Origem: Revista O Cristão – Nazireado

João Batista – Um Nazireu

As palavras de Gabriel a respeito de João Batista – “porque será grande diante do Senhor” – não expressam tudo o que deveria caracterizá-lo, pois o anjo acrescenta: “e não beberá vinho nem bebida forte”. Isso é o nazireado, pelo menos a primeira marca dele. João só poderia ser grande aos olhos do Senhor sendo um nazireu.

Separado para Deus

Em Números 6, vemos que ser um nazireu era “se separar para o SENHOR”. Havia três sinais distintos:

  • O nazireu se abstinha de vinho e bebida forte;
  • Ele deixava crescer o cabelo de sua cabeça;
  • Não lhe era permitido se aproximar do “corpo de um morto”.

Ele se privava de vinho, sinal de alegria para o coração do homem natural na companhia de seus iguais. Seus cabelos crescidos proclamavam que ele abandonou a dignidade e os direitos do homem por sujeição à vontade de Deus, cujas reivindicações sobre ele eram por ele reconhecidas. Por fim, ele evitava tudo o que pudesse colocá-lo em contato com o pecado, cujo salário é a morte. Tal era a ordem e o segredo de um nazireu.

A separação para Deus só poderia subsistir à custa dessas três coisas, e elas foram cumpridas na vida de João Batista. Mas nessa passagem ele nos é apresentado como especialmente separado de tudo o que constitui a alegria de um homem na sociedade. O mundo, ao vê-lo, sem dúvida teria dito: “Ele é um solitário triste e sombrio”. Que erro! Essa alegria natural, a única conhecida no mundo, foi substituída no coração do profeta por uma alegria que a comunhão com o Salvador dá. Essas duas alegrias são opostas uma à outra e não podem subsistir juntas; é apenas na proporção em que nos negamos a primeira que podemos desfrutar da segunda. Ao longo de sua carreira, a alegria divina foi um dos traços característicos desse tão austero homem. Como um bebê no ventre de sua mãe por milagre, seu primeiro movimento de alegria foi quando a saudação da mãe de seu Senhor chega aos ouvidos de Isabel (Lc 1:44), e no final de seu percurso ele diz novamente: “já essa minha alegria está cumprida” (Jo 3:29).

Christian Friend, Vol. 14

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