Origem: Revista O Cristão – Arrebatamento
A Obra de Cristo, o Poder do Espírito e a Vinda do Senhor
A vinda do Senhor para nós se funde com todos os estados, pensamentos e motivos da vida Cristã. Ao deixar Seus discípulos, o Senhor os consola, em primeiro lugar, com a certeza de que Ele viria novamente e os receberia para Si mesmo. A última palavra de despedida no livro de Apocalipse é: “Certamente, cedo venho. Amém. Ora, vem, Senhor Jesus!” (Ap 22:20). Ter a Jesus entre eles novamente, que, em um sentido pessoal, eles haviam perdido, era a brilhante e bendita esperança colocada diante deles. Todo sentimento e motivo corretos estão ligados a isso; está fundido com o evangelho e entra em toda a sua estrutura.
Eu não faço advertências para o mundo, porque o meu objetivo são os santos, mas o Seu Aparecimento virá sobre o mundo como um ladrão na noite. Mas estamos completamente associados a Cristo em glória agora. Nossa vida ainda está escondida com Cristo em Deus, mas Ele Se manifestará, e nós seremos manifestados com Ele em glória. Sabemos que “quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele; porque assim como é O veremos” (1 Jo 3:2) e, portanto, a palavra para nós é: “E qualquer que n’Ele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também Ele é puro” (1 Jo 3:3).
Vigiando
A declaração do Senhor, quanto ao verdadeiro caráter do Cristão (Lucas 12), é que ele está esperando pelo Senhor; a bênção repousa sobre aqueles que são encontrados vigiando. O ato de vigiar se distingue do serviço enquanto Ele está ausente, e a recompensa para cada um é distinta (ver v. 37, 43-44). Para o que vigia, a alegria do céu é ministrada por Cristo; para os servos, eles governarão sobre todas as coisas. “Negociai até que eu venha” (Lc 19:13) foi a direção para os servos quando ele foi embora. O que levou a Cristandade ao mundanismo e à opressão eclesiástica foi alguns dizerem em seu coração: “O meu senhor tarda em vir”, e o julgamento e a morte como incrédulos e hipócritas foram a consequência. Nem o Senhor nem Seus apóstolos jamais falaram de antemão sobre Sua vinda como algo além da vida dos que estavam envolvidos. As virgens que dormiram são as mesmas que despertaram; os servos que receberam os talentos são os mesmos que foram julgados.
Nosso destino
Somos predestinados para sermos conformados à imagem do Filho de Deus, para que Ele seja o Primogênito entre muitos irmãos, mas isso se refere a como Ele é em glória, não como quando Ele morreu e Seu corpo estava no sepulcro. Nós carregamos a imagem do terreno e devemos carregar a imagem do celestial. Devemos vê-Lo como Ele é, ser como Ele quando Ele aparecer; devemos aparecer com Ele quando Ele aparecer, tendo sido arrebatados para encontrá-Lo nos ares, e depois levado com Ele em glória.
Santidade
A santidade atual é sempre identificada com essa semelhança de Cristo em glória, aperfeiçoada quando formos ressuscitados. “Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2 Co 3:18). Então, em João: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele; porque assim como é O veremos. E qualquer que n’Ele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também Ele é puro” (1 Jo 3:2-3). Assim, em 1 Tessalonicenses 3:13, a santidade agora buscada está em sua verdadeira perfeição diante de Deus, nosso Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo com todos os Seus santos. Em Efésios, lemos: “Cristo amou a Igreja e a Si mesmo Se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela Palavra, para a apresentar a Si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante” (Ef 5:25-27). A santidade é sempre identificada com nossa correspondência a Cristo em glória quando Ele vier – sendo então como Ele é.
A esperança de Sua vinda
Cada livro no Novo Testamento, exceto dois (Gálatas e Efésios), especifica e distintamente apresenta a vinda de Cristo como a conhecida esperança constante, caracterizando o Cristão. É identificada com cada elemento da vida e serviço Cristãos. O dizer: “O meu senhor tarda em vir” é notado como a causa do mundanismo e ruína na Igreja; a negação de Sua vinda é característica dos escarnecedores dos últimos dias.
A Igreja em geral perdeu o objeto, quanto ao que está diante de nós em esperança, para o qual eles foram convertidos. Estamos andando no poder do Espírito que habita em nós, que nos faz ter nossa conversação, nossas associações vivas no céu, ao qual pertencemos? A espera pelo Filho de Deus é o estado normal do Cristão, porque pertence a Ele. Até sermos arrebatados para estar com Cristo em glória, tudo é imperfeição, pois “temos, porém, esse tesouro em vasos de barro” (2 Co 4:7). A presença viva do Espírito Santo e a espera de Cristo caracterizam o Cristianismo e o estado Cristão. Não estar desfrutando disso é ter perdido tudo de vista.
Bible Treasury (adaptado)
