Origem: Livro: Aos Pais de Meus Netos
2) Admoestações do Velho Testamento
Vamos examinar juntos algumas das exortações do Velho Testamento para nós, pais ou avós, pois descobrimos que ambos estão incluídos.
“Guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida, e as farás saber a teus filhos e aos filhos de teus filhos” (Dt 4:9). Uma palavra para cada um de nós aqui.
“E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás [as inculcarás – ARA] a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas” (Dt 6:6-9).
“E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te; e escreve-as nos umbrais de tua casa e nas tuas portas, para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o SENHOR jurou a vossos pais dar-lhes, como os dias dos céus sobre a Terra” (Dt 11:19-21).
Essas passagens podem muito bem nos ajudar a entender a urgência de ensinar as Escrituras aos nossos filhos. À medida que eles envelhecem, os trabalhos escolares e os deveres de casa ocupam seu tempo; e ano após ano vocês descobrirão que suas oportunidades diminuem. Enquanto são crianças, é o momento de ensinar-lhes este abençoado Livro. Quando éramos crianças, minha mãe costumava nos reunir todos os dias, principalmente nas férias, e ela lia em voz alta para nós; e fazia o velho e querido Livro viver para cada um de nós. Tenho certeza de que cada criança em nossa família relembra com prazer puro e sem limites aquelas leituras à tarde com nossa mãe. Não foi nenhum cansaço para nós, o que quer que tenha sido para ela, sentar e ouvir histórias da Bíblia; e o pouco que sabemos das Sagradas Escrituras, tenho certeza de que aprendemos muito com ela. Nosso pai também nos ensinou nas leituras diárias da manhã e da noite; e tínhamos uma tia e uma avó, que também nos ensinavam essas Sagradas Escrituras. Cada um deles os amava, e nós bem sabíamos disso; talvez fosse esse o segredo que inconscientemente nos fazia amar também as Sagradas Escrituras.
Quando passamos do Livro de Deuteronômio para o Livro de Provérbios, encontramos um tipo totalmente diferente de admoestação aos pais.
“O filho sábio alegra a seu pai, mas o filho louco é a tristeza de sua mãe” (Pv 10:1; Veja também 15:20; 19:13; 29:3).
Em certo sentido, esse versículo pode ser considerado um resumo de grande parte do ensino do Livro de Provérbios. Tem sido chamado de O Livro do Jovem, e há muita verdade neste ditado, embora as moças devam igualmente dar atenção a ele. Vocês notarão no versículo que acabei de citar, e nos versículos citados abaixo, que a palavra é dirigida ao “filho” e não ao “pai”. É o pai que está falando. E esse pai era Salomão. E ao lermos essas palavras sinceras e ardentes, e então nos lembrarmos do filho de Salomão, Roboão, e de todo o seu mal, a tragédia disso parece aumentar mil vezes. A culpa, como vimos, era do próprio Salomão, e as sementes do problema remontaram até para Davi. Mas isso não diminui a tristeza que se sente ao ler o Livro dos Provérbios, com um olho fixo em Roboão. No entanto, todas as palavras são verdadeiras, e se nossos filhos apenas prestassem atenção a elas, de quanta tristeza e miséria eles seriam salvos.
Vamos agora citar algumas dessas exortações ao “filho”, que vocês notarão que na realidade é o mesmo ensinamento que acabamos de ver em Deuteronômio, mas de outro ponto de vista.
“Filho meu, ouve a instrução de teu pai e não deixes a doutrina de tua mãe” (1:8).
“Filho meu, não te esqueças da minha lei, e o teu coração guarde os meus mandamentos. Porque eles aumentarão os teus dias e te acrescentarão anos de vida e paz” (3:1-2).
“Ouvi, filhos, a correção do pai e estai atentos para conhecerdes a prudência. Pois dou-vos boa doutrina; não deixeis a minha lei. Porque eu era filho de meu pai, tenro e único em estima diante de minha mãe. E ele ensinava-me e dizia-me: Retenha as minhas palavras o teu coração; guarda os meus mandamentos e vive. Adquire a sabedoria, adquire a inteligência e não te esqueças nem te apartes das palavras da minha boca” (4:1-5).
“Filho meu, atenta para as minhas palavras; às minhas razões inclina o teu ouvido. Não as deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-as no meio do teu coração. Porque são vida para os que as acham e saúde, para o seu corpo” (4:20-22).
“Filho meu, atende à minha sabedoria; à minha razão inclina o teu ouvido; para que conserves os meus avisos [ou a discrição], e os teus lábios guardem o conhecimento” (5:1-2).
“Agora, pois, filhos, dai-me ouvidos e não vos desvieis das palavras da minha boca” (5:7).
“Filho meu, guarda as minhas palavras e esconde dentro de ti os meus mandamentos. Guarda os meus mandamentos e vive; e a minha lei, como a menina dos teus olhos. Ata-os aos teus dedos, escreve-os na tábua do teu coração” (7:1-3).
“Não clama, porventura, a Sabedoria? E a Inteligência não dá a sua voz? Agora, pois, filhos, ouvi-me, porque bem-aventurados serão os que guardarem os meus caminhos” (8:1, 32).
