Origem: Revista O Cristão – O Caráter Moral dos Últimos Dias

A Última Noite de Sodoma e da Cristandade

O sobrinho de Abraão, Ló, primeiro se interessou por Sodoma, após uma dificuldade que surgiu entre os pastores de Ló e os de Abraão a respeito do pasto para seus rebanhos. A visão da planície bem regada do Jordão e a exuberante grama nas colinas ao redor, juntamente com seu desejo por riqueza material, afastaram o coração de Ló da dependência de Deus. Assim, ele escolheu viver “nas cidades da campina, e armou as suas tendas até Sodoma” (Gn 13:12). Ele finalmente viveu em Sodoma, e enquanto ele estava “enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis” (2 Pe 2:7), sua sensibilidade espiritual estava entorpecida e ele não via as coisas como realmente eram. Da mesma forma, os habitantes de Sodoma não permitiriam que o pensamento de responsabilidade para com Deus e Suas reivindicações entrassem na mente deles. Sendo governados por cuidados e prazeres, ocupados apenas com o que passava diante de seus olhos, e estando cheios de ociosidade, eles não estavam cientes do que estava por vir a Sodoma.

Estamos continuamente cercados por influências incompreensíveis, revestidas de aparente poder ilimitado, e que usam a mente do homem como um brinquedo, e a parte mais interna do nosso ser pode ser afetada por influências satânicas. A única libertação para o homem de tais criaturas e sua influência é Cristo, o Mestre sobre toda a criação. Toda libertação do homem caído depende da morte de Cristo e de crermos e reconhecê-Lo como Filho de Deus e Salvador (Lc 8:26-33).

O julgamento de Sodoma 

“Eis que esta foi a maldade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e abundância de ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca esforçou a mão do pobre e do necessitado. E se ensoberbeceram e fizeram abominação diante de Mim” (Ez 16:49‑50). A plenitude de riquezas, juntamente com a ociosidade, estimulam o apetite pelo prazer e a indulgência de paixões libidinosas. As pessoas entregaram sua vida ao chamado de seus sentidos naturais, degradando sua alma e deixando Deus fora de sua vida.

“Então o SENHOR fez chover enxofre e fogo, do SENHOR desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra; E destruiu aquelas cidades e toda aquela campina, e todos os moradores daquelas cidades, e o que nascia da terra” (Gn 19:24‑25). Que aviso para nós que temos tido privilégios mais elevados do que Sodoma! Sodoma, um jardim que o Senhor havia feito, transformou-se num instante em um lugar de chacais e aves de rapina – uma cidade assombrada, para nunca mais ser reconstruída. Assim será a Cristandade. A história de Sodoma é deixada como um exemplo para todos se lembrarem – um aviso para toda a humanidade. A chama explosiva da justiça divina sobre Sodoma enviou um aviso ao longo dos séculos para lembrar ao homem que existe um Deus no céu.

O julgamento da Cristandade 

“Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam. Mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, consumindo a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem Se há de manifestar” (Lc 17:28-30).

Essas palavras vindas de Deus deveriam imediatamente despertar a mente e o coração, por causa do iminente julgamento que recairá sobre a Cristandade. Nunca antes houve prosperidade nas nações ocidentais como existe hoje. Este aviso clama com voz especial para as nações ocidentais, sob profissão Cristã. Ao olharmos para Sodoma, não é como olhar nossos dias no espelho? Eles foram enriquecidos com bens e deixaram Deus fora de sua vida. Hoje, a letargia espiritual tomou conta da profissão Cristã. O prazer mundano está tomando o lugar da devoção a Deus e Suas reivindicações. A civilização Cristã (Cristandade) caiu sob o poder e o engano de Satanás, que inspirou o mundo a transformar o que era santo e bom em uma fonte perversa de prazer. Os homens, mesmo os crentes, não confiam em Deus, mas depositam sua confiança nas instituições dos homens. O jugo desigual entre crente e incrédulo tornou-se algo comum. A modéstia que uma vez caracterizou as mulheres é transformada em licenciosidade, especialmente no vestuário. O homem não levanta mais mãos santas. O sistema de educação do homem é voltado para ensinar a iniquidade, violando os princípios da verdadeira profissão Cristã, enquanto as igrejas mudaram amplamente de atividades espirituais para a vocação política e humanitária, em vez de ensinar o único remédio para os males do dia.

Assim como a verdade que foi dada ao homem neste dia é plena e grande, assim também será o julgamento daqueles que a têm professado com seus lábios, mas a rejeitaram em seu coração. O terrível julgamento sobre a Cristandade será muito pior do que o julgamento sobre Sodoma. Não será apenas fogo e enxofre caindo do céu, mas os exércitos do céu descendo sobre a terra ocidental. Por que eles são julgados? Porque eles não tinham a verdade? Não, mas porque eles não amavam a verdade, evidenciados por eles não andarem nela (2 Ts 2:10).

A fidelidade de Deus 

Apesar do fracasso geral em cada dispensação, Deus sempre manteve um testemunho para Si mesmo. Embora haja confusão, Deus permanece fiel, e o Espírito Santo, por meio das Escrituras, guia cada crente em toda a verdade. Precisamos estar dispostos e ser diligentes (Jo 16:13). Houve e ainda há indivíduos com um coração ardendo pela verdade, apegados à luz, mesmo até a morte pela perseguição. Aqueles a quem o Senhor Se dirige em Filadélfia (Ap 3:7‑13) podem ter apenas pouca força, mas o Senhor lhes deu que conhecessem a mente de Deus a respeito de Cristo e a Igreja. Cristo é o verdadeiro “Amém” que sempre foi fiel. Ele conduz à criação de Deus além de todo fracasso – uma criação onde todas as coisas são de Deus.

Para aqueles de coração aberto, Ele diz: “Entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, Comigo” (Ap 3:20). O apelo é para o indivíduo, e é necessário afeição pessoal. Não deveria ser assim com a Noiva de Cristo?

A vida de Abraão dá ao crente um padrão para andar por fé. Abraão não recebeu ordens ou repreensões quanto à sua caminhada cotidiana por este mundo, pois a comunhão cuidava de tudo. Abraão tinha fé e esperança, e Deus era sua recompensa.

C. E. Lunden (adaptado)

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