Origem: Revista O Cristão – Vida e Morte
A Morte
Em Efésios 2:1-13 aprendemos que somos trazidos a uma maravilhosa posição como crentes, mas a posição exterior não muda o que somos por natureza. Mais adiante no capítulo, lemos sobre alguns que estavam longe e outros que estavam perto; em seguida lemos sobre uma coisa que era necessária para ambos: serem reconciliados a Deus. Então, “éramos por natureza filhos da ira, como os outros também”. “Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto”. Descobrimos que Deus ainda está trabalhando hoje, e Ele está trabalhando para alcançar os mesmos resultados.
A morte, na Escritura, nem sempre significa a mesma coisa. Temos: “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados” (v. 1). E então temos: “vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão” (Jo 5:25). Isso é morte espiritual e vida espiritual.
Morte física
Então, em alguns versículos adiante, temos: “Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a Sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação” (Jo 5:28-29). Isso é o que chamamos de morte física. Assim, descobrimos que diferentes tipos de morte são mencionados na Escritura. Outro tipo de morte é: “mas a que vive em deleites, vivendo, está morta” (1 Tm 5:6).
O que é a morte, e como ela entrou neste mundo? “Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte” (Rm 5:12). Deus conecta estas duas coisas: pecado e morte. Elas andam juntas, nos caminhos de Deus. E, quando o homem abriu a porta e deixou o pecado entrar, ele não pôde impedir a morte. A definição mais simples de morte que conheço é separação. O que acontece no que acabamos de chamar de morte física? O corpo está num mundo e o espírito está noutro. O indivíduo foi para outro mundo, para a eternidade, e o corpo está aqui. A morte causou a separação. Temos esse pensamento com frequência na Palavra de Deus.
A segunda morte
O que é a segunda morte? Há uma morte que nunca será aniquilada, e há uma morte que será aniquilada. “Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte” – a morte física. Mas o que é essa morte que nunca será aniquilada? A segunda morte, que ocorrerá no “lago de fogo”. Por que é chamada de segunda morte? Porque é a condição eterna e imutável de todos os perdidos. Eles estão separados para sempre de Deus e confinados sob Seu juízo. Ela não tem fim! Refiro-me a isso porque as pessoas falam do inferno como tendo fogo literalmente. Essa não é a questão. O confinamento eterno é a questão. Não é dito um “mar de fogo”, mas um “lago de fogo”. O fogo é o juízo de Deus.
Uma parte da obra da graça de Deus hoje é salvar almas – aqueles que, se Deus deixasse que seguissem seu próprio curso, se encontrariam, para sempre, não apenas excluídos da presença de Deus, mas confinados sob Seu juízo.
Mortos em delitos e pecados
Como já mencionamos, existe outro tipo de morte: “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados” (Ef 2:1). Que tipo de morte é essa, estarmos “mortos em ofensas e pecados”? É a separação de Deus por causa de pecados. No entanto, essa não é a morte eterna. Graças a Deus, há um remédio para ela e Ele está livrando as pessoas dela, e isso faz parte de Sua obra nessa porção da Escritura. “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo” (vs. 1-2). Qual é o curso deste mundo? É um sistema, sob Satanás como seu príncipe, liderado por ele, e que terminará sob juízo. Quando o Senhor Jesus reconheceu Satanás como o príncipe deste mundo? Quando o Senhor estava no Getsêmani e a multidão veio prendê-Lo, Ele disse: “esta é a vossa hora e o poder das trevas” (Lc 22:53). As pessoas pouco pensam em quem é que as está conduzindo em sua separação de Deus!
Agora, em tal cena Deus vem, e Ele opera nela. O que O leva a operar nela? O versículo 4, de Efésios 2, nos diz que Deus é “riquíssimo em misericórdia”. Isso é o que leva Deus a operar neste pobre mundo, tão afastado d’Ele, e com todos seguindo um curso que os separa d’Ele e que irá no final, como foi dito, se não for interrompido, terminar em Seu juízo sobre eles.
Quão rico Deus é em misericórdia? Aprendemos isso quando percebemos o que é estar morto em delitos e pecados. Com isso quero dizer que é algo que aprendemos em comunhão com Deus – o que era estar separado d’Ele e o que é ser levado a Ele. Encontramos um pouco mais adiante (e nossa alma medita sobre isso com adoração): “pelo Seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas” (vs. 4-5). Ali nos lembramos do conhecido versículo, João 3:16, que nos traz a vida eterna quando estávamos em nossa condição de mortos.