Origem: Revista O Cristão – O Dia do Senhor
O Dia do Senhor
A palavra “dia” é frequentemente usada nas Escrituras para indicar um certo período de tempo. O “dia do Senhor” se refere ao tempo em que o Senhor Jesus voltará à Terra, ajustará tudo e depois reinará. O mundo está muito doente e não há indicação de nenhuma melhoria próxima. Conflitos, ganância, fome e problemas de todas as naturezas assolam o mundo inteiro. Os próprios fundamentos parecem estar cambaleando. Este é o “dia do homem” (1 Co 4:3 – JND), e ele fez uma grande desordem em tudo. A vinda do Senhor para buscar os Seus pode acontecer a qualquer momento. Que momento feliz será para todos os que são salvos e que momento terrível para os incrédulos que serão deixados para trás. Então, as coisas que estão perturbando o mundo se tornarão repentinamente piores e apenas deixarão de piorar quando o Senhor Jesus voltar para subjugar Seus inimigos e estabelecer Seu governo justo na Terra – o começo do “dia do Senhor”.
O dia do Senhor seguirá os dias da “apostasia” e da “grande tribulação”. As dificuldades da grande tribulação serão terríveis e terminarão com a vinda pessoal do Senhor para executar o julgamento. Ele virá para limpar este mundo, vingando-se daqueles que não conhecem a Deus, uma preparação para estabelecer Seu reino na Terra. Alguns confundem o dia do Senhor com Sua vinda para os santos, mas isso não deve ser confundido. Quando Ele vier para inaugurar o dia do Senhor, Seus santos virão com Ele. Quando Ele aparece em glória, eles aparecerão com Ele (Jd 14-15; Cl 3:4). Antes disso (isto é, antes da apostasia e da grande tribulação), Ele terá vindo e chamado Seus remidos da Terra e da sepultura, de acordo com 1 Tessalonicenses 4.
Uma época de julgamento
Tanto o Velho quanto o Novo Testamento falam do dia do Senhor como um tempo de julgamento e trevas para a Terra. Notemos alguns dos versículos do Velho Testamento: “o dia do SENHOR vem, já está perto; Dia de trevas e de escuridão; dia de nuvens e densas trevas… porque o dia do SENHOR é grande e mui terrível, e quem o poderá suportar?” (Joel 2:1, 11).
“Porque eis que aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como a palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo… Eis que Eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR” (Ml 4:1, 5).
“O grande dia do SENHOR… aquele dia é um dia de indignação, dia de angústia e de ânsia, dia de alvoroço e de desolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas, dia de trombeta e de alarido” (Sf 1:14, 16).
“Porque o dia do SENHOR dos Exércitos será contra todo o soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido… Então os homens entrarão nas cavernas das rochas, e nas covas da terra, do terror do SENHOR, e da glória da sua majestade, quando ele se levantar para assombrar a Terra” (Is 2:12, 19).
Muitos outros versículos do Velho Testamento também falam de tempo em que o próprio Senhor virá para julgar a Terra. Naquele tempo, Seus inimigos, assim chamados em Atos 2, serão postos como escabelo de Seus pés. Que coisa séria é ser um inimigo de Cristo! Desde a morte do Senhor Jesus pelas mãos do homem, não pode haver neutralidade em relação a Ele; alguém está do lado do Senhor – por Cristo – ou contra Ele. Leitor, você é um amigo ou um inimigo?
No Novo Testamento, o próprio Senhor predisse Sua vinda em julgamento. As palavras de Mateus 24:27‑30 são claras: “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem… Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da Terra se lamentarão, e verão o Filho do Homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória”.
O arrebatamento revelado
Na primeira epístola aos Tessalonicenses, o apóstolo Paulo teve que instruir esses jovens Cristãos na verdade da vinda do Senhor para tirar Seus santos da Terra antes do julgamento. Esses recém-salvos ficaram angustiados porque parte do número deles havia morrido antes da vinda do Senhor, então o Espírito de Deus lhes enviou esta palavra, explicando como os mortos em Cristo serão ressuscitados e os crentes vivos arrebatados para encontrar o Senhor nos ares. Isso não será no dia do Senhor, mas ocorrerá antes que Ele apareça em glória. Então, no quinto capítulo desta epístola, eles são informados do dia do Senhor que será subsequente à vinda do Senhor para os Seus. “Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; pois que, quando disserem: há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão”.
Neste versículo, aprendemos que, mesmo no meio de todas as dificuldades da grande tribulação, os homens estarão trabalhando em planos para a melhoria do mundo e para assegurar a paz para um mundo devastado. Eles se tornarão bastante confiantes no sucesso de seus planos e profetizarão “Paz e segurança”, apenas para terem suas esperanças frustradas pela vinda do Filho do Homem para julgar Seus inimigos. Deus será deixado de fora de seus planos, e sua destruição será rápida e repentina.
Que contraste o “dia do Senhor” será com o dia do homem no presente! Mesmo agora, a vontade do homem é primordial e Deus é deixado de fora. Naquele dia, com todos os Cristãos fora do mundo, ele se tornará totalmente sem Deus e apóstata. Mas chegará o dia em que Cristo, uma vez rejeitado aqui, retornará com Seus santos para executar o julgamento. Ele é desprezado e rejeitado agora, mas chegará o dia em que todos reconhecerão Seu direito de governar.
Problemas atuais
Depois que Paulo escreveu sua primeira carta a esses jovens Cristãos em Tessalônica, eles ficaram ainda mais perturbados. Dessa vez, o problema deles foi referente ao dia do Senhor. Eles estavam passando por problemas como resultado de seu testemunho de Cristo. Eles estavam sofrendo perseguições e foram tentados a acreditar que o motivo pelo qual estavam tendo tantos problemas era o fato de estarem passando pelo dia do Senhor. Isso não era verdade, e Paulo escreveu sua segunda carta para corrigir o erro. No segundo capítulo, ele diz: “Ora, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com Ele, rogamos-vos, irmãos, que não vos movais facilmente do vosso modo de pensar, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola como enviada de nós, como se o dia do Senhor estivesse já perto [é presente – JND]” (2 Ts 2:1‑2 – AIBB).
Ele rogou que eles não se preocupassem com esse relato falso, e chama à lembrança deles “à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com Ele”. Isto acontecerá antes do “dia do Senhor”. Eles foram instruídos na primeira carta de Paulo sobre como o Senhor virá nas nuvens e chamará os santos para encontrá-Lo nos ares. Essa esperança deve ser seu conforto e encorajamento. O relato fictício dizia que o “grande e terrível dia do SENHOR” havia realmente chegado. Isso os levou a profundo abatimento (lembre-se de que o relato tinha falsamente o nome do apóstolo para credenciá-lo), pois eles entenderam que o dia do Senhor seria um tempo terrível. Eles, sem dúvida, conheciam algumas das profecias do Velho Testamento que acabamos de observar, para que possamos entender bem seu estado conturbado ao ouvir esse relato.
O julgamento da apostasia
Depois de lembrá-los da vinda do Senhor como sua própria esperança, o apóstolo Paulo continua explicando que o dia do Senhor não pode chegar até que outras coisas aconteçam. A apostasia e a revelação do “homem do pecado” devem preceder a vinda do Senhor para executar o julgamento. Certamente Ele virá em labaredas de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho. Sua vinda em julgamento, trazendo o dia do Senhor, é uma certeza, mas nenhum Cristão deve se incomodar com isso, pois antes disso ele sairá de cena para estar com Cristo e voltará com Cristo naquele dia.
A segunda epístola de Pedro também fala da vinda do dia do Senhor como ladrão. Um ladrão vem sem aviso e nunca para o bem; assim, o dia do Senhor chegará inesperadamente ao mundo sem Deus para julgamento.
Pedro, falando pelo Espírito de Deus, vai além e conta os eventos que ocorrerão mesmo após o reinado pacífico de mil anos de Cristo. Ele fala da dissolução da Terra e dos céus presentes no final do dia do Senhor. Assim, vemos que o dia do Senhor dará início ao reino de Cristo na Terra e continuará por todo e até além dele, até a chegada do “dia de Deus” – o estado eterno, com novos céus e nova Terra.