Origem: Revista O Cristão – Ofertas de Cheiro Suave

O Holocausto

O livro de Levítico, embora um tanto difícil, é muito interessante e instrutivo se o lermos com atenção e oração. Deus não está nos falando sobre “costumes judaicos” simplesmente para satisfazer nossa curiosidade, mas todo esse ritual e esses sacrifícios foram dados por Deus e têm um significado muito precioso para nós. Todos eles apontam para Cristo, o bendito antítipo (cumprimento) de todas essas “sombras das boas coisas que haviam de vir” (Hb 10:1 – JND).

Se você ou eu estivesse escrevendo o livro de Levítico, nós teríamos colocado primeiro a oferta pelo pecado e a oferta pela culpa, porque primeiro pensaríamos em nossa própria necessidade, mas aqueles a quem Deus usou para escrever a Bíblia não escreveram de acordo com seus próprios pensamentos, pois “homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1:21). Eles escreveram o que Deus lhes disse, pois “toda a Escritura é inspirada por Deus” (2 Tm 3:16 – ARA). É a Palavra de Deus, não do homem.

Por que o holocausto vem primeiro 

O holocausto vem primeiro porque tipifica o que a obra de Cristo no Calvário é para Deus. O livro começa, então, apresentando primeiro o lado de Deus, pois, se Deus foi totalmente satisfeito e glorificado quanto à questão do pecado, certamente nós podemos ficar satisfeitos também. Isso é o que vemos, em figura, apresentado a nós no holocausto, e quão precioso é para nosso coração meditar em Cristo desta maneira. Deus não só coloca o holocausto em primeiro lugar, mas também começa com o aspecto mais elevado dele – o novilho. Ele também era um sacrifício voluntário; ou seja, quem o trazia não tinha obrigação de fazer isso. Gostamos de pensar no Senhor Jesus fazendo voluntariamente a vontade do Pai até a morte – “e morte de cruz”. Nós O ouvimos dizer: “venho para fazer, ó Deus, a Tua vontade” (Hb 10:9), e nada houve que O desviasse disso.

O ofertante então colocava as mãos sobre a cabeça do bezerro, que era sem defeito, e dessa forma o valor do sacrifício era, por assim dizer, transferido para o ofertante. Quando pensamos no perfeito deleite que o Pai encontrou na obra de Seu bendito Filho, Aquele que Se tornou Homem para glorificar a Deus, quão maravilhoso é que sejamos levados a Deus em toda a perfeita aceitação de Sua Pessoa e obra! Somos “aceitos no Amado” (Ef 1:6 – KJV). Em seguida, lemos: “degolarás o novilho perante o SENHOR” (Lv 4:4), e quão belamente isso tipifica o Senhor Jesus oferecendo-Se a Si mesmo “imaculado a Deus” (Hb 9:14). Ninguém Lhe tirou a vida; Ele de Si mesmo a deu (Jo 10:18). O sangue do novilho, o sinal de que havia morrido, era então levado e aspergido sobre o altar, “porquanto é o sangue que fará expiação pela alma” (Lv 17:11).

Fogo e juízo 

O corpo do novilho era então cortado em pedaços para ser oferecido sobre o altar de bronze. O fogo, na Escritura, é uma figura de juízo, e assim vemos o Senhor Jesus exposto ao juízo de Deus naquelas três horas de trevas na cruz. Assim como toda essa oferta subia como cheiro suave a Deus, sabemos que a obra do Senhor Jesus foi muitíssimo agradável ao coração de Deus, Seu Pai. Homens e mulheres pecadores desde Adão haviam desonrado a Deus de todas as maneiras possíveis, mas, quando Deus olhava para Seu bendito Filho, Ele não via nada a não ser aquilo que trazia pleno gozo ao Seu coração. Foi assim, mais do que em qualquer outro momento, quando Ele O glorificou em Seus sofrimentos expiatórios e morte.

G. H. Hayhoe

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