Origem: Revista O Cristão – Nazireado
Ele Não Sabia
Em Êxodo 34, descobrimos que “o rosto de Moisés… resplandecia”; estava radiante de glória, mas “Moisés não sabia”. Como foi isso? Ele estava ocupado com Deus, e não consigo mesmo. Ele havia estado no monte com Deus. Ele havia estado no brilho da glória divina, e isso fez seu rosto brilhar. Devemos saber o que é estar na presença de Deus se quisermos ser realmente piedosos. Nada mais produzirá isso. A ocupação com o mero conhecimento bíblico, com o devido cuidado exterior pela moralidade, pode ser uma imitação disso, mas maneiras reais, práticas e semelhantes a Cristo só podem fluir da comunhão com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo. Devemos estar, pela fé, na presença de Deus, onde Jesus está agora, e, pela Palavra escrita e pelo Espírito, tendo nossa mente permeada com os pensamentos de Deus. Nosso coração deve estar sob o poder transformador do Seu amor. Somente assim seremos frutíferos e piedosos. Podemos não estar conscientes de que estamos crescendo em graça e piedade, assim como Moisés não estava ciente de que seu rosto resplandecia tão intensamente; no entanto, será assim. Deus sempre estará com aqueles que estão com Ele. “Aos que Me honram honrarei”.
Mas a Escritura também nos adverte contra o perigo de sair desse terreno abençoado de comunhão com o Senhor e recuar por meio da incredulidade. A história de Sansão contrasta notavelmente com a de Moisés a esse respeito. Sansão era um homem de fé com certeza, e Deus operou maravilhosamente com ele por Seu Espírito. Ele também era nazireu, estando no lugar de separação para Deus. Mas, depois de todas as vitórias da fé, ele se tornou descuidado e carnal. Dalila o atraiu e o enredou de tal forma que ele se tornou uma presa das sedutoras maquinações dela. Por fim, por meio dela, ele perdeu as tranças da separação de seu nazireado, e então sai a confissão solene, de que “ele não sabia que já o Senhor Se tinha retirado dele” (Jz 16:20). Quão particularmente solene é isso!
É-nos dito que Sansão saiu como das outras vezes. Antes disso, sempre que ele buscava a Deus, Deus sempre era seu Ajudador. Mas agora ele era abertamente, diante de todos, como um homem comum; ele havia perdido seu nazireado e não era mais um homem separado para Deus. Ele havia tratado essa sua posição com leviandade e a perdeu, e não conseguia mais resistir ao inimigo. Ele foi feito cativo, seus olhos foram arrancados, e o fizeram moer na prisão. Mais tarde, zombaram dele numa festa pagã. No final houve alguma recuperação, mas seu fim foi a destruição.
Que imagem comovente da miserável experiência de uma alma que se afastou do Senhor! Felizmente sabemos que, “se confessarmos os nossos pecados, Ele é Fiel e Justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1:9). Que possamos ser mantidos em nosso único lugar seguro, de real fraqueza sentida e abominação própria, apegados Àquele que disse “permanecei em Mim” (TB).