Origem: Livro: Aos Pais de Meus Netos
Ezequias
Ezequias foi outro dos bons reis de Judá. “e era o nome de sua mãe Abia, filha de Zacarias” (2 Cr 29:1). Por toda a eternidade esse registro permanecerá, contando-nos anos de treinamento e influência pacientes, silenciosos e ocultos, desde o berço até o trono. E ao lermos sobre todo o bem que Ezequias fez a seu país e a seu povo, sabemos que, aos olhos de Deus, muito disso foi devido a Abias, filha de Zacarias. Que encorajamento para vocês, mães! Seu pai era um homem perverso.
Aqui está outra história que vocês devem ler por si mesmos e beber no conforto com o qual ela está repleta. Ezequias foi um verdadeiro pai para seu povo. Quão doce é ouvir que “Ezequias falou benignamente [de forma a consolar – JND] a todos os levitas que tinham entendimento no bom conhecimento do SENHOR”. E novamente, quando confrontado com um inimigo esmagador, nós o ouvimos dizer ao seu povo: “Esforçai-vos e tende bom ânimo; não temais, nem vos espanteis por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que está com ele, porque há Um maior conosco do que com ele. Com ele está o braço de carne, mas conosco, o SENHOR, nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear nossas guerras. E o povo descansou nas palavras de Ezequias, rei de Judá” (2 Cr 32:7-8).
Mais uma vez, poderíamos desejar que nossa história terminasse aqui, mas, novamente, há mais para contar. Deus, por algum propósito bom e sábio, enviou uma mensagem a Ezequias, ainda jovem, provavelmente com apenas 39 ou 40 anos, que chegara a hora de ele morrer. Os caminhos de Deus são os melhores; mesmo em um assunto como este: mas Ezequias “virou o rosto para a parede e orou ao Senhor… e chorou Ezequias muitíssimo”. Foi uma oração desesperadamente sincera; mas temo muito que não houvesse nele nenhum pensamento quanto a “seja feita a tua vontade”. E Deus deu a ele o que ele pediu, como Deus às vezes nos dá, quando estamos determinados a tê-lo, e acrescentou à sua vida quinze anos. Infelizmente, aqueles quinze anos não brilharam tanto quanto os quatorze anos que acabaram de passar. Em primeiro lugar, surgiu o orgulho (2 Cr 32:25-26). E depois de três anos um filho pequeno entrou em cena e chamou seu nome de Manassés, que significa “Esquecimento”. Alguém quase pensaria, baseado em 2 Crônicas 32:25, que Ezequias havia esquecido “o benefício que se lhe fez”. E este pequeno filho, quando os quinze anos adicionados à vida de seu pai terminaram, tinha apenas doze anos de idade e reinou cinquenta e cinco anos em Jerusalém; mas fez o que era mau aos olhos do Senhor, como as abominações dos gentios, que o Senhor havia expulsado de diante dos filhos de Israel. Porque tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, havia derribado, e levantou altares para os baalins, e fez bosques, e adorou todo o exército do céu, e os serviu. Ele também construiu altares na casa do Senhor, sobre a qual o Senhor havia dito: “Em Jerusalém estará o meu nome para sempre. Edificou altares a todo o exército dos céus, em ambos os pátios da Casa do SENHOR”. E assim continua o registro, versículo após versículo dos terríveis pecados deste rei ímpio, filho de um dos melhores reis de Judá, mas, infelizmente, um filho nascido de vontade própria e orgulho. O registro em 2 Reis é mais terrível ainda: “enchendo a Jerusalém de sangue inocente; por isso, o SENHOR não o quis perdoar” (2 Rs 24:4). “E Manassés tanto fez errar a Judá e aos moradores de Jerusalém, que fizeram pior do que as nações que o SENHOR tinha destruído de diante dos filhos de Israel. E falou o SENHOR a Manassés e ao seu povo, porém não deram ouvidos. Pelo que o SENHOR trouxe sobre eles os príncipes do exército do rei da Assíria, os quais prenderam Manassés entre os espinhais, e o amarraram com cadeias, e o levaram à Babilônia. E ele, angustiado, orou deveras ao SENHOR, seu Deus, e humilhou-se muito perante o Deus de seus pais, e Lhe fez oração, e Deus Se aplacou para com ele, e ouviu a sua súplica” (2 Cr 33:9-13). Foi então que “reconheceu Manassés que o Senhor era Deus”.
E embora seu pecado não pudesse ser perdoado em certo sentido, e por seu pecado Jerusalém foi destruída (Jr 15:4), ainda assim, mesmo um pecador como Manassés pode pessoalmente receber um perdão gratuito e completo do Deus de Israel. E Deus valorizou tanto aquela oração por perdão, na prisão na Babilônia, que Ele fez com que fosse registrada, para o encorajamento de outros pecadores arrependidos que voltariam novamente, ao mesmo Deus “porque Ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-Se, e grande em beneficência e Se arrepende do mal” (Jl 2:13). E, meus queridos, se algum de vocês alguma vez se desviar do caminho estreito: lembrem-se, o caminho de volta é largo, bem aberto; com o beijo de perdão do Pai que vos espera; e nem uma única palavra de reprovação: sabemos bem o que merecemos, e não podemos entender por que não o recebemos; de fato, é difícil acreditar que Deus seja um tal Deus, e ainda assim é verdade. Manassés O achou Fiel à Sua palavra: sim, ele O encontrou mais do que isso, como sempre encontramos; e Deus deu àquele rei iníquo que se humilhou, um netinho, Josias, que provou ser um dos melhores da longa linhagem de reis de Judá. Tal é a graça de Deus.
Aquele netinho de Manassés tinha apenas seis anos quando seu avô morreu: mas podemos muito bem acreditar que a profunda humilhação e arrependimento do velho rei, juntamente com sua energia na remoção dos ídolos que ele havia feito e na reparação do altar do Senhor (2 Cr 33:12-16) causaram uma impressão tão profunda na criança que, sob a boa mão de Deus, elas podem ter sido o meio de virar seu rosto com tanta ousadia na mesma direção. É triste, de fato, ver que o próprio filho de Manassés, Amom, embora tivesse apenas vinte e dois anos quando seu pai morreu, não foi influenciado por seu arrependimento, mas apenas seguiu os pecados de seus primeiros anos: ele “não se humilhou perante o SENHOR, como Manassés, seu pai, se humilhara; antes, multiplicou Amom os seus delitos” (2 Cr 33:23). Que mensagem solene e urgente é esta para nosso coração, para nos certificarmos de que conduzimos nossos filhos no caminho correto, desde a infância. E lembremo-nos, eles seguem para onde nós os conduzimos.
