Origem: Revista O Cristão – Joias
Diamantes para o Pão
O ano era 1944 e a guerra na Europa se arrastava. Àquela altura, os nazistas perceberam que iam perder no final, mas eles continuaram com a sua “solução final” para tentar livrar a Europa da sua população judaica. Em toda a Hungria, mais famílias judias foram reunidas e colocadas em vagões para transporte para Auschwitz e outros campos de extermínio.
Entre essas famílias estava a família Zisblatt. Irene tinha 13 anos na época, e ela e seus pais e irmãos subiram nos trens rumo a um destino desconhecido. A mãe de Irene tinha a sensação de que nem tudo ia correr bem, e ela costurou vários diamantes na bainha do vestido de Irene, dizendo-lhe que ela poderia estar com fome e precisaria usá-los para comprar pão. Diamantes para o pão! É difícil para nós imaginarmos isso.
Ao chegarem ao seu destino, Auschwitz, as famílias foram todas separadas, e Irene nunca mais viu a mãe ou os irmãos. Ela viu o pai uma vez através de uma cerca alta.
Imediatamente após a chegada, todos foram instruídos a colocar toda a bagagem que trouxeram em uma enorme pilha, e também suas roupas. E os diamantes costurados na bainha do vestido? Pensando rapidamente, ela os soltou e os segurou na mão. As filas de pessoas se moviam sendo inspecionadas. Ela não podia mantê-los na mão, então os colocou na boca. Mas então ela viu que os inspetores estavam verificando a boca de todos também! Ela fez a única coisa que podia e os engoliu.
Esse foi o início de um longo processo de engolir seus diamantes toda vez que as inspeções eram feitas e depois recuperá-los novamente. Ela não podia usar as latrinas públicas, pois os diamantes seriam perdidos para sempre. Ela teve que encontrar um local privado, arriscando sua vida cada vez que tinha que engolir e depois recuperar os diamantes. Não havia lugar no campo de prisioneiros para comprar pão, mas ela poderia precisar deles algum dia! E eram a sua única ligação com a mãe e a sua infância feliz.
Um pingente como lembrança
27 de janeiro de 1945 será sempre lembrado por aqueles que estavam naquele campo. Foi o dia em que a libertação finalmente chegou para aqueles que sobreviveram aos seus horrores. Irene, juntamente com várias outras pessoas muito doentes e esqueléticas, estavam livres para sair.
Com o passar dos anos, Irene passou a viver na América e, ao contar sua história, havia lágrimas ao lembrar-se de tudo o que havia passado. Não, ela nunca tinha comprado pão com os diamantes. Ela finalmente os transformou em um pingente na forma de uma gota de lágrima, como lembrança de toda a tristeza que eles traziam à sua mente.
Quando ouvi essa história, me fez pensar nos versículos em Malaquias 3:16-17: “Então, aqueles que temem ao SENHOR falam cada um com o seu companheiro; e o SENHOR atenta e ouve; e há um memorial escrito diante d’Ele, para os que temem ao SENHOR e para os que se lembram do Seu nome”. “E eles serão Meus, diz o SENHOR dos Exércitos, naquele dia que farei, serão para Mim particular tesouro [Minhas joias – KJV]”.
Estamos em tempos difíceis. Mas num dia vindouro, muito em breve, nosso Senhor nos reunirá, Suas jóias. Vamos trazer-Lhe muito gozo, não tristeza! Que possamos pensar no Seu nome.
Adaptado de um documentário sobre os últimos dias de Auschwitz