Origem: Revista O Cristão – Tempo e Eternidade

Termos Proféticos: O Estado Eterno

Enquanto o Velho Testamento fala longamente sobre o vindouro reino milenar de Cristo, e há algumas referências a ele no Novo Testamento, muito pouco é dito no Novo Testamento sobre o estado eterno – os novos céus e nova Terra – e não é mencionado no Velho Testamento. Alguns versículos do Velho Testamento são citados no Novo, e aí eles são aplicados ao estado eterno, mas o Velho Testamento não vai além do Milênio.

O Milênio será um tempo glorioso para a Terra atual e durará mil anos; no entanto, ele terá um fim. No seu final será novamente demonstrado o coração do homem em inimizade para com Deus, mesmo depois de tanta bondade. O fogo do céu vindo de Deus consumirá os rebeldes.

O destino final 

O diabo, que novamente enganará os homens após sua breve libertação do confinamento no poço sem fundo, ou abismo, será então lançado no “lago de fogo e enxofre”. Este será o seu destino final. Quando ele for lançado nesse lugar horrível, é dito que a besta (aquela cabeça de um império romano revivido) e o falso profeta (o anticristo) ainda estarão lá. Eles já tinham sido lançados lá mil anos antes, na vinda de Cristo para reinar. Embora estivessem no lago de fogo por mil anos, eles não foram aniquilados. Lá, eles e o diabo junto, deverão permanecer e “de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre” (Ap 20:10). O desejo do homem produziu seu pensamento de aniquilação, mas que é estranho à Palavra de Deus. Há uma eternidade de punição para a besta, para o falso profeta e para o diabo (e para todos os que morrem em seus pecados), de acordo com a Palavra d’Aquele que “não pode mentir”. Alguns têm pensado e escrevem que o diabo é um rei no inferno, mas a Escritura o descreve como sendo atormentado lá dia e noite. Que possamos ter o pensamento de Deus e não o do homem.

As duas ressurreições 

Os mortos iníquos que não forem ressuscitados, quando o Senhor der o alarido chamando os corpos dos santos que morreram em Cristo de seus túmulos mais de mil anos antes, serão então ressuscitados. O homem pode falar de uma ressurreição geral no último dia, mas eles não obtêm isso da Palavra de Deus. Muitas Escrituras ensinam que existem duas ressurreições – uma para a vida e a outra para o julgamento. Em breve o Senhor dará aquele alarido vivificante, e os corpos daqueles que morreram em fé serão ressuscitados, mas os incrédulos de todas as eras permanecerão em seus túmulos até o tempo que estamos descrevendo – depois do Milênio e no início do estado eterno.

Os mortos, pequenos e grandes, estarão diante de Deus no grande trono branco para serem julgados. Eles serão julgados “segundo as suas obras”, que estavam escritas nos livros. O homem espera que Deus esqueça suas obras perversas, mas todas elas são registradas, e as evidências serão apresentadas naquele dia. O “livro da vida” também estará lá para provar que seus nomes nunca foram escritos nele. A evidência será conclusiva e sua ruína eterna.

“E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Ap 20:11-15). Sim, o estado eterno dos perdidos será no “lago de fogo”. É descrito de várias maneiras como: fogo eterno (Jd 7), tormento eterno (Mt 25:46), o bicho que nunca morre (Mc 9:44), eterna perdição (2 Ts 1:9), negrura das trevas eternamente (Jd 13), e muitas outras expressões desse tipo. Por que os homens devem tentar firmemente provar que sua existência não é eterna quando Deus diz que é? Ele passará a eternidade com Deus em bem-aventurança ou será atormentado com o diabo e seus anjos.

Um novo céu e uma nova Terra 

Imediatamente após descrever o julgamento final dos não salvos e seu lançamento no lago de fogo, a Palavra de Deus segue para o eterno estado de bem-aventurança. “E vi um novo céu e uma nova Terra. Porque já o primeiro céu e a primeira Terra passaram, e o mar já não existe” (Ap 21:1). Em 2 Pedro 3, lemos que “aguardamos novos céus e nova Terra, em que habita a justiça”. Antes, diz que a Terra atual e os céus ao redor serão dissolvidos e derreterão com calor fervente. Como ou onde Deus sustentará os santos da Terra no final do Milênio, quando a Terra atual for dissolvida, Ele não nos disse. Basta que saibamos que Ele pode e deseja. Ele então fará a Terra completamente nova. A partir da afirmação de que “o mar já não existe”, parece que muitas mudanças ocorrerão. Grande parte da superfície da Terra está agora coberta de água, e isso é necessário para a vida como é atualmente, mas então tudo será novo. A vida será adequada à nova condição, seja ela qual for.

Nos é dito que a justiça habitará naquele estado eterno onde o pecado nunca poderá entrar. Atualmente, a justiça é apenas pregada ou oferecida; podemos sofrer por justiça agora. No Milênio, a justiça reinará e a maldade será derrubada, mas no novo céu e nova Terra de Deus ela habitará. Essa será a condição estável e permanente. Nenhum sopro de pecado jamais contaminará essa nova cena. Então será visto o cumprimento completo de João 1:29: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”.

Pecado completamente afastado 

Atualmente, nós que cremos, sabemos que nossos pecados foram postos de lado. No Milênio, haverá uma demonstração adicional do valor da obra do Cordeiro de Deus, mas na bem-aventurança eterna veremos o pecado completamente afastado da criação de Deus. “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus!” (Rm 11:33). Em Apocalipse 21:1-8 temos a descrição mais completa do estado eterno. O apóstolo Paulo só se aproximou disso em 1 Coríntios 15:24-28, onde ele fala de Cristo colocando tudo em sujeição e depois entregando o reino que Ele governou como Homem. Então Deus – Pai, Filho e Espírito Santo – será tudo em todos. Isso coincide com Apocalipse 21:3; o tabernáculo de Deus estará com os homens. Não haverá mais nações ou idiomas divididos, e o próprio Deus estará com homens redimidos naquele estado eterno.

A habitação eterna com Deus 

Quando Adão estava em inocência no Jardim do Éden, Deus o visitou, mas Ele não habitou com o homem naquele estado. Com os homens redimidos no estado eterno, Ele habitará. No dia eterno “não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas” (Ap 21:4). Oh, a glória desse estado fixo de bem-aventurança! É verdadeiramente digno de Deus.

E o que dizer da Igreja, a noiva de Cristo, nessa bênção eterna? Na visualização do estado eterno ela é vista como “a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu Esposo”. Ela ainda tem sua beleza como no dia de suas núpcias. Ela ainda é vista como uma “noiva” (Ap 21:2 – ARA). Com que rapidez uma noiva perde hoje sua beleza nupcial, mas oh, companheiro Cristão, nunca a perderemos como a noiva de Cristo. Depois de mil anos, a Igreja ainda terá a mesma beleza nupcial no céu. Se nós apenas adotássemos essas coisas um pouco mais em nosso coração, veríamos muito pouca beleza em tudo aqui abaixo. Que os pensamentos de Cristo e Sua glória vindoura, e os nossos pensamentos com Ele, elevem nosso pobre coração acima deste mundo cansado, e então, viveremos na atmosfera do céu.

P. Wilson (adaptado)

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