Origem: Revista O Cristão – Os Ouvidos
Coceira nos Ouvidos – O Que É Agradável a Si Mesmo
“Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (2 Tm 4:3-4).
Aqui encontramos não “ouvidos fechados”, mas “ouvidos que coçam”[1] e aqueles que “desviam os ouvidos da verdade”. Os ouvidos não são surdos, nem impedidos, nem fechados; eles estão bem vivos e abertos para ouvir. Eles coçam para captar algum som, mas não a verdade. Não, eles se afastam da verdade como de um som conhecido, mas desagradável, familiar, mas de mau gosto, ouvindo de todos os lados, mas desacreditado e evitado. Os ouvidos que coçam procuram o que é agradável a si mesmos e se desviam da verdade. Procuram o sensacional, o sentimental, o irreal, a sabedoria deste mundo, mas detestam a verdade.
Isso é solene e sério! E qual é a consequência? A coceira nos ouvidos satisfaz? Essa coceira leva à paz ou ao contentamento ou a uma base sólida de descanso divino? Não, pelo contrário, ela leva “às fábulas”. Que punição! Desviar-se da verdade é tornar-se às fábulas. Que retrato do nosso dia!
Lemos: “Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos”. Esse tempo chegou e esses são os homens desta geração. Os mestres vão se amontoando e a doutrina deles se adequa admiravelmente aos gostos corrompidos e degradados dos ouvidos que os escutam. A sã doutrina como expiação pelo sangue, a eternidade da punição e a deidade do bendito Senhor Jesus Cristo não podem ser toleradas. Os grandes fatos fundamentais da doutrina de Deus são cientificamente descartados, e em vez disso, fábulas tolas e aberrações mentais são gananciosamente engolidas.
A palha e o trigo
“Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor” (Jr 23:28), e os ouvidos religiosos destes dias estão se alimentando de palha. Aproximamo-nos rapidamente do momento em que “Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira, para que sejam julgados todos os que não creram a verdade; antes, tiveram prazer na iniquidade” (2 Ts 2:11-12). É, portanto, uma coisa séria brincar com a verdade, ou pensar que Deus não tem consciência de como ela é tratada em nossas mãos.
Os homens desta geração são terrivelmente responsáveis. Eles estão em terreno escorregadio. Mil privilégios sagrados, uma Bíblia aberta, um evangelho claro e difundido, o trabalho do Espírito na Terra, a graça paciente de Deus – tudo isso torna a responsabilidade deles enorme. Graças a Deus, graça e misericórdia permanecem; a porta ainda não está fechada. O doce convite ainda é válido. “VEM”, chega aos ouvidos tão plena e ricamente como sempre.
“Escutai, e inclinai os ouvidos, e não vos ensoberbeçais; porque o SENHOR falou. Dai glória ao SENHOR, vosso Deus, antes que venha a escuridão e antes que tropecem vossos pés nos montes tenebrosos; antes que, esperando vós luz, Ele a mude em sombra de morte e a reduza à escuridão” (Jr 13:15-16).