Origem: Revista O Cristão – As Semelhanças do Reino, Parte 3
Misericordioso
O Senhor aplica a parábola do servo implacável (Mt 18:23-35) ao dizer: “Assim vos fará também Meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas” (v. 35). Nem é preciso dizer que esta parábola não fala da salvação da alma, mas dos princípios do governo do Rei em Seu reino – princípios aplicáveis tanto ao que verdadeiramente possui a salvação quanto ao mero professante. É um fato imutável que na cruz Cristo levou as consequências eternas dos pecados de cada crente, mas quanto à nossa conduta neste mundo, é um princípio inalterável no governo de Deus que “tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6:7). Outro princípio geral de Seu governo é expresso no Salmo 18:25-26: “Com o gracioso Te mostras gracioso; com o homem correto Te mostras correto; com o puro Te mostras puro; e com o perverso Te mostras contrário” (JND). E novamente, em Mateus 5:7: “bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia”. Agora, qual de nós, ao revisar sua história passada, seja como santo ou pecador, e pensar nas consequências governamentais de tudo o que dissemos e fizemos, poderia dizer: “Não preciso da misericórdia governamental”? Será que cada um de nós não se sente mais como necessitando da misericórdia mostrada ao devedor de 10.000 talentos?
Lembremo-nos, então, se tentados a mostrar um espírito duro, impiedoso e não perdoador para com nossos irmãos, embora, pela graça de nosso Deus, Ele não Se lembre mais de nossos pecados e iniquidades, mas de acordo com Seu governo, “com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós” (Mt 7:2). Tenhamos em mente aquela preciosa exortação aos santos de Éfeso: “Sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4:32).