Origem: Revista O Cristão – Além da Morte

Saul e Paulo

Como eles enfrentaram a morte 

A esperança que o apóstolo Paulo teve no final de sua vida contrasta com o desespero do rei Saul. Esses dois homens que compartilharam o mesmo nome e tribo receberam a informação de que morreriam em breve, além de certas revelações sobre a vida após a morte. Samuel disse a Saul quando foi perguntar a uma mulher que era uma feiticeira: “amanhã tu e teus filhos estareis comigo” (1 Sm 28:19). “E imediatamente Saul caiu estendido por terra, e grandemente temeu por causa daquelas palavras de Samuel; e não houve força nele” (v. 20). Paulo, no final de sua vida, disse: “eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia” (2 Tm 4:6-8).

Há muito a aprender ao considerar a perspectiva que esses dois homens tiveram da vida após a morte. O que deixou o rei Saul com medo? Por que Paulo não estava apenas pronto para morrer, mas preferia partir deste mundo e estar com Cristo (Fp 1:20-24)? Paulo certamente teve mais luz sobre a vida após a morte, mas não acreditamos que esse seja o motivo pelo qual ele estava confiante diante da morte. Foi a obediência da fé; o apóstolo andou em obediência ao que Deus lhe revelou. Ele creu em Deus e andou de acordo. Isso lhe deu certeza do que Deus lhe revelou. Observe algumas de suas palavras: “até ao dia de hoje tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência” (At 23:1). “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (At 20:24). Mais tarde, ele escreveu: “Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte” (Fp 1:20). A consistência da caminhada de Paulo com o que lhe fora revelado é o que lhe deu confiança e esperança. Hebreus 6:19 diz: “A qual (esperança) temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até ao interior do véu”.

Pelo contrário, Saul continuou andando em desobediência depois de saber onde havia falhado. Embora reconhecesse verbalmente que havia pecado, ainda assim ele se recusou a matar todos os amalequitas. Seu desejo era ser honrado perante os anciãos e todo o Israel (veja 1 Samuel 15). No final de sua vida, quando Samuel foi trazido de volta dos mortos para falar com ele, Samuel reiterou a mesma coisa para ele. “Como tu não deste ouvidos à voz do SENHOR, e não executaste o fervor da Sua ira contra Amaleque, por isso o SENHOR te fez hoje isto” (1 Sm 28:18).

Samuel revelou a Saul que no dia seguinte ele e seus filhos estariam onde Samuel estava, ou seja, o lugar dos espíritos que partiram, ou “Hades”, como é chamado no Novo Testamento. Isso fez o rei Saul se desesperar. Samuel não disse nada sobre Saul ir a um lugar de tormento – apenas que ele estaria com ele. O que deixou Saul com medo foi que ele não tinha fé para andar com Deus e não estava preparado para morrer. Saul viveu para agradar a si mesmo na posição que Deus lhe dera, mas Saul não deu a Deus Seu lugar de direito. Então, quando Deus o abandonou, ele caiu em desespero. As coisas de Deus só são apreciadas se tivermos fé para andar nelas. Obediência e felicidade andam juntas.

Histórias próximas à morte 

A questão agora diante de nós é: como devemos nos relacionar com histórias de experiências próximas à morte? Antes de tudo, Deus não está limitado em Sua capacidade de comunicar essas coisas ao Seu povo. É necessário cuidado ao confiar no que os outros relatam, pois nossa fé não é substanciada pela experiência de outros. Nossa fé deve estar na Palavra de Deus, e não nas experiências dos homens. Temos uma palavra de profecia mais segura.

Cremos que o exemplo do apóstolo Paulo nos dá o verdadeiro segredo sobre o que vem depois da morte e como enfrentá-lo. Aprender a conhecer Aquele que tem as chaves da morte e do inferno [Hades] é a melhor coisa. Isso significa muito mais do que conhecer fatos. É conhecer Aquele que revela os fatos. O apóstolo diz desta maneira: “Para conhecê-Lo, e à virtude da Sua ressurreição, e à comunicação de Suas aflições, sendo feito conforme à Sua morte; Para ver se de alguma maneira posso chegar à ressurreição dentre os mortos”. Então ele continuou: “Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:10-11, 14). Não que Paulo não tivesse certeza de estar com Cristo depois que ele morresse, mas ele se esforçou para aprender a conhecer o máximo que podia de Cristo, andando com Ele na Terra, para que O conhecesse melhor em glória. Isso fez dele um homem feliz no final de sua vida. Acreditamos que é o segredo para nós também. Que o Senhor nos dê mais desse zelo para aprender a conhecê-Lo agora durante o resto de nosso tempo na Terra.

D. C. Buchanan

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