Origem: Livro: Pressão – Normal e Necessária
Pressão Governamental
Assim, em tudo que foi visto, descobrimos que o Deus bendito está executando Seu propósito não somente, ou principalmente de forma governamental. Antes de encerrar, explicarei um pouco mais sobre isso. Por “governamental”, penso que a mão de Deus vem sobre nós em pressão [com peso], onde nossa vontade é insubmissa e desafiadora à Sua vontade. Penso que isso não seja verdade para muitos; a maioria, falando pela observação dos filhos de Deus, não carregam uma vontade que seja, intencionalmente, desafiadora à vontade de Deus, ou, propositalmente, vá contra o que Ele mostra o que é certo.
Onde há enfermidade, fracasso, e ruína, geralmente há um bom motivo, mas não há entendimento, e não há um feliz relacionamento e comunhão com Deus. Mas, não é uma busca deliberada por uma determinada conduta que é contrária a mente de Deus. Quando digo: “Vou realizar esse objetivo a qualquer custo”, é aí que nossa vontade é, declaradamente, contra a vontade de Deus, e quando o tratamento governamental de Deus começa. Penso que se seguirmos este assunto através das Escrituras, encontraremos sempre desta forma. Mas, por outro lado, a maioria daqueles que são colocados de lado dentre nós, são aqueles que, em grande medida, aceitam à vontade de Deus. Muitos daqueles que são colocados de lado dentre nós, absolutamente, são aqueles que foram cuidadosamente escolhidos do rebanho. Com que frequência isso é confirmado!
Outro dia, vi uma querida irmã em seus quarenta e poucos anos, afligida pelo câncer, dor e sofrimento; sabendo que muito em breve, em algumas poucas semanas, ela estaria com o Senhor. Todos que puderam, se congregaram com ela ao lado de sua cama. Havia a impressão de que não podia deixar de ir lá, para obter as impressões dela de Cristo, pois ela estava nas mãos de Deus.
Mais uma vez, há um caso semelhante de uma querida irmã bem conhecida por mim, que está com o Senhor há muitos anos. Ela tinha peregrinações à sua cabeceira de todas as partes da Inglaterra. Seria um sacrilégio dizer que ela estava ali governamentalmente. Mas, porque ela foi colocada de lado no meio de seus anos, quando tanta atividade podia ser possível? Há atividade em abundância. É esse tipo de pressão, que coloca a pessoa de lado para meditar, para orar, para resistir, pode ser pelo nome, cada um individualmente onde estiver em sua própria companhia, a considerar para você em todas as suas circunstâncias, quando você, na agitação de sua vida, tem tempo escasso para dobrar os joelhos diante de Deus de manhã e à noite. Podem ter entre vocês, alguns colocados de lado a quem você vai, como um ato de misericórdia, visitar, mas que te consideram profundamente. Você pode ser o devedor daquele irmão ou irmã, que pode estar carregando você em oração diante de Deus, para que Ele possa preservá-lo nas tentações, nas tribulações e nas provas que você tem em sua atividade.
Portanto, não devemos considerar a pressão, a aflição e afins como calamidade ou infortúnio, mas sim um rico dom que procede do manancial que têm sua origem no coração do próprio Deus, que, no princípio, caminhando à medida de sacrifício e de submissão, entregando Seu Filho Amado à linha de sacrifício e de submissão, e mantendo Sua família, nessa mesma linha, até o “mundo vindouro” (Hb 2:5; Hb 6:5; Lc 18:30; Mc 10:30 – TB). Quão maravilhosamente isso é expresso nessas palavras:
“Nós [também] devemos dar a vida pelos irmãos” (1 Jo 3:16)!
Nós devemos dar a vida por eles. Considere o que isso significa! Onde está a perfeição disso? Em Cristo! Em que espírito o Senhor bendito veio? No espírito que Deus Lhe deu.
Em vista dessas coisas, os motivos são esclarecidos, ações são purificadas, a atmosfera saudável da casa de Deus é mantida. As condições respiratórias, por assim dizer, são preservadas em um mundo que está repleto dos gases fétidos do inferno, da corruptibilidade e da violência; e uma atmosfera pura e doce é mantida ao longo da jornada que “Na angústia [pressão – JND] me deste largueza” (Sl 4:1).
Assim, Pedro se dirige aos amados santos do Senhor, para lembrá-los do atual lugar de provação:
“Para que a prova de vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo; ao Qual, não O havendo visto, amais; no Qual, não O vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso” (1 Pe 1:7-8).
Então, que possamos levar essas coisas para dentro de nós e não falemos muito de infortúnio – não falemos muito em calamidade – não falemos muito em ficar chocado quando algo assim acontecer – mas aceitemos em silêncio; serenidade pacífica de “paz com Deus” (Rm 5:1), pois é nessa direção que a alcançamos. Você conhece seu Salvador – Ele:
“O Qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação. [O Qual foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitado para a nossa justificação – AIBB] Sendo pois justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo Qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações” (Rm 4:25-5:3).
Coloco apenas isso para você: Você se gloria – você se vangloria – na tribulação? É isso? Será assim se você entender isso. Se você entender, que a tribulação, tem um lugar como um princípio comum nos caminhos de Deus, você:
“também nos gloriamos [se gloriará] nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações [em nosso coração – ARA] pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5:3-5).
Então, esse é o vínculo perfeito. Deus, desde o princípio, moveu em Seu divino amor, para sacrificar a Si mesmo, e ao Seu bendito Filho Amado, nosso Senhor Jesus Cristo, e Ele nos guia nessa mesma linha. O vínculo – o elo – o círculo – é perfeito. A tribulação termina no “amor de Deus derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5:5 – ARA).
