Origem: Revista O Cristão – Dispensações

Mudanças Dispensacionais

“Eu vejo isso agora, eu vejo isso claramente”, disse um Cristão que há muito tempo tinha uma visão confusa da verdade. “Vejo agora que há uma mudança na dispensação”.

Antes disso, ele não distinguia claramente entre a lei e o evangelho, Israel e a Igreja, as coisas terrenas e as celestiais, mas agora ele aprendeu com a Escritura que houve uma mudança na dispensação. E assim é. Embora Deus não mude, em um momento, em Sua Soberania, Ele Se agradou em dar uma lei santa em um monte ardente e instruiu a todos, sob pena de morte, a se manterem distantes; e em outro momento, enviar Seu amado Filho com palavras de perdão e bênção a todos os que se achegassem a Ele com fé.

Deus escolheu o primeiro para mostrar quão grande é o pecado no homem (Rm 3:20); Ele escolheu o Último para mostrar que o amava, embora fosse pecador, e poderia salvá-lo (1 Tm 1:15).

Já foi do agrado de Deus chamar um povo terrenal, a nação de Israel, para servi-Lo na Terra; mas agora é da vontade soberana de Deus chamar os pecadores (em graça) para um relacionamento com Ele nos lugares celestiais em Cristo Jesus.

Nesta dispensação, Ele está chamando dos gentios “um povo para o Seu nome” (At 15:14); no dia vindouro, Ele, “para a administração da plenitude dos tempos; encabeçará todas as coisas em o Cristo, as coisas nos céus e as coisas sobre a Terra” (Ef 1:10 – JND). As grandes mudanças entre a dispensação passada e presente estão claramente expostas no Novo Testamento em diferentes pontos de vista. Vejamos algumas:

A diferença quanto ao sacrifício 

Na dispensação da lei havia muitos sacrifícios, e muitas vezes repetidos. Eles eram a lembrança dos pecados, e pela virtude deles o perdão dos pecados passados era provido, mas eles nunca podiam “tirar pecados” Eles não podiam “aperfeiçoar os que a eles se chegam”, nem capacitá-los a “se achegar” a Deus, como se não tivessem mais “consciência de pecados” (ARA).

Nesta dispensação temos um sacrifício que foi oferecido uma vez e nunca precisa ser repetido. Sangue tão precioso, e que tira completamente os pecados, que Deus diz, “de seus pecados e de suas prevaricações não Me lembrarei mais”, purificando assim a consciência e permitindo que o adorador entre com ousadia no “Santo dos Santos” (ARA). A mudança de dispensação é tão marcante que nos fala, “tira o primeiro, para estabelecer o segundo”. No primeiro, Deus não tinha prazer; com este último, Ele se agrada. (Veja Hb 10:1-22).

Sacerdócio 

O apóstolo diz: “mudando-se o sacerdócio”, etc. Como isso é mudado? A ordem do sacerdócio Arônico era da tribo de Levi, nomeada sem juramento, e não teve continuidade; ela passou de uma pessoa para outra. O sumo sacerdote era obrigado a oferecer sacrifícios por seus próprios pecados, estava sempre em pé porque sua obra nunca terminava, e tinha de lembrar-se dos pecados do povo novamente uma vez a cada ano.

O Senhor Jesus, o Sumo Sacerdote agora, era da tribo de Judá, e da ordem de Melquisedeque, e foi nomeado por um juramento, continua para sempre e é imutável. Ele não tinha pecados Seus que fossem tirados porque Ele é “santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus”; e tão perfeita é a Sua obra que, depois de ter oferecido um sacrifício pelos pecados para sempre, assentou-Se à destra da Majestade, nas alturas (Hb 1:3, 7:26, 10:11-12).

Adoração 

Na última dispensação, Jerusalém era o lugar de adoração; o véu espesso excluía o adorador da presença de Deus, e ninguém podia entrar no Santo dos Santos, exceto o sumo sacerdote uma vez por ano, e isso apenas com sangue e incenso. Nesta dispensação, o culto é puramente espiritual, nenhum lugar terrenal de adoração é reconhecido, o véu está rasgado, entramos no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus.

Todos os crentes agora são sacerdotes. O Pai é o Objeto de adoração, Jesus o novo e vivo caminho, e o Espírito Santo que agora habita em cada crente, o poder da adoração. O Senhor Jesus marcou tanto a mudança na adoração, que disse: “Mulher, crê-me que a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim O adorem” (Jo 4:21, 23; veja também Hb 10:19-22).

Chamado 

Na última dispensação, Deus chamou um povo do Egito para Canaã, com a promessa de herança terrenal. Agora Deus chama por Seu evangelho com um chamado elevado, santo e celestial, abençoando-nos com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, tendo-nos vivificado juntamente com Ele, e nos ressuscitado juntamente, fazendo nos assentar juntos nos lugares celestiais n’Ele (Ef 1 e 2).

Esperança 

A verdadeira esperança da última dispensação era o Messias, o Filho de Davi, vindo para estabelecer Seu reino na Terra e reinar gloriosamente diante de Seus ancestrais. A bendita esperança desta dispensação é que Cristo virá, transformará nosso corpo de humilhação e nos levará para encontrá-Lo nos ares, para estarmos para sempre com o Senhor (Jo 14:3, 1 Ts 4:16-17).

Esses são somente alguns pontos de diferença, mas aquilo que foi apresentado é suficiente para mostrar que realmente há mudanças nas dispensações.

Possa o Senhor ajudar a Seus filhos a manejar corretamente a Palavra da verdade, e a servi-Lo de modo aceitável.

Christian Truth, Vol. 31

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