Origem: Revista O Cristão – Sonhos e Visões
Quatro Sonhos de José
Como Deus guia quando não há passagens definidas para nos direcionar
José, filho de Jacó, teve dois sonhos que estão registrados na Escritura. José, marido de Maria, mãe de Jesus, teve quatro.
Deus muitas vezes fala por meio de sonhos. “Deus fala uma e duas vezes; porém ninguém atenta para isso. Em sonho ou em visão de noite, quando cai sono profundo sobre os homens, e adormecem na cama, então, abre os ouvidos dos homens, e lhes sela a sua instrução, para apartar o homem do seu desígnio e esconder do homem a soberba” (Jó 33:14-17 – ARC). No entanto, o principal meio de Deus de falar ao homem hoje é por meio de Sua Palavra. “O profeta que tem um sonho conte o sonho; e aquele que tem a Minha Palavra, fale a Minha Palavra com verdade” (Jr 23:28). Nunca devemos confiar em um sonho para obter direção quando a Palavra de Deus dá instruções definidas. Ser governado por sonhos é ser guiado pelas circunstâncias e não é andar por fé (2 Co 5:7). Há muitas coisas em nossa vida, no entanto, para as quais não temos uma passagem específica para nos guiar. Conhecer a mente de Deus requer humildade e proximidade com o Senhor. “Guiará os mansos em justiça e aos mansos ensinará o Seu caminho… Qual é o homem que teme ao SENHOR? Ele o ensinará no caminho que deve escolher… O segredo do SENHOR é com aqueles que O temem” (Sl 25:9-14).
Nos quatro sonhos de José, quem é apresentado em Mateus 1:16, vemos ilustrados alguns princípios da Escritura sobre como Deus guia quando não há passagens definidas para nos direcionar. Em cada um de seus sonhos, José foi direcionado a fazer algo e, em cada caso, ele não se moveu até receber uma palavra de Deus. Ele não agia por impulso, mas esperava pacientemente em Deus.
O primeiro sonho
Quando Maria, aquela que seria sua esposa, se achou grávida do Espírito Santo, José não sabia que ela era o vaso escolhido para dar à luz o “desejo das mulheres” (JND), isto é, o Messias (Dn 11:37). “Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo” (Mt 1:19-20).
Enquanto ponderava o assunto diante de Deus, José recebeu instruções que devem ter emocionado sua alma. Quão trágico teria sido se ele tivesse agido de forma precipitada, sendo guiado apenas pelas aparências. “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça” (Jo 7:24). A evidência parecia incontestável, mas José não agiu até que Deus falou com ele.
O segundo sonho
O segundo sonho que José recebeu foi parecido com o sonho que os magos receberam de Deus, que os advertiu a retornar à sua terra por outro caminho (Mt 2:12). Os magos receberam uma direção definida de Deus para retornar ao Oriente. José não os seguiu, mas esperou até que Deus falou com ele por um sonho e lhe disse para levar Maria e o Menino Jesus para o Egito (Mt 2:13).
Quantas vezes vemos outros sendo guiados de uma certa maneira que pode muito bem ser a mente de Deus para eles. Podemos ser tentados a segui-los, ao invés de esperar pela direção especial de Deus para nós. Não devemos seguir os outros em seus exercícios, mas devemos estar diante de Deus nós mesmos. Pode ser que Deus nos guie de forma semelhante, mas a vontade de Deus deve ser recebida de forma individual.
José obedeceu à direção celestial, e, como resultado, Jesus pôde sair do Egito e assim cumprir a profecia (Os 11:1).
O terceiro sonho
Enquanto José estava no Egito, Herodes morreu. Parece que José agora se sentiria livre para retornar a Belém, pois a ameaça de perigo havia passado. Mas, novamente, José esperou ser direcionado por Deus por um sonho (Mt 2:19). Quantas vezes concluímos presunçosamente que, por causa de circunstâncias favoráveis, a providência está nos conduzindo! Às vezes é esse o caso, mas às vezes não, como vemos em Jonas que, em desobediência, fugiu para Társis. José não foi movido por condições favoráveis, mas esperou em dependência de Deus, “e tudo o que não é de fé é pecado” (Rm 14:23).
Ao voltar para a terra de Israel, ele ouviu que Arquelau, o filho de Herodes, estava reinando. Isso lhe causou medo, mas, como ele foi guiado por Deus para retornar à terra de Israel, não sendo governado por circunstâncias favoráveis, ele agora esperava por outra mensagem de Deus. Ele não se moveu por medo por causa de condições desfavoráveis. Muitas vezes nos movemos por medo e não por fé, mas não é assim que Deus guia. “O temor do homem armará laços” (Pv 29:25).
O quarto sonho
Talvez parecesse prudente ir para outro lugar, e foi o que aconteceu. A partida de José para Nazaré, no entanto, não foi apenas um movimento baseado em uma lógica sólida, mas em sujeição à orientação do Senhor por um sonho (Mt 2:22).
José foi guiado por Deus a cada passo, movendo-se em dependência e obediência. Como precisamos esperar em Deus com mansidão e em humildade, buscando Sua direção ao invés de sermos guiados pelas aparências, pelos movimentos dos outros, pela presunção ou pelo medo.
“Confia no SENHOR de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-O em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas” (Pv 3:5-6).