Origem: Revista O Cristão – Pedras
Israel – Uma Pedra Pesada
Na profecia de Zacarias a respeito de Israel, lemos estas solenes palavras: “Eis que porei Jerusalém como um copo de atordoamento para todos os povos em redor […] E acontecerá, naquele dia, que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que se sobrecarregarem com ela certamente sairão feridos” (Zc 12:2-3 – JND). Sem dúvida, isso se refere a um dia futuro, quando Israel, tendo passado pela grande tribulação, será novamente tomado e defendido pelo Senhor. Embora não seja especificamente declarado aqui, parece que, profeticamente, os exércitos da besta romana, incluindo o anticristo, já terão sido eliminados pelo Senhor a essa altura. Depois disso, evidentemente haverá um cerco a Jerusalém pelas nações que restarem, com o propósito de destruí-la. No entanto, a ênfase aqui não é tanto em quais são as nações envolvidas nesse cerco, mas sim no fato de o Senhor fazer de Jerusalém um “copo de atordoamento” e uma “pedra pesada” para elas. Se, de fato, tudo isso ocorre após o “dilúvio do açoite” do rei do norte e a resultante devastação na terra de Israel, fica realmente fácil entender a perplexidade das nações vizinhas quando Israel se tornar uma pedra pesada, muito pesada para eles.
O primeiro ataque contra Jerusalém
O primeiro ataque contra Jerusalém (pelo rei do norte, provavelmente uma confederação de nações árabes, apoiada pela Rússia) é muito bem-sucedido e é permitido por Deus, visto que Israel experimenta uma devastação terrível no final da tribulação. A destruição e o derramamento de sangue serão piores do que tudo que já experimentaram antes, uma vez que é Deus lidando com eles por terem rejeitado e crucificado seu Messias. Outro efeito dessa invasão será limpar a terra dos judeus apóstatas, que seguiram o anticristo. Abandonados pela besta romana, que quebra a aliança feita com eles (Is 28:18), eles não serão capazes de resistir ao ataque que sofrerão. Mas então, quando tudo isso levá-los a se humilharem e a se arrependerem, o Senhor vem em seu socorro. Primeiro Ele destrói a confederação ocidental (os exércitos da besta romana) e depois destrói os exércitos do rei do norte. Mas nem todos serão mortos. Alguns vão escapar, para mais tarde serem destruídos pelo próprio Israel.
Outro ataque
Quando o Senhor tiver estabelecido Seu reino e introduzido o Milênio, a Rússia descerá com suas hordas para atacar e, por sua vez, será destruída pelo Senhor. Mas, depois disso, remanescentes de algumas das nações que se alinharam à Rússia serão destruídos pelos exércitos de Israel, como lemos em Zacarias: “Naquele dia, porei os chefes de Judá como uma brasa ardente debaixo da lenha e como um facho entre as gavelas; e à direita e à esquerda eles consumirão a todos os povos em redor” (Zc 12:6). Isso acontece quando Jerusalém se torna uma “pedra pesada”, quando todos os que se opõem a ela serão “despedaçados”. Com o Senhor ao seu lado, ninguém será capaz de lidar com Israel, já que é “a Pedra de Israel” (Gn 49:24) que luta por ela.
Os tempos dos gentios
No entanto, também podemos ver que ao longo dos tempos dos gentios, a nação de Israel, em especial a cidade de Jerusalém, tem sido uma pedra pesada para aqueles que se envolveram com ela. A cidade foi capturada e recapturada mais de quarenta vezes. Em ordem cronológica, Jerusalém foi uma pedra pesada para os babilônios, os gregos, os romanos, os cruzados católicos romanos (1099-1247 d.C), os muçulmanos e, na história moderna, para os britânicos, os norte-americanos e outras nações ocidentais. Desde o início das Nações Unidas em 1945, 55% das resoluções que foram submetidas à assembleia geral envolveram Israel e, nos últimos anos, esse percentual é ainda maior.
Atualmente, a cidade de Jerusalém continua a ser objeto de disputadas reivindicações, pois judeus e muçulmanos se recusam a fazer concessões quanto à sua afirmação de que a cidade é deles por direito. Desde 1949, tentativas de “internacionalizar” a cidade também falharam, pois Israel rejeita isso e declara que Jerusalém é sua capital. Porém, quase setenta anos depois, apenas nove nações da ONU votaram com os EUA quando o presidente Donald Trump anunciou em 2017 que “é hora de reconhecer oficialmente Jerusalém como a capital de Israel”. Um artigo da revista Time, há vários anos, fez este comentário perceptivo: “De todos os conflitos entre judeus e árabes, o conflito sobre Jerusalém é o mais complexo. Os israelenses estão dispostos a negociar muitas coisas, mas não negociam Jerusalém”.
Os tempos dos gentios completados
Contudo, Israel só terá Jerusalém quando o Senhor lha der, pois nosso Senhor Jesus claramente profetizou que “Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21:24). Até aquele momento, Israel pode fazer grandes avanços nos planos nacional e militar, mas os judeus estão voltando para sua terra, em grande parte, em incredulidade. Segundo a profecia, eles precisam voltar para estarem lá no período da tribulação, mas não vão voltar com a aprovação do Senhor. Por causa de uma apreensão errônea da profecia e de falta de entendimento do chamado celestial da Igreja, hoje muitos crentes queridos apoiam fortemente Israel. Mas, na maioria dos casos, os judeus estão voltando sem fé para sua terra, apenas para serem seduzidos pelo anticristo e depois caírem sobe o juízo de Deus.
Mesmo assim, que benção é poder contemplar os pensamentos de Deus a respeito deles, pois no final Suas palavras se cumprirão: “Em grande ira, escondi a face de ti por um momento; mas com benignidade eterna Me compadecerei de ti, diz o SENHOR, o teu Redentor” (Is 54:7-8). O juízo será terrível – pior do que qualquer outro que o mundo já viu, mas o resultado será uma bênção incalculável. Nosso coração também espera por esse dia, não só por causa da paz que haverá neste mundo, mas também porque nosso bendito Senhor e Mestre será justificado onde outrora foi lançado fora, e então será honrado e glorificado.