Origem: Revista O Cristão – Vida e Morte
Propósito de Coração: O Grande Regulador Moral
“Estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração” (Dt 6:6) – na própria fonte de todas as fontes da vida. Isso é particularmente precioso. Tudo o que está no coração sai pelos lábios e na vida. Quão importante, então, é ter o coração cheio da Palavra de Deus, tão cheio que não teremos espaço para as vaidades e loucuras deste presente mundo mau. Assim, nossa conversa será sempre com graça, temperada com sal. “Do que há em abundância no coração, disso fala a boca” (Mt 12:34). Portanto, podemos julgar o que está no coração pelo que sai da boca. A língua é o órgão do coração – o órgão do homem. “O homem bom tira boas coisas do seu bom tesouro, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más” (Mt 12:35). Quando o coração é realmente governado pela Palavra de Deus, o caráter todo revela o resultado abençoado. E assim deve ser, na medida em que o coração é a mola mestra de toda a nossa condição moral; ele está no centro de todas aquelas influências morais que governam nossa história pessoal e moldam nossa carreira prática.
Em cada parte do volume divino, vemos quanta importância Deus atribui à atitude e ao estado do coração, com relação a Ele ou à Sua Palavra, que são uma única e mesma coisa. Quando o coração é fiel a Ele, tudo certamente sairá certo, mas, por outro lado, descobriremos que, onde o coração se torna frio e indiferente em relação a Deus e Sua verdade, haverá, mais cedo ou mais tarde, um notório afastamento do caminho da verdade e da justiça. Há, portanto, muita força e valor na exortação dirigida por Barnabé aos convertidos em Antioquia: “o qual… exortou a todos a que, com firmeza [propósito – ACF] de coração, permanecessem no Senhor” (At 11:23).
Quão necessário, naquela ocasião, agora e sempre! Esse “propósito de coração” é muito precioso para Deus. É o que podemos nos aventurar a chamar de grande regulador moral. Transmite uma admirável seriedade ao caráter Cristão, que deve ser muito ambicionada por todos nós. É um antídoto divino contra a frieza, a dormência e a formalidade, que são tão odiosas para Deus. A vida exterior pode ser muito correta, e o credo pode ser muito ortodoxo, mas, se o sincero propósito de coração estiver faltando, o apego afetuoso de todo o ser moral a Deus e Seu Cristo, tudo é totalmente inútil.
É por meio do coração que o Espírito Santo nos instrui. Daí a razão de o apóstolo orar pelos santos em Éfeso para que os olhos do entendimento (coração – ARA) deles pudessem ser iluminados. E novamente, “para que Cristo habite, pela fé no vosso coração” (Ef 3:17).
Christian Truth, Vol. 6