, mas também protegido pelo sangue, e todos os seus pecados cobertos por ele. Verdadeiramente podemos exclamar: “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto” (Sl 32:1).

O que mais poderia ser adicionado a uma tal figura? Pensamos que mais uma pincelada poderia estragá-la, mas descobrimos que ainda são necessárias mais duas cenas para completar sua perfeição.

“Também o sacerdote fará a oferta pela expiação do pecado e fará expiação por aquele que tem de purificar-se da sua imundícia; e depois degolará o holocausto” (v. 19).

Que obra perfeita e completa nosso Salvador cumpriu na cruz. Não apenas todas as transgressões são apagadas pelo sangue da oferta pela expiação da culpa, mas até mesmo aquela velha raiz incurável do pecado foi julgada. A oferta pela expiação do pecado dizia que nada além da morte poderia nos livrar disso. Essa velha natureza não é perdoada, é julgada. Nossa Oferta pela expiação do pecado morreu, e nós morremos com Ele, e com Ele ressuscitamos; e quando estivermos naquele lar em glória, nunca mais seremos perturbados com aquela natureza velha e pecaminosa, que muitas vezes nos causa tanta tristeza agora.

Há apenas mais uma cena, e a figura é completa e perfeita. “E o sacerdote oferecerá o holocausto e a oferta de manjares sobre o altar; assim, o sacerdote fará expiação pelo homem, e este será limpo” (v. 20).

32 – “o sacerdote oferecerá o holocausto” Lv 14:20
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Há apenas mais uma cena, e a figura é completa e perfeita. “E o sacerdote oferecerá o holocausto e a oferta de manjares sobre o altar; assim, o sacerdote fará expiação pelo homem, e este será limpo” (v. 20).

Na oferta pela expiação da culpa, o ofertante colocou a mão sobre a cabeça da oferta, e todos os seus pecados e ofensas passaram dele para ela; e ele foi deixado limpo e livre de culpa. No holocausto, o ofertante novamente colocou a mão sobre a cabeça da oferta, mas agora toda a eficácia e virtude da oferta passam para o ofertante. O holocausto é especialmente a parte de Deus naquela poderosa oferta na cruz. O holocausto não foi trazido porque o homem pecou, mas foi trazido como a mais alta marca de adoração que o homem poderia oferecer a Deus. A oferta de manjares (ou oferta de alimento, como poderia ser mais corretamente chamada) fala da vida pura e santa de nosso Senhor Jesus Cristo aqui embaixo.

Agora, a purificação do leproso está concluída. Ele relembra a história daqueles dias, a velha vida fora do arraial, sua purificação, sua apresentação ao Senhor, sua marca pelo sangue que apagou suas ofensas, aquele novo lugar maravilhoso de sacerdote e de rei para o qual ele foi trazido, aquela oferta pela expiação do pecado que o libertou de seu antigo eu. Que história essa! O que ele pode oferecer agora Àquele que fez tudo isso por ele? Seu coração transborda em adoração, louvor e ação de graças, e ele traz aquilo que dá o maior gozo ao coração de Deus. Ele oferece o holocausto e a oferta de manjares. Ele oferece a Deus o sacrifício de Seu próprio Filho querido, da maneira em que esse sacrifício era especialmente a parte de Deus, e ele também traz a Ele aquela vida imaculada aqui embaixo, muito, muito diferente da sua. Não só o leproso purificado entrou no lugar do sacerdote e do rei, mas agora ele se tornou um adorador, e o deixamos curvado diante daquele altar, com o holocausto subindo a Deus como um cheiro suave, e o ouvimos exclamar:

“Unges a minha cabeça com óleo;
O meu cálice transborda!”

A verdadeira adoração é o transbordamento do coração para Deus – um coração tão cheio que não pode ser contido, e transborda em louvor e adoração e honra. Isso, acreditamos, é o que o holocausto e a oferta de manjares, ambos subindo como um cheiro suave a Deus, nos dizem aqui.

Procuramos de maneira débil seguir o leproso, desde fora do arraial até seu lugar como adorador, diante daquele holocausto, subindo como um cheiro suave para Deus. Que caminho tem sido, e ainda assim, querido companheiro Cristão, é o seu caminho e o meu. Que graça infinita! Que ela mova nosso coração para um amor mais ardente Àquele que tanto fez por nós!

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