Origem: Livro: O Divino Terreno de Reunião
2 Timóteo 2
Vamos agora para 2 Timóteo 2:19-22:
“Todavia, o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade. Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra. De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, [se alguém tiver se purificado a si mesmo desses (vasos), em se separando a si mesmo deles – JND] será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra. Foge, também, dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, a caridade e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor”.
Esta foi provavelmente a última epístola do apóstolo Paulo. Ele viu as coisas se desenvolverem a um ponto em que aquilo de que ele havia falado como “a casa de Deus” na primeira epístola tinha se tornado uma “grande casa” porque havia sido introduzido, no Cristianismo professo, muito do que não era real, citados aqui como “vasos… de pau e de barro”.
Assim, ele começa falando, “Todavia, o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são Seus”. Assim é, amados irmãos, nós nem sempre podemos dizer, pois pode vir um tempo em que você poderá olhar para minha vida e dirá “Eu não sei se ele é um filho de Deus ou não”. Mas o fundamento de Deus permanece, e enquanto nós não podemos dizer, Deus sabe! Ele conhece aqueles que são Seus! “O fundamento de Deus fica firme… O Senhor conhece os que são Seus”. A sugestão óbvia do coração natural é que, se este é o estado de confusão que surgiu, se esta grande casa da Cristandade professa se tornou uma mistura daqueles que são reais e daqueles que são falsos, daqueles que são verdadeiramente filhos de Deus e daqueles que simplesmente fizeram uma profissão, daqueles cujos nomes estão escritos no céu e daqueles cujos nomes estão escritos em algum registro da Igreja, e apenas aí, então, essa sugestão desse coração natural seria: “não há nada que possamos fazer e devemos todos simplesmente continuar juntos”. A Palavra de Deus, no entanto, muito rapidamente nos mostra que isso não é verdade. “e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade”. A melhor leitura aqui é: “Todo aquele que profere o nome do Senhor” (AIBB), porque o que está sendo trazido diante de nós é a sujeição ao senhorio de Cristo, e a instrução dada a todo aquele que profere o nome do Senhor é que se aparte da iniquidade. Eu me lembro de escutar um irmão muitos anos atrás que fez um comentário que, inicialmente, eu não pude entender, mas agora eu entendo o que ele quis dizer; o comentário dele foi que ele nunca havia se separado de um verdadeiro filho de Deus. Eu preciso dizer que fiquei confuso a respeito desse comentário naquele momento, mas agora eu percebo que a Palavra de Deus diz “aparte-se da iniquidade”. Irmãos, se isso significar deixar verdadeiros filhos de Deus de lado, isso é triste e creio que nosso coração vai sentir isso, mas devemos nos apartar da iniquidade!
Tive a oportunidade, há alguns meses, de conversar com um jovem casal. Eles estavam em um dos sistemas evangélicos dos homens. Eles reconheceram que havia mal moral conhecido e permitido no lugar onde eles estavam, mas havia muitos filhos de Deus lá, e eles não sentiram que deveriam sair. Irmãos, eles estavam certos? A Palavra de Deus diz: “Um pouco de fermento leveda toda a massa” e “qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade”, “Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata” – verdadeiros filhos de Deus, salvos pelo precioso sangue de Cristo, habitados pelo Espírito de Deus e membros do corpo de Cristo – “mas também de pau e de barro” – aqueles que professam, mas não possuem vida eterna. Eles dirão: “Eu sou Cristão”, mas o que eles querem dizer é: “Meu nome está gravado em algum registro da Igreja, em algum lugar”. Eu também tive a oportunidade, alguns meses atrás, de perguntar à uma jovem se ela era salva e a resposta foi “Sim, meu pai é um ministro”. A Palavra de Deus nos diz aqui que na grande casa da Cristandade, onde o Espírito de Deus opera, há aqueles que são verdadeiros filhos de Deus e aqueles que são apenas professos – “de pau e de barro”.
Em seguida, lemos: “uns para honra, outros, porém, para desonra”. Os vasos de ouro e a prata de um lado e os vasos de pau e de barro de outro lado, separados entre eles como sendo aqueles que são filhos de Deus daqueles que não o são. Porém, separação entre os vasos de honra e os vasos de desonra não é a separação entre aqueles que são filhos de Deus e aqueles que não são. E agora uma explicação nos é dada com relação a quem são os vasos de honra e os vasos de desonra. “Se alguém se purificar destas coisas” – isto é, dos vasos de pau e de barro – “será vaso para honra”. Aqui está o caminho para ser um vaso de honra. É pela separação daqueles vasos de pau e de barro. “Que comunhão tem a luz com as trevas?”. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis”. É-nos dito que a separação daqueles que não são verdadeiros nos capacitará a sermos vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor. Em seguida, acrescenta estas palavras: “Preparado para toda boa obra”. Por que diz isso? É, somente quando andarmos em separação dos vasos de pau e de barro; somente quando andamos em separação daquilo que contamina – erros quanto à Pessoa e à obra de Cristo; somente quando andamos em separação daquilo que é contaminação moral, somente quando nos apartamos da iniquidade seja de qual tipo, só então você estará preparado “para toda boa obra”.
Vou lhe dar duas ilustrações da vida real: Conheço um irmão que era ministro em um conhecido sistema de homens. Ele estava lendo a Palavra de Deus e, enquanto buscava a Palavra por si mesmo, o Espírito de Deus lhe revelava cada vez mais a verdade. Ele começou a pregar sobre isso no púlpito e, como ele mesmo me disse, acabou perdendo o próprio emprego! À medida que ele trazia a verdade mais claramente diante de sua congregação, duas coisas aconteceram. A primeira coisa foi que ele começou a perceber que estava no lugar errado. Como ele poderia, por exemplo, sendo um homem, nomeado por sua congregação para liderar e dirigir tudo relacionado a essa congregação, levantar-se e dizer que a Palavra de Deus diz que o Espírito de Deus é Quem deve ser Aquele que lidera em tudo? Ele percebeu que não estava “preparado para toda boa obra”, pois, se fosse permanecer nessa posição, havia uma verdade que ele deveria ignorar ou negar.
Em outra ocasião, fui convidado para falar em um almoço com a presença de vários empresários, a maioria deles Cristãos. Eu disse, ao ser convidado: “Presumo que seja claramente entendido que sou livre para me levantar diante de todos aqueles homens e falar de acordo com a Palavra de Deus sobre qualquer assunto que o Espírito de Deus me dê para falar”. Imediatamente me disseram: “Ah, não! Daremos antecipadamente uma lista de assuntos sobre os quais não falamos” “preparados para toda boa obra”? Irmãos, não podemos fazer concessões quanto à verdade; não podemos estar associados com o mal, com iniquidade, seja qual for a desculpa que usemos para isso e ainda estar “preparados para toda boa obra”.
A Palavra de Deus deixa muito claro que estamos em pé apenas pela graça de Deus. Se a separação do mal é mantida, é apenas porque Deus dá graça para isso. O fato é que a responsabilidade recai sobre aqueles reunidos em um nome tão santo, como o Senhor Jesus Cristo, de se afastar da iniquidade, de se separar do mal moral, do mal doutrinário, da associação eclesiástica ou de qualquer outra coisa que desonre o nome de Cristo ou desloque a posição que o Espírito de Deus zelosamente mantém para Si mesmo.
Havia um irmão aqui nesta cidade, anos atrás, de quem alguns dos irmãos mais velhos se lembrarão muito bem. Tive a oportunidade de visitar este querido irmão em sua casa em várias ocasiões. Um dia, ele me deu um relato de como ele veio para estar reunido ao nome do Senhor Jesus Cristo. Ele pertencia a uma certa denominação, e era sua prática regular ter uma leitura da Bíblia todas as quartas-feiras à noite. Eles tiveram alguns momentos felizes juntos, mas então ocorreu-lhe um dia que de vez em quando o ministro, que era um verdadeiro filho de Deus, não pôde estar presente na leitura da Bíblia, e ele notou que eles tiveram um tempo muito mais feliz. Parecia haver muito mais liberdade; cada um ao redor do círculo participou, e eles descobriram que a Palavra de Deus foi revelada para eles. Ele começou a buscar diante de Deus uma explicação sobre por que isso aconteceu assim. Ele encontrou a resposta em 1 Coríntios 12 e em 1 Coríntios 14. O Espírito de Deus nessas ocasiões estava livre para usar quem Ele quisesse, e Ele abriu a Palavra de Deus para eles. Nosso querido irmão começou então a procurar onde ele poderia estar reunido somente ao nome do Senhor Jesus Cristo, onde o Espírito de Deus tivesse plena liberdade.
“Foge, também, dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, a caridade e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor”. Qual é o pensamento de “um coração puro”? Não é algum tipo de pureza interior, mas é o pensamento de corações não adulterados, ou, em outras palavras, propósitos sem dupla intenção. Um só desejo – Senhor, onde queres que eu esteja? Um só desejo – estar reunido apenas com aqueles que buscam apenas estar reunidos ao nome do Senhor Jesus Cristo – um só desejo.
Assim, isso nos diz especificamente, “com os que”. Será que tenho o direito de decidir: “Bem, eu realmente não estou muito feliz com o irmão fulano. Ele não me trata muito bem. Acho que vou começar minha própria reunião do outro lado da cidade”? A Palavra de Deus diz, “com os que”. “Foge, também, dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, a caridade e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor”.
