Origem: Revista O Cristão – Arrebatamento

A Vinda do Senhor e Seu Efeito Prático em Nós

Quando o Senhor Deus, depois da desobediência de Adão, o chamou no Jardim, Ele falou da Semente da mulher que deveria ferir a cabeça da serpente. Esta, então, é a primeira menção da vinda do Homem Jesus Cristo a este mundo – Aquele Homem que executará tudo para a glória de Deus e suprimirá toda a iniquidade. No entanto, a Igreja, na maior parte, perdeu a expectativa viva da vinda e do reino de Cristo, quando Ele julgará os vivos e os mortos. A Igreja está dizendo, como o servo mau, relatado na parábola: “O meu senhor tarda em vir”. Em consequência, ela se misturou com o mundo, ao invés de ser portadora da luz.

Os períodos distintos 

A vinda do Senhor é um só tema, mas é marcado por períodos distintos. Houve a Sua vinda quando Ele foi morto e não teve nada (Dn 9:26 – JND). Sua primeira vinda foi em humilhação; a segunda vinda é dividida em duas partes. Ele divide a sua jornada (por assim dizer) no ar para levar os que são Seus para fora do cenário onde a ira de Deus será derramada. Qual deveria ser o efeito disso no caráter de nossa alma? O efeito que isso teve sobre os santos em Tessalônica, fez deles o assunto de todos ao redor (1 Ts 1:7-9), de modo que Paulo não precisava dizer nada. Nós lemos: “Dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus a seu Filho, a Quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus” (1 Ts 1:9-10). Vemos a seriedade que os marcava. Quando convertidos, eles se voltaram para Deus e se afastaram de tudo aquilo em que haviam sido criados. Se isso não é verdade para uma alma convertida, é porque o evangelho não é pregado adequadamente ou porque a mente do homem toma o lugar da Palavra de Deus.

A obra de fé 

Em 1 Tessalonicenses 1:3, encontramos sua “obra de fé”, “trabalho de amor” e “paciência de esperança”. Se nos voltarmos para Apocalipse 2:2, onde o Senhor é visto andando entre os castiçais e Se dirige à assembleia de Éfeso, encontramos “obra”, mas nenhuma menção sobre fé; encontramos “trabalho”, mas não conectado com o amor e “paciência”, mas não a de esperança. A “paciência da esperança” é a vinda do Senhor. Se tudo isso é feito sem o princípio motivador do amor, de Deus e para Deus, não é aceitável para Ele. Não é muito barulho e correr de um lado para o outro, mas aquilo que é fielmente realizado em amor a Ele é o que Ele valoriza – um desejo ardente por Cristo habitando continuamente no coração, e Cristo formado ali.

Profecias do Velho Testamento 

No Velho Testamento, a vinda do Senhor é vista como um evento único; os sofrimentos e a glória estão conectados. Por exemplo, em Zacarias 9:9 lemos, “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, Justo e Salvador, pobre e montado sobre um jumento, sobre um asninho, filho de jumenta”. Mas em Mateus 21:5, onde se cumpre, “Justo e Salvador” são deixados de fora, porque Ele era O rejeitado naquele momento. Em Lucas 4:21, quando o Senhor diz: “Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos”, Ele para de ler no meio da sentença (Lc 4:19) – compare com Isaías 61:1-2. Já existe um intervalo de mais de 2.000 anos entre o cumprimento das duas partes dessa sentença.

Em Deuteronômio 24:5, lemos que um homem que tomou uma nova esposa “não sairá à guerra por um ano inteiro ficará livre na sua casa e alegrará a sua mulher, que tomou”. Isso nos mostra o lugar que a Igreja ocupa no coração de Cristo. Coloca diante de nós o intervalo após o Arrebatamento e o deleite de Cristo em Sua Igreja, pois Ele não aparece como guerreiro em Apocalipse 19, até depois das bodas do Cordeiro. Ele estará escondido e Se deleitando em Sua Igreja enquanto as taças da ira estarão sendo derramadas. Ele estará na casa do Pai em êxtase de gozo. Então, quando Ele sair para a guerra, iremos com Ele para julgar até mesmo os anjos. Em Daniel 7:9 há tronos, mas não ocupantes para eles. Em Apocalipse 20:4, após as bodas do Cordeiro, aos ocupantes daqueles tronos será dado o poder para julgar. É muito conveniente aos santos que ocuparão esses tronos, que tenham a inteligência para pôr de lado tudo o que seja contrário a Ele, enquanto esperam Sua vinda.

R. E. C. (adaptado)

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