Origem: Revista O Cristão – Pestilências e Pragas
Elias Orou – Ele Orou Novamente
“Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós, e orou com fervor para que não chovesse, e por três anos e seis meses não choveu sobre a terra. E ele orou novamente, e o céu deu chuva, e a terra produziu seus frutos” (Tg 5:17-18).
A passagem a que Tiago se refere (1 Rs 17-18) ocorreu durante o reinado do ímpio rei de Israel Acabe, quando, de uma perspectiva nacional, o culto a Jeová havia sido efetivamente substituído pela idolatria. Moisés havia advertido fielmente Israel das consequências de não obedecer aos mandamentos de Jeová e se voltar para outros deuses (Dt 28:14). Mas Israel fez exatamente isso, e por muitos anos. Agora Elias, agindo no seu papel de profeta e de acordo com a Escritura, que diz: “O SENHOR, por chuva da tua terra, te dará pó e poeira” (Dt 28:24), declara que não choveria por três anos e meio, a não ser por sua palavra. A Escritura não nos diz se Elias orou de modo sincero antes ou depois de ter feito seu pronunciamento corajoso a Acabe (Pv 28:1). Ele provavelmente orou antes e depois, mas o ponto que quero enfatizar dessa parte, no que se refere à atual aflição global, é a relevância das ações de um homem solitário.
Deus longânimo
É reconfortante reconhecer o valor que o Senhor atribui a Seus filhos e às distâncias que Ele percorrerá para alcançá-los. O Senhor causou uma fome mundial a fim de forçar os irmãos de José a descerem ao Egito, o que acabou levando ao seu arrependimento e restauração. Ele enviou uma tremenda tempestade afetando um navio inteiro, a fim de recuperar um homem, seu servo Jonas, que havia fugido de Sua presença. Não está além dos caminhos do nosso Deus causar estragos nas economias do mundo se esse é o meio de alcançar e restaurar um dos Seus.
Intercessão de um homem
Mas em nossa passagem, foi a ação da fé de apenas um homem que transformou a sorte de todo o Israel em mal e depois em bem. A Escritura frequentemente aponta para a humanidade dos servos de Deus. Eles não eram super-humanos. Elias era um homem “sujeito às mesmas paixões que nós”. Ou seja, ele experimentou os mesmos sentimentos que experimentamos. Ele conhecia medo, isolamento, frustração, indignação e muito mais. A Escritura é clara que Elias nem sempre agiu corretamente, assim como nós, e ainda assim, ele foi um homem que mudou o curso da história pela oração individual.
Tem sido frequentemente apontado que, para que a chuva fosse retida, Elias orou sinceramente ou “orou com oração” (JND). Isso não foi uma menção casual ao baixo estado de Israel ou uma queixa de corrupção nos altos escalões, mas uma súplica sustentada e específica para Deus reter Sua bênção, a fim de levar o povo ao arrependimento, a chave para a bênção final. O Senhor Jesus lembrou a Seus discípulos de que o Pai deles enviava chuva “aos justos e injustos” (Mt 5:45). Não é Seu desejo reter Suas misericórdias, mesmo para com os iníquos. No entanto, Deus ouviu a voz de um homem que sofria com a desonra a Jeová e que orava sinceramente.
Ele orou novamente
Mas, após o confronto de Elias com os profetas de Baal no Monte Carmelo, quando o povo finalmente reconheceu que Jeová era realmente Deus, ou “seu” Deus (efetivamente o significado do nome de Elias), ele orou “novamente”. No entanto, a Escritura não registra que ele orou “fervorosamente”. Tal é o coração de Deus – sempre pronto para abençoar, assim que o fim que Ele previu fosse alcançado. Elias, no teor dos pensamentos de Deus, viu uma “pequena nuvem … como a mão de um homem” e disse a Acabe para descer para que a chuva não o apanhasse. A fé vê o que pode ser considerado irrelevante aos olhos do homem; além disso, a fé reconhece que quando Deus inicia uma obra, por mais imperceptível que seja, resultará em grandes bênçãos.
Então, novamente, assim é em nossos dias. A descrença nos levará ao fatalismo e ao desespero ou nos fará dobrar em esforços frenéticos para conter a maré. Em contraste, a fé se volta para Deus em uma oração sincera, específica e sustentada. Não somos nada, e este é exatamente o lugar que Deus quer que cheguemos, para que “todos os homens conheçam Sua obra” (Jó 37:7).