Origem: Revista O Cristão – Joias
O Peitoral das Vestes do Sacerdote
A longa e elaborada explicação do vestuário dos sacerdotes é, naturalmente, cheia de significado espiritual importante. As cores e símbolos messiânicos estão em toda parte entrelaçados. Os pingentes de sinos dourados e romãs de suas vestes são considerados por alguns como significando os princípios de testemunho e fecundidade. Quando se fala do linho fino, sem dúvida, isso indica pureza pessoal. O Urim e Tumim foram os meios pelos quais a vontade de Deus foi dada a conhecer ao sacerdote. Eles correspondem ao Espírito e à Palavra que cada Cristão da presente dispensação possui.
As pedras preciosas
Da frente do esplêndido traje do sumo sacerdote resplandecia um fulgor de luzes misturadas, brilhando a partir do conjunto de pedras preciosas de que o “peitoral” é feito. Os nomes das tribos de Israel foram gravados nelas, pois, como as 12 pedras no fundo do Jordão, as 12 na margem do mesmo, e as 12 com as quais Elias construiu em um altar no Carmelo, essas 12 pedras também representam o povo de Deus. O caráter dessas pedras e a posição em que são colocadas mostram, de maneira maravilhosa, em que estima nosso Grande Sumo Sacerdote considera Seus indignos discípulos.
Estamos acostumados ao pensamento de sermos considerados pela misericórdia divina como objetos de piedade e benevolência, mas talvez estejamos muito pouco acostumados ao pensamento de sermos considerados pelo amor divino como objetos de valor e beleza, de esplendor e raridade. Ah! Isso é muito diferente. A apreensão disso ampliaria nosso conhecimento daquele amor que excede o entendimento, e nos daria uma estimativa mais elevada do valor daqueles a quem Ele chama de “Minhas joias”. Isso requer somente um leve exercício de fé para crer em Sua misericórdia e bondade, mas requer toda fé que possuímos para confiar que Seu amor realmente nos valoriza, que Ele nos carrega em Seu coração, considerando-nos como pedras preciosas de valor intrínseco e inestimável. Nosso Grande Sumo Sacerdote nos considera valiosos e – porque Seus olhos repousaram sobre nós — belos e dignos de admiração. Quanto mais conhecemos uns aos outros e a nós mesmos, mais maravilhoso parece esse amor que não só poderia sofrer por nós, mas poderia definir tal valor sobre nós. Como explicar isso? Quem pode explicar o amor e os caminhos do amor? Quando a mãe de dois irmãos proeminentes na história romana disse: “Estas são as minhas joias”, apontando para seus filhos. Será que ela os achava valiosos porque havia sofrido e trabalhado por eles? Ou porque realmente lhe dava prazer olhar para eles? – ou ambas as razões?
As pedras preciosas mais bonitas e valiosas
As pedras preciosas são as coisas mais bonitas e valiosas que a Terra contém. Tão valiosas quanto os metais raros, elas são mais bonitas; tão bonitas quanto as flores, elas são mais duráveis. Mas, afinal, quais são elas, qual é a origem delas? Há um texto bem conhecido de um escritor moderno, onde ele traça o curso do barro comum ou lodo, composto de argila, areia e fuligem. Pelo processo do tempo e a misteriosa alquimia do poder divino operando em todos os lugares, o barro é gradualmente desenvolvido em safira, a areia em opala e a fuligem em diamante. E isso não é mera poesia, mas fato científico comum. O diamante é de fato “carbono cristalizado” — fuligem dignificada. É obra do Senhor e é maravilhosa aos nossos olhos. Como essas pedras foram assim transformadas para adornar a coroa do rei, a coroa da rainha e o peitoral do sumo sacerdote? Pelo poder do Altíssimo operando misteriosamente por meio do calor e do dilúvio, da pressão, das trevas e da luz. E quando tiradas do pó, o trabalho ainda não está feito: Elas têm que passar pelo rigor de ser cortada e lapidada. O lapidário se inclina sobre elas no movimento do torno e as faz gritar enquanto ele as toca aqui e ali. Ele as machuca muito, mas não as prejudicará. Elas vão brilhar com um brilho mais bonito agora.
Proteção e cuidados das joias
Que sensação de segurança isso dá! Aqueles que possuem pedras preciosas as protegem com o maior cuidado. A joia pode talvez estar em um ambiente pobre, como aquele rico rubi que o russo Pedro tirou do bolso em um pedaço de papel amassado e entregou ao rei William, ou não polido como o Koh-i-noor (N.T.: Um dos diamantes mais famosos do mundo), antes que o Duque de Ferro (o Duque de Wellington) o levasse ao lapidário para ser cortado e fragmentado para a rainha Vitória. Mas ele é valioso demais para ser descuidado. O duque se sentava, nunca deixando a joia fora de sua vista até que uma nova faceta fosse cortada, e então a envolvia cuidadosamente em um lenço de seda e a levava consigo até o dia seguinte (Diz-se que o diamante Koh-i-noor se originou na Índia e acabou sendo cortado em uma joia de 105 quilates. Agora faz parte das joias da coroa na Inglaterra). Tal cuidado protege – e tal valor é colocado sobre o povo de Deus. O Lapidário celeste inclina-Se sobre as grosseiras pedras malformadas à medida que se movem na roda da vida em seu movimento, e Ele as toca com muitos instrumentos afiados e faz seu polimento com seu próprio pó. Mas Ele mesmo não as prejudicará nem deixará que ninguém o faça, e Ele diz: “E eles serão Meus… naquele dia em que Eu preparar Minhas joias” (Ml 3:17 – KJV).