Origem: Revista O Cristão – Daniel

Separação, Dependência e Sofrimento

Vamos olhar para Sadraque, Mesaque e Abednego. O rei testa a fidelidade desses homens, se eles abandonariam a adoração ao Deus verdadeiro e se curvariam diante da grande imagem que Nabucodonosor estabeleceu. Isso nos lembra uma passagem em Filipenses, onde o apóstolo fala de Cristo sendo engrandecido em seu corpo “seja pela vida, seja pela morte” (Fp 1:20). O corpo dos homens tinham sido a plataforma sobre a qual Satanás exibia seu poder, mas Deus agora diz que Ele vai tomar o mesmo vaso e torná-lo a plataforma na qual Ele exibirá o poder de Cristo. O apóstolo, em seus sofrimentos pelos filipenses, sabia que seria a bênção deles. Esse é o significado das palavras: “Segundo a minha intensa expectação e esperança” (v. 20). É uma coisa maravilhosa ter comunhão com os propósitos de Deus em relação a Cristo. Aqui, em Daniel, há pessoas que tinham esse mesmo pensamento diante deles, de acordo com o que se sabia então, e, portanto, descobrimos que o rei é obrigado a confessar (Dn 3:28) que eles “preferindo entregar os seus corpos, para que não servissem nem adorassem algum outro deus, senão o seu Deus”.

Esses homens foram amarrados com as mãos e os pés, o emblema da fraqueza, e depois jogados em uma fornalha mais quente do que normalmente era aquecida, ou seja, a perfeição do poder maligno para destruí-los. Acaso Deus não foi magnificado em seus corpos? E qual é o resultado? Eles saem da fornalha sem nem mesmo o cheiro de fogo. Mais do que isso, havia companhia. “Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam e o aspecto do quarto é semelhante ao Filho de Deus”.

Eles foram lançados amarrados no meio desta fornalha, e não há uma palavra de queixa. Eles poderiam dizer ao rei: “Não necessitamos de te responder sobre este negócio”. Eles se renderam inteiramente nas mãos de Deus, com paciente mansidão. Eles estavam preparados para sofrer a qualquer custo. Deus era seu amparo e força, e Deus interveio por eles. Eles são a exibição, nas circunstâncias em que estavam, daquele bendito poder de Deus, pelo qual Ele pode engrandecer-Se a Si mesmo em corpos como o seu e o meu.

Quão pouco Cristo é engrandecido em nosso corpo! Ai! Há uma grande medida de engrandecimento do mundo em nosso corpo, e do “eu” e da carne, mas quão pouco há do engrandecimento de Cristo! É humilhante pensar nisso. Se você olhar ao redor e vir o corpo do povo de Deus e olhar para o que eles são, estão sendo uma exibição do quê? Com demasiada frequência é o poder da carne e o poder do mundo e o poder da natureza, mas muito pouco do poder de Cristo. Que “Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte” era o desejo de Paulo. Oh, que também seja o nosso!

Creio que os princípios que surgem desses três primeiros capítulos de Daniel, a saber, separação para Deus a qualquer custo, total dependência de Deus nas dificuldades e paciência no sofrimento por Seu nome, são três grandes princípios que devem marcar o povo de Deus hoje.

W. T. Turpin (adaptado)

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