Origem: Revista O Cristão – Restituição
Pregos de Cobre
“Enquanto eu me calei, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia” (Sl 32:3).
Não há nada que tire o gozo da vida como a consciência de um pecado não confessado. Em uma ocasião, um pregador estava falando sobre essa questão e instando seus ouvintes sobre a importância da confissão de pecado e, sempre que possível, da restituição pelo mal feito aos outros. No final, um jovem se aproximou dele com um semblante perturbado. “Senhor” disse ele, “o senhor me colocou numa triste situação. Eu fiz mal a outro e tenho vergonha de confessar ou tentar consertar a situação. Veja, eu sou um construtor de barcos e o homem para quem trabalho é um infiel. Falei com ele muitas vezes sobre sua necessidade de Cristo e o incitei a vir e ouvi-lo pregar, mas ele zomba e ridiculariza tudo. Mas, sou culpado de algo que, se eu reconhecer isso a ele, arruinará meu testemunho para sempre.”
Então esse jovem passou a dizer que o homem para quem ele trabalhava há algum tempo começou a construir um barco por si mesmo em seu próprio quintal. Nesse trabalho, os pregos de cobre são usados porque não enferrujam na água. Esses pregos são bastante caros, e o jovem levava para sua casa alguns deles para usar no seu trabalho. Ele sabia que era roubo, mas tentou aliviar sua consciência dizendo a si mesmo que o homem tinha tantos que ele nunca sentiria falta deles; além disso, ele sentiu que não estava sendo pago por tudo o que achava que merecia. Mas o sermão o levou a encarar o fato de que ele era apenas um ladrão comum, para cujas ações desonestas não havia desculpa.
“Mas”, disse ele, “não posso ir ao meu chefe e dizer a ele o que fiz ou me oferecer para pagar por aqueles que usei e devolver o resto. Se eu fizer isso, ele vai pensar que sou apenas um hipócrita. E, no entanto, esses pregos de cobre estão espetando minha consciência, e sei que nunca terei paz até resolver este assunto.”
Por algumas semanas, a luta continuou. Então, uma noite, ele veio até o pregador e exclamou: “Senhor, resolvi o problema dos pregos de cobre e minha consciência finalmente está aliviada. “O que aconteceu quando confessou ao seu empregador o que tinha feito?” perguntou o pregador. “Oh”, respondeu, “ele olhou estranhamente para mim e depois exclamou: ‘George, eu sempre pensei que você era apenas um hipócrita, mas agora eu começo a sentir, que há algo nesse Cristianismo, afinal de contas. Qualquer religião que faça um trabalhador desonesto voltar e confessar que estava roubando pregos de cobre, e se ofereça para pagar por eles, deve valer a pena”. O pregador perguntou se poderia usar a história e recebeu permissão.
Os resultados da restituição
Algum tempo depois, o pregador contou isso em outra cidade. No dia seguinte, uma senhora se aproximou dele e disse: “Senhor, eu também tive ‘pregos de cobre’ na minha consciência”. “Ora, com certeza a senhora não constrói barcos!”. “Não, mas sou amante de livros e roubei vários livros de uma amiga que tem muito mais do que eu poderia pagar. Decidi ontem à noite que devo me livrar dos ‘pregos de cobre’, então os levei de volta para ela hoje e confessei meu pecado. Não consigo nem dizer como fiquei aliviada. Ela me perdoou, e Deus me perdoou… Estou muito grata que os “pregos de cobre” não estão mais espetando minha consciência”.
Eu contei essa história muitas vezes e quase invariavelmente as pessoas vieram depois até mim para contar sobre “pregos de cobre” que, de uma forma ou de outra, eles tiveram que se livrar. Em uma ocasião, contei isso numa pregação na capela de uma escola secundária. No dia seguinte, o diretor me viu e disse: “Como resultado dessa história de ’pregos de cobre’, muitas canetas-tinteiro roubadas e outras coisas foram devolvidas aos seus legítimos donos”.
Reformação e restituição não salvam. Mas onde alguém está verdadeiramente arrependido e chegou a Deus em confissão sincera, ele vai usar o melhor de sua habilidade para acertar as coisas com os outros.