Origem: Livro: Pressão – Normal e Necessária

Exemplos

Então, esse princípio é válido. Vejamos Isaque, por exemplo; vemos Isaque em sua juventude, amarrado e deitado para a morte sobre o altar – “Abraãoamarrou a Isaque, seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha” (Gn 22:9). De fato, deve ter sido uma grande pressão sobre ele. “Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?” (Gn 22:7). E aí está ele, deitado e amarrado sobre o altar; você consegue imaginar o que se passava em sua mente e pensamentos – qual seria a visão desse mundo para alguém deitado ali naquela posição, como Isaque estava. Aquilo foi pressão, porém para a “largueza”. Ele voltou de entre os mortos, e “Bradou-lhe do céu o Anjo de Jeovácontinuou o anjo: Não estendas a mão sobre o mancebo e não lhe faças nada;sei que tu temes a Deus” (Gn 22:11-12 – TB), – e “o anjo do Senhor bradou a Abraão pela segunda vez” (Gn 22:15), e disse, a respeito de Isaque, “Em tua semente serão benditas todas as nações da Terra” (Gn 22:18). Havia a pressão, e houve a “largueza” correspondente.

O princípio funciona em todos os sentidos. Veja José, na cova; sem água, o lugar da morte – “A cova estava vazia, não havia água nela” (Gn 37:24). – Ele é tirado de lá, e colocado na prisão. O ferro penetra sua alma. Ele jaz lá em grilhões. Mas qual foi a resposta para a cova e a prisão para José? – [“o senhor de Joséo entregou na casa do cárcere, no lugar onde os presos do rei estavam presos” (Gn 39:20)] – Sua glória encheu toda a terra do Egito, de modo que todos os seres da terra, e também de outras terras, vieram e disseram: “Tu nos tens conservado a vida!” (Gn 47:25 – TB).

Veja Paulo, é um assunto fascinante a ser seguido. Aqui está Paulo em atividade, ele é preso e pressionado. Ele está trancado na prisão. Em toda sua intensa devoção, e atividades que eram dele por Cristo, ele é colocado na prisão. Há pressão, e agora? Da prisão vieram as mais preciosas de todas as Epístolas que temos – As Epístolas aos Colossenses, aos Efésios, aos Filipenses, a Filemon e a segunda Epístola a Timóteo. Aquela rica e gloriosa “largueza” que tem nutrido e alimentado toda a Igreja de Deus desde aquele tempo até agora, saiu da pressão na prisão.

O princípio funciona sempre, o tempo todo. Você pode ver, com aqueles que são nossos conhecidos. Por exemplo, nosso amado irmão Sr. Darby J. N. (1800-1882), que tive o privilégio de conhecer – o princípio funcionou com ele. Ele tinha ideias e pensamentos de onde nada estava acontecendo, e Deus Se agradou de colocá-lo de lado por três meses, naquilo que chamaríamos de acidente, ou infortúnio, ou calamidade. E, naqueles três meses deixado de lado, incapaz de fazer qualquer coisa além de pensar, formou-se em seu espírito aquela luz que se tornou claramente a luz da restauração para o dia presente. Houve a pressão, e a “largueza” veio de alguma maneira, não somente para sua benção, mas grandemente para nossa benção e enriquecimento.

Então, amados irmãos, gostaria de sugerir para você e para todos nós que, nos caminhos de Deus, estamos num ambiente em que todas essas coisas nos alcançarão. Gostaria de aplicar isso a você, que, por uma questão de observação, há mais provação e aflição entre o povo de Deus, do que há no mundo. O mundo tem suas vicissitudes [atribulações] que vêm em consequência do pecado e rebeldia do homem. Mas, além de sermos afetados por essas coisas, não podemos duvidar de que Deus faz a seleção em Seu próprio jardim, por assim dizer, dentre aqueles que Ele separa somente para a pura benção da casa de Deus – alma escolhida, alma que viva no amor de Deus – aqueles que, colocados de lado, você pode até dizer que o seu valor nas atividades acabou. Ah! Mas, colocados de lado, por assim dizer, sob as mãos de Deus, quem pode atribuir valor a isso?

Então, temos o privilégio de ver isso que Deus faz! Seleção daqueles que adornarão Sua casa, na senda de pressão, de tribulação, e de aflição. Devemos considerá-los, em certo sentido, como “vasos para honra” (2 Tm 2:21), enquanto, transmitimos a eles, nossa expressão de profunda compaixão. Eles são “vaso para honrapara uso do Senhor” (2 Tm 2:21). Houve um tempo em que costumava me perguntar se a pressão ou a aflição, eram a evidência dos tratamentos governamentais de Deus. Mas, penso ser mais correto ver que, ser colocado de lado no tratamento governamental de Deus, é a menor parte de aflição e de pressão que há entre o povo de Deus. Olhando dessa forma, quando você vai ao seu jardim e colhe as flores mais seletas, ou os melhores frutos, assim o Senhor faz a seleção daqueles que são Sua própria escolha no conhecimento de Si mesmo, e que, evidentemente, estão em grande comunhão com o Senhor, assim como o amando.

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