Origem: Revista O Cristão – O Homem Perfeito e Dependente

Considere-O

“Tu és o Meu Filho amado; em Ti Me comprazo” (Lc 3:22 – ARA).

Agora meu olhar está em Jesus: Eu vejo o Senhor do céu como um Homem. Depois, eu olho para mim mesmo? E para os lugares ao meu redor? Se eu fizer isso, o que eu vejo? O suficiente para partir meu coração, se houver em mim um coração a ser partido. Mas um descanso está aqui – um Homem que satisfez a Deus. Esse Homem bendito estava na Terra, na presença de Deus, olhando para Deus, e Ele era um Objeto para Deus! Ele não era, naquele momento, o Messias purificando Seu andar, mas Aquele em Quem os pensamentos e propósitos de Deus estão todos envolvidos. Ele era Jesus, o Filho do Homem, não apenas da descendência de Abraão e Davi, mas identificado – “que era o filho de Adão, que era o Filho de Deus” [Lc 3.38 – KJV]. Ele era o segundo Homem – o último Adão – o Espírito vivificador. Que alívio: pois o que é o homem? O que sou eu quando o pecado do coração é conhecido? Estaríamos tão propensos quanto nossos primeiros pais a desistir de Deus por um pedaço de fruta. Mas agora um Homem, um Homem abençoado, aparece e “Ele está orando”. Ele era o Homem dependente, pois a dependência é a essência de um homem perfeito. Verdadeiramente vemos Deus brilhando por toda parte, mas ainda brilhando em Jesus, o Homem dependente, no lugar e condição da perfeição como Homem. A raiz do pecado em nós é a vontade própria, a independência. Aqui, meu coração descansa n’Ele! Um Homem dependente em meio à tristeza, mas perfeitamente com Deus em tudo; na humilhação ou na glória, não faz diferença quanto a isso: o Dependente está sempre presente em perfeição. E quando Seu bendito coração expressou sua dependência, Ele não obteve resposta? Pelo contrário, “o céu foi aberto”. O céu se abre assim para mim? Sem dúvida, está aberto para mim de fato, mas eu oro porque o céu está aberto; Para Ele, abriu porque Ele orou. Posso olhar para cima porque os céus se abriram para Ele.

O Filho amado de Deus 

É realmente uma bela imagem da graça, e podemos ser ousados em dizer que o Pai gostava de olhar para baixo, em meio a todo o pecado, para Seu Filho amado. Nada além do que era Divino poderia assim despertar o coração de Deus; e, no entanto, era o Homem humilde e perfeito. Ele não toma o lugar de Sua glória eterna como o Criador, o Filho de Deus – em vez disso, Ele Se inclina e é batizado. Ele diz: “em Ti confio Tu és o Meu Senhor” (Sl 16:1-2). Então o Espírito Santo desce como uma pomba sobre Ele – o emblema adequado daquele Homem imaculado! – o lugar de descanso adequado para o Espírito no dilúvio deste mundo. E como é doce, também, que Jesus seja apontado para nós como o Objeto de Deus. Eu sei o que o Pai sente por Ele. Fui levado a essa intimidade, e me foi permitido ouvi-Lo expressar Sua afeição por Seu Filho, para ver os laços refeitos entre Deus e o homem.

Assim, descanso e meu coração encontra comunhão com Deus em Seu Filho amado. É apenas o crente que desfruta disso, mas o elo está lá. E se eu encontrar em mim e ao meu redor aquilo que aflige a alma, tenho n’Ele aquilo que é gozo e conforto infalíveis. Com Ele, ainda que o céu e a Terra sejam virados de cabeça para baixo, ainda assim eu tenho um descanso. Que bem-aventurança para o coração ter o Objeto com o Qual o próprio Deus está ocupado!

J. N. Darby (adaptado)

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