Origem: Revista O Cristão – Opinião versus Verdade

A Boa Confissão de Cristo

Paulo, ao dar a seu filho Timóteo uma ordem solene para guardar “este mandamento sem mácula” (1 Tm 6:14), o encarregou “diante de Deus” e de “Cristo Jesus, que diante de Pôncio Pilatos deu o testemunho de boa confissão”. Ele relaciona Cristo Jesus a Deus no texto dessa solene imposição. Deus é mencionado como o Vivificador [ou Sustentador] de todas as coisas, e a única característica que marca o Senhor Jesus Cristo é a “boa confissão” que Ele fez diante do governador romano. Nenhuma referência é feita à Sua gloriosa ressurreição ou ascensão, nem mesmo a qualquer um dos milagres que Ele fez, prestando, como faz cada um deles, um testemunho tão rico de Seu poder e graça, mas é dada uma atenção especial à Sua conduta perante o juiz. “Eu para isso nasci”, Ele disse, “e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a Minha voz” (Jo 18:37). E assim, com certeza, chegamos à “boa confissão”.

O mandamento que Paulo ordenou tão fervorosamente a Timóteo foi que ele deveria guardar a verdade, e que o Cristianismo em sua natureza pura e celestial, em sua estreita relação com a nova criação e em sua fonte e caráter não mundanos, deveria ser vigorosamente mantido por ele.

A coluna e firmeza da verdade 

A Igreja é “a coluna e a firmeza da verdade” – o testemunho dela – de modo que, se não for encontrada nela, ela não pode ser encontrada em lugar algum. Timóteo também tinha um papel individual a desempenhar neste testemunho sagrado. Agora, diz o Senhor “Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade”. Isso, em meio a mil outros objetos mais graciosos, foi o único grande ponto em Seu nascimento e entrada no mundo. É bem verdade que Ele “nasceu Rei dos Judeus”, mas Ele nasceu verdadeiramente como testemunho da verdade.

Confissão de Cristo diante de Pilatos 

Para vir ao mundo, Ele deve ter existido antes dessa vinda. E assim temos Sua Divindade declarada tão simplesmente. Temos o “EU” que nasceu, e o “EU” que veio – o “EU” de Belém e o “EU” que foi antes de Abraão (Jo 8:58). No entanto, Ele foi Quem permaneceu em forma humana e em humilde graça diante de Pôncio Pilatos. E ninguém tinha olhos para ver, naquela forma humilde, Aquele que era infinitamente mais do que o Homem Cristo Jesus”, que fora enviado pelo Sumo Sacerdote como Prisioneiro ao juiz? Um olho aberto era certamente necessário.

Ser “da verdade” é necessário para isso, então, e somente então, Sua voz é ouvida.

“Que é a verdade?” disse Pilatos, ao se afastar de Sua presença, que era a Verdade.

A mesma firmeza silenciosa marca nosso bendito Senhor em dar testemunho da verdade, como O marcou ao reconhecer Seu reinado. Sua confissão diante de Pilatos foi inabalável; ela foi “boa”.

Um estímulo à fé 

E agora, podemos ver, talvez, por que Paulo enfatizou a Timóteo o exemplo da confissão do Mestre diante de Pilatos, como um incentivo ao seu próprio testemunho. O exemplo brilhante de Jesus é sempre o mais verdadeiro incentivo e estímulo à fé de Seus seguidores. “Combate o bom combate da fé. Toma posse da vida eterna” (ARA), diz Paulo. O combate é bom, embora difícil, e a vida é verdadeira e preciosa e eterna, “para a qual”, ele acrescenta, “também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas” (1 Tm 6:12). Estas são palavras de conforto e ânimo (não de lisonja) para o coração frequentemente provado desse jovem soldado fiel.

É importante lembrar que Cristo Jesus testemunhou uma “boa confissão” diante de Pôncio Pilatos, como um exemplo para nós mesmos de que devemos fazer o mesmo. Que possamos segui-Lo!

J. W. Smith (adaptado)

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