Origem: Revista O Cristão – Consciência

Consciência Diante de Deus

O Espírito Santo frequentemente coloca Paulo à frente porque nele se manifestam os caminhos do coração sob a graça. Podemos ver os caminhos de Deus e do coração humano na história que o Espírito Santo nos deu de Paulo. Ele demonstrou uma paciência verdadeiramente admirável ao cuidar da Igreja. Tinha uma atividade imensa e grande força de caráter. Atos 22 contém circunstâncias que mostram o que é uma boa consciência diante de Deus.

Se a consciência não está boa, o Espírito Santo Se entristece, e alguns, tendo deixado de lado uma boa consciência, chegaram a naufragar a respeito da fé. Se uma criança ofendeu seu pai, ela não ficará mais à vontade diante dele e não pode abrir seu coração.

Na história de Paulo, temos o registro de sua conversão em Atos 22:3-16. Então, ele está em transe ou êxtase em Atos 22:17-21, onde o Senhor ordena que ele se afaste de Jerusalém. Cabe a Ele regular essas coisas. Paulo em sua resposta diz ao Senhor que ele é precisamente o homem adequado para dar testemunho d’Ele em Jerusalém. Eu Te persegui, e eles sabem disso; eles não verão em mim a eficácia de Tua graça? Esse era o raciocínio de Paulo, mas o Senhor não leva em conta isso.

Purgado 

O que mais nos impressiona é que Paulo recorda ao Senhor toda a sua iniquidade, e isso porque sua consciência foi perfeitamente purgada diante de Deus. É necessário que seja assim se alguém se atreve a falar com Deus em detalhes de todas as suas ofensas, de todos os seus pecados. Existe um falso repouso em um filho de Deus quando a consciência não é perfeitamente boa e se abre diante de Deus. Paulo coloca diante dos olhos do Senhor todos os detalhes de seu pecado. Ele não se limita a dizer: Tu sabes tudo; antes, ele confessa tudo livremente diante de Deus, sabendo que nada pode ser imputado a ele. Ele fala sobre seus pecados como um caso resolvido de forma irrevogável. Ele pode até apresentar esses pecados como motivo para ser apóstolo, para prestar testemunho de Jesus em Jerusalém. Paulo argumenta com o Senhor como uma pessoa com seu amigo íntimo. É isso que Ananias também faz (At 9:13-16).

Quando Deus purificou a nossa consciência por Sua perfeita graça, os interesses de Jesus são nossos. Jesus não é mais nosso Juiz; Ele levou nossos pecados, nos uniu a Si mesmo, tendo tomado nossa causa em Suas mãos. Em vez de ver em Jesus nosso Juiz, vemos n’Ele um Amigo. Em vez de ter medo de Cristo, estamos cheios de confiança n’Ele, porque temos certeza do Seu amor. Há no coração uma mudança completa.

O raciocínio de Paulo era verdadeiro, como vemos em 1 Timóteo 1:15. Deus havia preparado Paulo, pois ele havia sido o maior inimigo do Senhor Jesus e o principal dos pecadores. Se Paulo falou de outras coisas além da justiça de Deus pela fé e o perfeito perdão do homem, sua boca deve ter sido fechada.

Purificado 

Pedro foi preparado negando a Cristo, o que é ainda pior do que ser Seu inimigo. Isso fechou a boca para qualquer outra coisa que não pregar graça. Tanto Paulo como Pedro tinham uma profunda convicção de pecado. Se quisermos ser fortes e prestar testemunho da graça, precisamos ter o sentido do mal, de onde Deus nos tirou. Se a ocasião se apresentar, podemos falar diante dos homens de nossos pecados, desde que tudo tenha sido colocado claramente diante de Deus. Os Cristãos convertidos em Éfeso trouxeram seus livros de magia e confessaram todas as suas ações pelo poder do Espírito Santo. Se o amor de Deus é derramado em nosso coração, temos mais vergonha por nossos pecados diante de Deus do que diante dos homens. Para ter uma boa consciência, devemos manter a consciência pura. Paulo se exercitou para ter em tudo uma consciência sem ofensa a Deus e aos homens. Quando entristecemos o Espírito Santo, não sentimos o amor de Deus da mesma maneira. Uma consciência contaminada não pode estar à vontade diante de Deus, e quando Deus entra, existem cantos escuros que ocultamos d’Ele. Impossível, então, ter essa perfeita confiança no raciocínio com Deus como com um Amigo. Se tivermos previamente a sensação de nossa debilidade, seremos forçados a buscar força em Deus.

Podemos com ousadia e sem dor recordar diante de Deus tudo o que pensamos, dizemos e fizemos? Ser incapaz de fazer isso não é estar na presença de Deus; fazer isso é recordar a Deus Sua imensa graça por ter nos perdoado. Sem Cristo, quem se aventuraria nessas coisas? O pecado oculto corrompe o coração, endurece a consciência e nos torna cegos e orgulhosos. É de toda importância para nós que nossa consciência seja totalmente esvaziada diante de Deus. Depois podemos esquecer essas coisas; não seremos julgados por causa disso. Seja fiel neste sentido – ter uma consciência pura diante de Deus e dos homens.

Bible Treasury, Vol. 13 (adaptado)

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