Origem: Revista O Cristão – A Criação de Filhos Parte 1
Crianças Felizes
A criação de filhos é um privilégio maravilhoso. “Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre, o Seu galardão” (Sl 127:3). Junto com cada privilégio vem uma responsabilidade, que inclui ter o cuidado de suas crianças fisicamente, de os ensinar sobre o Senhor, desenvolvendo seus pontos fortes, bem como reconhecendo e trabalhando em suas fraquezas. Uma outra parte muito importante de criar uma criança é, “instrui o menino no caminho em que deve andar” e “criai-os na doutrina e admoestação do Senhor”. Damos graças, pois, à Palavra de Deus que nos dá a instrução benéfica de como realizar a correção de modo que nossas crianças possam aprender a maneira correta de obediência e de felicidade.
Antes que procuremos receber algo da Palavra de Deus, é necessário estabelecer que a Palavra de Deus é nossa autoridade final. Isso significa que devemos buscar Deus em Sua Palavra e colher a bênção que Ele quer que colhamos. Os novos Cristãos em Tessalônica receberam a recomendação de Paulo, que disse: “pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade) como Palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que crestes” (1 Ts 2:13). A chave é que eles aceitaram o que Deus disse (entregue pelo Espírito Santo por meio de Paulo) como a Palavra de Deus ao invés de considerarem como sendo a palavra de homens. Hoje também recebemos instruções perfeitas ao aceitarmos como verdade o que Deus disse. Isso se aplica a todas as situações e responsabilidades de nossa vida, incluindo a disciplina das crianças. Partindo desse fundamento, consideremos o que Deus tem para os pais ao corrigir e instruir seus filhos.
Obediência e submissão
A Palavra de Deus fornece sabedoria perfeita para cada situação e experiência de vida e, felizmente, o Senhor dá orientação, encorajamento e instrução para que os pais possam conhecer os pensamentos de Deus sobre como instruir, nutrir e disciplinar seus filhos. A Bíblia também nos ensina que a obediência e a submissão são o caminho da felicidade para todos nós, mas que a obstinação e fazer o que é certo aos nossos olhos nos traz tristeza. Isso é verdade para adultos bem como para crianças de todas as idades. O desafio e a bênção de ser pai é que você tem a responsabilidade de educar e admoestar seu filho, de ajudá-lo a chegar ao ponto de arrependimento diante de Deus e da fé no Senhor Jesus Cristo.
A natureza pecaminosa
O Salmo 51:5 diz: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”. Esse versículo foi escrito por Davi quando ele confessava abertamente o pecado de sua vida. A oração de Davi revelou que ele tinha sido levado a ver o que era verdade, que ele possuía uma natureza pecaminosa e não havia nada de bom dentro dele. Em seu quebrantamento, Deus o usa para declarar o que é verdade para cada criança nascida neste mundo, a saber, que ela tem uma natureza pecaminosa herdada de seus pais. Por que é importante reconhecermos essa condição? A razão é esta: Se reconhecermos que o que Deus disse é verdade – que nossos filhos desde o primeiro suspiro têm uma natureza pecaminosa – então perguntaremos prontamente: Como posso ajudá-los a reconhecer seus pecados e invocar a salvação que vem do Senhor? Uma vez que percebemos sua condição e nos debruçamos na Palavra de Deus, descobrimos que a “vara de correção” é uma das maneiras que Deus deu para nos ajudar a disciplinar nossos filhos. Nosso objetivo é ajudá-los a aprender o que Deus determinou ser o certo e o errado, de modo que, desde cedo na vida, nossos filhos chorem em arrependimento, como Davi fez quando seu pecado foi apresentado a ele.
Instrução
Provérbios 12:1 diz: “O que ama a correção ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é um bruto [estúpido]”. Aqui, aprendemos que a instrução (que inclui saber o que é certo e o que é errado) é a chave para adquirir conhecimento. A correção é necessária e benéfica, e o amor não está ausente durante a disciplina.
Correção
Provérbios 13:24 nos diz, “O que retém a sua vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, a seu tempo, o castiga”. Nesse versículo Deus afirma claramente que uma prova do amor dos pais por seus filhos é demonstrada pela disposição que têm em discipliná-los no momento certo. Aqui aprendemos o motivo da correção, e ele é o amor. Com base nesse versículo, aprendemos que o amor em ação é visto pela disciplina adequada. Ou dito de outra forma: Uma prova do amor dos pais é sua disposição de praticar a disciplina adequada. Isso é útil e reconfortante de se entender, pois às vezes ouvimos: “Eu nunca poderia bater em meus filhos, pois os amo demais”. Tomando o versículo acima em toda a sua simplicidade e verdade, percebemos que o pensamento de reter a correção necessária, com base no “amor”, não se alinha com o ensino da Palavra de Deus.
Provérbios 23:13-14 diz, “Não retires a disciplina da criança, porque, fustigando-a com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno”. Todos os pais querem fazer tudo o que puderem para livrar seus filhos de danos naturais. Seria muito estranho se os pais ignorassem os perigos óbvios, não instruíssem seus filhos e não os impedissem de fazer o que é mau. Certamente, podemos concordar que o inferno é o maior perigo que nossos filhos enfrentam! Portanto, um pai deve responder e procurar encontrar a libertação deles. Graças a Deus temos instruções claras para ajudar a trazer libertação, a saber, a “vara de correção”! Não devemos nos curvar e aceitar humildemente as instruções claras da Palavra de Deus? Em qualquer medida em que nos submetermos a Deus e à Sua Palavra, seremos abençoados.
Amor e castigo
“Porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque que filho há a quem o pai não corrija? Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas Este, para nosso proveito, para sermos participantes da Sua santidade. E, na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela” (Hb 12:6-7, 9-11). Aprendemos com essa passagem que a correção deve ser esperada como parte de nossa experiência Cristã, ao longo da vida, para nos aproximarmos de Deus. Portanto, a correção é benéfica e resulta em felicidade (quando recebida de forma adequada). Receber essa passagem em toda a sua simplicidade e verdade traz paz, pois começamos a perceber que Deus está nos moldando ao longo da vida, e quanto mais aceitamos a correção, mais temos paz. Deus está fazendo isso para o nosso bem. Como pais, devemos considerar a correção de nossos filhos como sendo uma ação para o bem deles.
Paz e felicidade
Aprendemos, então, com a Palavra de Deus que há um caminho de paz e felicidade quando aceitamos a correção vinda das mãos do Senhor. Como pais, temos a responsabilidade dada por Deus de realizar a correção. Quero adicionar aqui um comentário prático que aprendemos com o tempo, que é o de que as crianças aprendem desde muito novas. Elas também expressam sua própria vontade desde uma idade muito tenra. Para a bênção final de seus filhos, uma vez que você observe a expressão de suas próprias vontades (arquear as costas, virar a cabeça, etc), é hora de começar a ensiná-los usando a correção apropriada e em oração.
Para encerrar, vamos descansar na certeza de que o caminho de Deus é o melhor e a obediência traz bênçãos. Lucas 5:1-11 dá um bom exemplo de bênção proveniente da obediência. Pedro simplesmente obedece ao pedido do Senhor duas vezes. Primeiro, o Senhor pediu a Pedro para afastar um pouco seu barco da praia para que ele pudesse pregar do barco, e depois o Senhor pede a Pedro para “faze-te ao mar alto” [ou, “lance ao mais fundo” – KJV]. A obediência de Pedro ao simples pedido do Senhor trouxe essa bênção! A obediência sempre beneficia os outros e também ao indivíduo que é obediente. A obediência de Pedro beneficiou o Senhor, pois Ele pôde pregar do barco sem ser pressionado pela multidão, e beneficiou seus amigos, pois eles pegaram tantos peixes que o barco começou a afundar! Quando os pais são obedientes ao Senhor, toda a família colhe a recompensa. Da mesma forma, os filhos que aprendem a ser obedientes causam um efeito positivo nos pais.
W. R. Hayhoe