Origem: Revista O Cristão – Montes
Sete Montes em Mateus
Um monte na Escritura representa um lugar elevado acima do nível deste mundo. No livro de Mateus, encontramos o Senhor Jesus em sete montes diferentes. Mateus, é claro, O apresenta a nós como o Rei dos judeus, principalmente em Sua rejeição. Desde que foi rejeitado por Seu povo Israel, o Senhor Jesus introduziu uma nova dispensação, a dispensação da graça, na qual se encontra o reino dos céus. O Rei rejeitado governará Seu reino desde os céus e quem crer são Seus súditos.
O primeiro monte
O primeiro monte que consideraremos está em Mateus 4:8. Após Seu batismo e Sua aceitação pública por Deus, o Senhor Jesus foi levado ao deserto pelo Espírito para ser tentado pelo diabo. Nesse momento, “transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-Lhe todos os reinos do mundo e a glória deles”, e os oferece, se Ele se prostrar e adorá-lo. O Senhor Jesus usa toda a armadura de Deus para Se defender dos ataques do tentador e o derrota com a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. Nós, também “não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6:11-12).
Cristo não receberia glória de ninguém além de Seu Pai, mesmo que o reino pudesse ser obtido apenas por meio do sofrimento e da morte. “Pelo que também Deus O exaltou soberanamente e Lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na Terra, e debaixo da Terra” (Fp 2:9-10). Este princípio não pode ser entendido pelo homem natural. O Senhor Jesus foi desprezado e rejeitado, tornando-Se o Homem das dores e Seus súditos também, se O seguirem, encontrarão esse mesmo tipo de vida.
O segundo monte
No segundo monte, em Mateus 5, encontramos Jesus assentado e Seus discípulos vindo a Ele, enquanto lhes ensinava sobre os princípios de Seu reino. Seria por mansidão e humildade que eles seriam abençoados, não por se afirmarem ou reivindicarem seus direitos.
O terceiro monte
Em Mateus 14:23, o Senhor Jesus sobe novamente ao monte para ficar sozinho com Deus em oração. Se os princípios do reino serão mantidos, eles devem ser mantidos pela dependência e obediência ao Pai. Este é o poder que o crente recebe de Deus em oração, e é necessário para qualquer fidelidade e serviço a Ele. Na oração, o indivíduo também está sozinho com Deus.
O quarto monte
Mateus 15:29 nos traz o quarto monte, onde Jesus é encontrado dando a Seus discípulos o exemplo de serviço para atender às necessidades dos outros. Por menor que seja, Ele pode usar o que temos para alimentar a multidão, e com muita sobra. Podemos sentir que nossas contribuições são insignificantes, mas nas mãos de nosso Senhor e com Suas bênçãos há uma abundância.
O quinto monte
Quando chegamos a Mateus 17, encontramos uma demonstração da glória futura do Senhor Jesus Cristo, à medida que Ele traz Pedro, Tiago e João para um alto monte – uma prévia do reino vindouro. Naquele dia, somente Ele será exaltado (Is 2:17). O mesmo é verdade para nós; temos o privilégio de honrá-Lo e ouvi-Lo porque Ele é o Filho de Deus, e as delícias de Deus estão n’Ele. Deus não dará sua glória a outro (Is 48:11).
O sexto monte
O Monte das Oliveiras é proeminente na vida de nosso Salvador. Deste monte, Ele sobe ao céu (At 1:12), e sobre esse monte Ele voltará à Terra novamente (Zc 14:4). Em Mateus, no entanto, o Senhor Jesus inicia Sua marcha triunfante até Jerusalém a partir do Monte das Oliveiras e Se apresenta mais uma vez ao Seu povo como seu Rei. Eles O recusam novamente e Ele termina Sua rejeição final chorando sobre Jerusalém (Mt 23:37).
Do Monte das Oliveiras, em Mateus 24:3 até o capítulo 25, o Senhor discursa com Seus discípulos a respeito dos eventos futuros: a grande tribulação, o julgamento da Cristandade professa e o julgamento das nações gentias. Nós não aprendemos essas coisas com a inteligência deste mundo, mas por estar em comunhão com Ele nos lugares celestiais. “E disse o Senhor: Ocultarei Eu a Abraão o que faço ?” (Gn 18:17). Foi também do Monte das Oliveiras que Jesus revelou a Pedro que ele não podia ter confiança na carne, e Pedro teve que aprender isso por meio de uma triste experiência. As melhores intenções nunca podem ser realizadas sem poder divino. O Senhor Jesus é um professor paciente e amoroso, e Seu desejo é restaurar os que caem, para que aprendam a confiar n’Ele.
O sétimo monte
O sétimo monte em Mateus, no qual encontramos o Senhor Jesus, era um lugar que Ele havia designado para encontrar-Se com Seus discípulos após Sua ressurreição. “Quando O viram, O adoraram” (Mt 28:17). Hoje, o Senhor Jesus tem um local designado onde também prometeu Sua presença: “Onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles” (Mt 18:20). O local, no entanto, não seria nada à parte de Sua Pessoa, mas se Ele está lá, faz toda a diferença. O próprio Senhor Jesus Cristo é o centro de reunião. Nós O valorizamos e O apreciamos quando Ele nos reúne em torno de Si mesmo, acima do nível deste mundo? É ali que aprendemos o que está em Seu coração e o que está em nosso coração. Também aprendemos a depender d’Ele, a servi-Lo e a aprender o que Ele está prestes a fazer. Mas, acima de tudo, é ali que temos o privilégio de adorá-Lo.
Embora fisicamente os Seus ainda estejam no mundo, moral e espiritualmente, somos vistos como assentados com Ele naquelas alturas dos montes (Ef 2:6). Que isso nos encoraje a sermos mais fiéis a Ele enquanto aguardamos Seu retorno, quando estaremos com Ele e seremos como Ele nessas alturas de glória!
R. Klassen (adaptado)