Origem: Revista O Cristão – Sal

A Importância do Sal

Cerca de 100 anos atrás, uma empresa em St. Clair, Michigan, EUA, que vendia sal, anunciava seu produto publicando um livreto intitulado “Cento e Um Usos para o Sal Diamond Crystal”. Incluídas em sua lista estavam funções como manter as cores brilhantes em vegetais cozidos, fazer sorvete, remover ferrugem, selar rachaduras, apagar fogo de gordura e tratar uma infinidade de doenças humanas, como dispepsia, entorses, dores de garganta e dores de ouvido. Hoje, o número é de mais de 14.000 usos, pois a lista agora inclui a fabricação de produtos farmacêuticos, o derretimento de gelo nas estradas no inverno, a fabricação de sabão, o amolecimento da água e a fabricação de corantes para têxteis.

O sal é tão comum hoje, e relativamente barato, que esquecemos que desde o início da história do homem neste mundo, o sal era uma das mercadorias mais procuradas. Só depois do século XX que o sal se tornou facilmente disponível e barato. A busca pelo sal desafiou os engenheiros por milhares de anos. Rotas comerciais foram estabelecidas, alianças formadas, impérios assegurados e revoluções provocadas — tudo por causa do sal. Durante esses milênios, o sal representava riqueza. Muitos governos o tributaram para captar dinheiro. Era muitas vezes usado como dinheiro, e os exércitos eram pagos com sal. A palavra latina sal tornou-se a palavra francesa solde (pagar), da qual veio a palavra soldado e também a expressão, “vale o seu sal”[3]. Nossas palavras em inglês salary [salário] e salad [salada] são derivadas da mesma raiz, já que os romanos frequentemente usavam sal em verduras.
[3] N. do T.: “Worthy is salt”; expressão inglesa que significa “alguém competente que sabe o que está fazendo”.

Um conservante

O sal é mencionado muitas vezes na Palavra de Deus, e a maioria dessas referências está no Velho Testamento. Como outros artigos nesta edição de O Cristão exporá o significado específico de muitas dessas referências, nos limitaremos, neste artigo, a um aspecto do sal que é bem conhecido: a sua capacidade de conservar. Isso tem sido bem reconhecido ao longo da história. O homem há muito tempo sabe como conservar a carne e alguns vegetais, embalando-os em sal. Mas a Palavra de Deus toma essa mesma função do sal para nos ensinar lições importantes. Uma delas diz respeito ao Mar Salgado (também conhecido como Mar Morto), que surgiu como resultado da destruição de Sodoma e Gomorra.

A lição aqui não é tanto o caráter conservador do sal, mas como Deus preservou o Mar Salgado. Não parece que o Mar Salgado existisse antes daquelas cidades perversas serem destruídas. Pelo contrário, a área é descrita como sendo “toda bem regada, antes de o SENHOR ter destruído Sodoma e Gomorra, e era como o jardim do SENHOR” (Gn 13:10). Podemos ser tentados a pensar superficialmente nessa expressão, mas lembremo-nos de que a frase “o jardim do Senhor” é usada em apenas um outro lugar na Palavra de Deus. É encontrada em Isaías 51:3, onde o Espírito de Deus descreve a futura bênção de Israel no Milênio. Ali diz que, “o Senhor consolará a Sião: e consolará a todos os seus lugares assolados, e fará o seu deserto como o Éden e a sua solidão, como o jardim do SENHOR”. O Espírito de Deus não exagera em Suas descrições, para que possamos concluir com segurança que a área ao redor de Sodoma e Gomorra era realmente um lugar bonito. No entanto, quando o Senhor “fez chover enxofre e fogo, do SENHOR desde os céus” (Gn 19:24), Ele deixou aquele Mar Salgado como um lembrete solene para nós do terrível julgamento que aguarda aqueles que continuam na impiedade e no pecado.

Aqueles que visitaram a área dizem-nos que há muitos minerais no Mar Salgado, e entre eles o enxofre é bastante relevante. (A palavra “sal” na língua portuguesa é geralmente usada para se referir ao cloreto de sódio, ou o que tradicionalmente chamamos de “sal de cozinha”, mas a palavra na verdade tem um significado muito mais amplo. Em termos químicos, um sal é uma combinação de um ácido e uma base, de modo que, por exemplo, bicarbonato de sódio e outros compostos também são tecnicamente “sais”. No entanto, na Bíblia, a palavra “sal” refere-se ao que chamamos de sal de cozinha). Toda a área ao redor do Mar Morto é agora muito árida, e a água que deságua nele vem do Rio Jordão e de outras drenagens terrestres, com quase nenhuma das chuvas, que é inferior a 100 mm por ano.

Sodoma e Gomorra

O Espírito de Deus refere-se a Sodoma e Gomorra muitas vezes na Bíblia. As duas cidades “Sodoma e Gomorra” são mencionadas juntas 10 vezes na versão Almeida corrigida, enquanto a palavra “Sodoma” é mencionada 46 vezes. Se este mundo precisa de uma lembrança alarmante do julgamento de Deus, Ele certamente a providenciou no Mar Morto e na qualidade conservadora dos sais encontrados nele. O próprio Senhor Jesus Se referiu a Sodoma e a Gomorra quando Ele condenou algumas das cidades onde Suas poderosas obras foram feitas. Mesmo a “National Geographic Society”, que não é conhecida por sua reverência à Palavra de Deus, foi forçada a admitir, há alguns anos, que o Mar Salgado possivelmente apoiou o registro bíblico da destruição de Sodoma e Gomorra.

Em resumo, então, podemos dizer que Deus deixou o homem sem desculpas. Por milhares de anos, o Mar Morto tem sido conservado como uma lembrança do julgamento sobre essas cidades perversas, e Deus tem feito com que o clima tenha sido alterado de modo que essa lembrança não possa ser facilmente removida. Como já mencionamos, não só a área é extremamente quente e árida, mas o Mar Morto está a cerca de 430 metros abaixo do nível do mar. Por essa razão, toda a área circundante em Israel e na Jordânia, bem como áreas mais distantes, deságuam nele. Como é triste ver tantos hoje reagindo como os genros de Ló, que, quando foram avisados do julgamento vindouro, consideraram que o mensageiro era um “zombador”!

W. J. Prost

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