Origem: Livro: A Ordem de Deus para o Lar Cristão

O homem como provedor

Deus deu algumas responsabilidades específicas ao marido como cabeça.

Ele deve prover as necessidades financeiras da família, assim como Cristo, a Cabeça da Igreja, provê para ela. As atuais condições econômicas, como inflação e alto desemprego, aumentaram a pressão social para manter altos padrões de vida e tornaram difícil para uma pessoa sustentar uma família. Isso não altera o fato de que o apóstolo Paulo coloca a responsabilidade de sustentar a família sobre os ombros do marido (1 Tm 5:8). Como princípio bíblico, se o marido se preparou diligentemente, o orçamento familiar é organizado com oração e o desejo de ser fiel à ordem de Deus está presente, podemos contar com o Senhor para fazer com que a renda do marido Cristão cubra as despesas de sua casa.

Quanto à questão de saber se a esposa deve trabalhar para complementar a renda do marido, podemos apenas reconhecer os princípios da Escritura como tendo autoridade sobre o assunto. Pode haver exceções, mas não podemos ignorar o direcionamento geral da Palavra sobre esta importante questão de hoje. O que nos parece prático ou o que está sendo feito pela maioria não entra realmente na resposta a esta questão. Onde quer que os deveres específicos da esposa sejam listados nas Escrituras, a esposa é vista no ambiente doméstico (1 Tm 5:14; Tt 2:4-5; Pv 31). De fato, a mulher casada é exortada a ser diligente no trabalho do lar (Tt 2:5 – JND). Essas escrituras devem ser ignoradas apenas porque não endossam a prática comum da esposa deixar o ambiente do lar, e até mesmo os filhos, para trabalhar no mundo? Certamente não! No caso da Igreja Cristã, que tantas vezes ignorou as provisões feitas por sua Cabeça e tentou suprir suas próprias necessidades, ocorreu um afastamento da Palavra de Deus. Os mesmos resultados podem ser esperados na família Cristã, se a ordem de Deus for negligenciada.

Para muitos Cristãos pode não ser uma questão de ignorar a Palavra de Deus, mas uma preocupação em aplicá-la corretamente em nosso mundo moderno. Podemos ser gratos por aqueles que têm essa preocupação em vez de aceitar rigidamente certas crenças, mas não nos esqueçamos de que os princípios da Palavra de Deus não mudam com o tempo. Convém a cada um de nós examinar as Escrituras em busca desses princípios e estar na presença do Senhor quanto à sua aplicação em nossa vida. Se fizermos isso, saberemos qual é a Sua vontade para nós (Jo 7:17). Devemos simplesmente praticar e afirmar os princípios da ordem de Deus conforme os encontramos nas Escrituras. Se fizermos isso por amor não fingido por Cristo, não desenvolveremos pontos de vista rígidos ou intolerância para com aqueles que não concordam totalmente conosco.

Dois extremos perigosos são observados entre os maridos Cristãos, em relação ao seu papel como assalariado e provedor de sua casa. Primeiro, muitas vezes há falta de preparação para o papel e, segundo, o próprio papel se torna um ídolo. Na primeira situação, o marido pode não ser capaz de prover, forçando assim sua esposa a assumir um papel que não é propriamente dela, e que a levará a negligenciar as funções que o Senhor pretendeu que ela cumprisse. No segundo caso, o marido estará tão ocupado que se ausentará desnecessariamente de casa, negligenciando assim alguns de seus deveres dados por Deus e forçando sua esposa a assumi-los.

A preparação para o papel de provedor começa muito antes do casamento. Salomão diz em um de seus provérbios: “Prepara o teu trabalho fora, e põe o teu campo em ordem, e depois edifica a tua casa” (Pv 24:27 – JND). Há um princípio importante aqui. O jovem Cristão é instruído a preparar-se para o dia em que as responsabilidades do lar serão suas. Isso introduz questões muito relevantes, como a quantidade de escolaridade necessária, o tipo de ocupação a ser escolhida, a economia de dinheiro, etc. Essas são questões para exercício e fé individuais, mas o ministério relacionado a elas é extremamente necessário nas assembleias Cristãs hoje.

O sistema de escolas públicas está treinando jovens para assumir um “papel cooperativo”, no qual seu cônjuge contribuirá para o sustento da família. A sociedade encoraja o jovem a satisfazer seus desejos antes do casamento, a dirigir carros caros, viajar e geralmente se entregar a todos os luxos. Por outro lado, é uma época de benefícios previdenciários, acompanhada pela tendência dos jovens de “abandonar” e “fazer suas próprias coisas”. Nenhuma dessas forças desenvolve incentivos para que o jovem se prepare para o dia em que será o sustentador responsável de uma família.

O Cristão que deseja ser fiel à ordem de Deus em sua vida familiar requer uma preparação que este mundo não encoraja ou entende. Os jovens Cristãos precisam ser instruídos a aprender diligentemente um ofício ou outra ocupação e aprender a economizar para que, quando tiverem família, possam sustentá-los na devida ordem Cristã. Confiamos que os homens de Deus fornecerão tal instrução em seu ministério, mesmo que o assunto e a substância não sejam populares entre os Cristãos.

No polo oposto estão os jovens Cristãos que se casam bem preparados para ganhar a vida, com talento para o sucesso econômico e amor pelos desafios do mundo empresarial moderno. Muitas vezes, ganhar dinheiro é um jogo que eles gostam muito. O perigo é que eles ficam tão envolvidos com o objetivo de ganhar dinheiro que suas famílias são negligenciadas. Falta orientação espiritual e ensino no lar. A esposa passa longas horas em casa sem a companhia do marido. Ela deve arcar com a responsabilidade total e a pressão de lidar com as crianças desde o início da manhã até tarde da noite, enquanto seu marido literalmente se diverte no escritório. Ele acalma sua própria consciência dizendo a si mesmo que deve fazer isso para ser um bom provedor. Quando ele é honesto consigo mesmo, ele admite que é realmente seu próprio ego que ele está alimentando. As Escrituras advertem: “O que se dá à cobiça perturba a sua casa” (Pv 15:27).

Um belo exemplo para quem se vê transformando a função de assalariado em um ídolo é o do escravo que conquistou a liberdade (Veja Êxodo 21:1-6). Ele representa o jovem marido que se preparou para o futuro. Ele está no limiar da liberdade e do sucesso, mas volta atrás. O escravo, que havia trabalhado tanto para este momento em que poderia mostrar o que ele valia, agora perde para sempre sua liberdade e chance de competição porque ama seu mestre, sua esposa e seus filhos. Quantas famílias Cristãs mais felizes haveria hoje, se todo jovem marido e pai Cristão fosse restringido pela mesma devoção ao Senhor Jesus, a sua esposa e a seus filhos.

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