Origem: Revista O Cristão – O Caráter Moral dos Últimos Dias

O Antídoto Para os Males Existentes

A Epístola de Judas mostra o verdadeiro caráter de tudo o que é do homem, mas não há uma porção da Palavra de Deus mais calculada para nos fazer cantar do que esta epístola. Quanto maior a provação, mais Deus diz: “Estou com você”. Judas começa com “a comum salvação”, mas depois se volta para toda a história anterior e diz: “Há um fracasso do primeiro ao último”. Então, encerrando, ele traz o testemunho de Enoque, como alguém que testemunhou o que o mal seria no final – o abandono e a traição da comum salvação. O efeito em nosso coração deve ser: “Que é o homem, para que dele Te lembres?” (Hb 2:6).

Quanto maior o privilégio, pior a corrupção. Desde o início do relacionamento de Deus com o homem até o fim, não há um período em que o depósito seja tão grande quanto o que nos foi dado, nem em que a corrupção tenha sido tão profunda. Mas Judas passa por isso, e ele soa uma segunda nota de misericórdia em conexão com a comum salvação – Deus intervindo e a segurança das pessoas que tinham fé.

Capaz de manter 

Quão surpreendentemente ele termina em Judas 24! Ele não apenas toma o lugar daquele que não vê nada ao seu redor para que o faça cantar e, portanto, se volta para Deus. pelo contrário, ele diz que toda essa ruína não acontece sem a permissão de Deus, ou o sinal de Ele estar no meio dela. Essas são as circunstâncias em que a sabedoria de Deus fluirá, pois Deus não perderá Sua Igreja. As mesmas águas que destruíram o mundo fizeram a arca flutuar. A mesma sabedoria de Deus será exibida para nós individualmente. Não devemos ficar desanimados ou abatidos; Deus não nos esquecerá nessas circunstâncias. Ele “é poderoso para vos guardar”, pois é “único Deus sábio, Salvador nosso” (v. 25). Como Judas se regozija em sua experiência de Deus! Olhe para cima e veja que tipo de caráter Deus exercerá em relação a nós nessas circunstâncias! Aconteça o que acontecer, haverá aqueles “chamados, santificados em Deus Pai, e conservados por Jesus Cristo” (JND) e esses têm um certo curso traçado para eles. Temos percebido que Deus nos preservou em Cristo Jesus? Então “misericórdia, e paz e amor” serão “multiplicados” para nós (v. 2).

Neste dia de trevas, não há necessidade de tatearmos, embora tudo ao redor esteja em confusão, mas devemos manter firme o que temos. Sabemos que somos chamados e santificados por Deus Pai. Devemos nos apegar às coisas que sabemos que Deus fez por nós. Deus estará conosco, pois em tempos difíceis Ele está sempre próximo. O Espírito de Deus está habitando em nosso coração; deixemos que Ele nos conduza a que estejamos “orando no Espírito Santo”. Sabemos, como filhos de Deus, que podemos contar tudo a Ele, mas quando chegamos para orar em tempos de angústia, pode haver o pensamento: “Para que lado está indo o Senhor?” Isso não é estar orando no Espírito Santo, ou quando desejos são expressos, como acontece com Paulo, que “três vezes” orou “ao Senhor para que” o espinho “se desviasse” dele. Depois ele ora no Espírito Santo, pois Deus tem Seu próprio caminho. Deus pode ver algo em meu coração para me humilhar. Embora o ouvido de Deus esteja perfeitamente aberto, precisamos aprender que não devemos ditar a Ele o que fazer. O caminho mais simples é lançar tudo sobre Deus e orar no Espírito Santo.

O amor de Deus 

“Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus” (v. 21). Todo o coração de Deus está radiante sobre nós; Seu amor está sempre sobre nós. “Esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna”. Tudo aqui está entrando em confusão, mas no meio de tudo, a nuvem de glória descerá e a Igreja subirá. Ele nos chamou com base na misericórdia, e isso nos dá segurança. Quem chama é responsável por todas as dificuldades. Não podemos dizer como devemos passar por elas, mas Aquele que nos chama nos proverá.

Separado para Deus 

Nos versículos 22‑23, temos uma descrição de qual deve ser a conduta dos santos nesses tempos. Não se trata apenas de tolerar o que está ao nosso redor; deve haver um ódio positivo de qualquer ligação, por menor que seja, com a carne. Se o coração de um santo está onde deveria estar, ele está assegurado da presença de Deus e tentará trazer outros a isso, seja por meios fortes ou gentis. Acaso percebemos que a melhor coisa que Deus já deu foi corrompida? Deveríamos estar gastando toda a nossa energia para liderar o povo de Deus para fora do mal, porque devemos ser a expressão do que Deus é. Foi Deus Quem disse: “Este é para Mim, e eu sou capaz de guardá-lo em todas as dificuldades”. Deus está trabalhando em favor daqueles a quem Ele separou, trazendo-os como Aquele que é capaz de guardá-los de tropeçar. Isso traz Deus muito perto. Podemos olhar em volta e dizer: “Como isso é possível? Como podemos passar por isso?” Que o único Deus sábio mostre Sua competência para nos guardar de tropeçar, pois sempre haverá algo para pisarmos no deserto e nos apresentar irrepreensíveis, com alegria, perante a Sua glória.

O Espírito de Deus não esquece a glória à qual somos predestinados. Nós nos esquecemos disso e, portanto, desanimamos e dizemos: “Eu nunca chegarei lá”. Sim, chegaremos, pois Ele nos apresentará impecáveis, completamente purificados. Não estaremos lá apenas para Seu louvor, como sinal de Sua sabedoria, mas com um coração capaz de participar de tudo.

Judas olhou para tudo isso e disse: “É aí que vejo a sabedoria de Deus manifestada”. Às vezes, as pessoas perguntam onde eu me encontro. Eu digo: “Nos últimos quatro ou cinco anos, tive um senso mais profundo da experiência de Paulo nas Igrejas. Não estou desanimado com todas as tristezas; Só posso dizer que Deus quer multiplicar provas de Sua sabedoria. Espero encontrar provas maiores, mas em tudo Deus nos fará saber mais sobre o que Ele é.”

G. V. Wigram (adaptado)

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