Origem: Revista O Cristão – A Vida de Jacó

Lições da Vida de Jacó

Os caminhos de Deus para com o homem, embora possam variar em forma nas dispensações sucessivas, permanecem os mesmos em princípio. Como claramente apresentado na história do Velho Testamento, eles apegam-se ao nosso coração e demandam nossa atenção, enquanto que as doutrinas que os incorporam são frequentemente pouco apreendidas e, infelizmente, são prontamente colocadas de lado como tendo pouca aplicação na nossa vida e caminhada diárias. Além disso, há o perigo de a mente se ocupar com doutrinas em vez de o coração e a consciência serem exercitados. Precisamos preservar o caráter da “criança” que aprende a princípio não por meio da doutrina, mas pela observação de pessoas e fatos para os quais sua atenção é atraída. Daí a importância do Velho Testamento, pelo qual descobrimos como a verdade é coordenada e de que maneira deve afetar o coração.

Betel, o lugar terrível 

Jacó oferece um exemplo do funcionamento do coração. Ele não era um homem “profano”, como Esaú. À sua maneira, ele queria andar de maneira correta e cobiçava fervorosamente a bênção prometida; mas em vez de esperar o tempo de Deus, ele tentou obtê-la por si mesmo, com o resultado de que ele teve que deixar sua casa e fugir para Padã-Arã. Em sua jornada, Deus deu a ele um sonho maravilhoso, falando com ele do topo da escada sobre a qual os anjos de Deus estavam subindo e descendo, fornecendo evidência inequívoca de que Deus continuamente ministraria às suas necessidades. De manhã, ao despertar, ele chamou o lugar de “Betel” – a casa de Deus. Ele tomou consciência da presença de Deus, mas isto era mais do que ele podia suportar, e prontamente ele deixou aquele que para ele era um lugar “terrível”, porque era “a porta dos céus”, e assim continuou sua jornada sozinho (Gn 28). Na sua história que se segue, é notável como ele evita Betel. Embora desejoso de obter a bênção como herdeiro da promessa, ele estava despreparado para se encontrar com Deus e ter que tratar com Ele de uma forma próxima e pessoal. Mas a graça de Deus o perseguia. Vinte anos depois que ele teve esta visão, quando ainda estava em Padã-Arã, Deus apareceu para ele, dizendo, “Eu sou o Deus de Betellevanta-te agora, sai-te desta Terra” (Gn 31:13).

Os deuses estranhos 

Quem teria pensado que “deuses estranhos” seriam encontrados na casa de Jacó? Mas assim aconteceu. Nós também precisamos aprender que nosso coração não é confiável. A menos que estejamos andando com Deus, nosso coração e consciência sendo trazidos para a luz e julgados ali, podemos nos encontrar continuando com todos os tipos de coisas más, enquanto ao mesmo tempo pode haver uma grande dose de serenidade exterior, uma demonstração de piedade e uma busca de bênção.

Não devemos confiar em nós mesmos. Nossa única segurança é ter tudo testado pela luz da Palavra de Deus, e andar perto do Senhor, em humildade e dependência d’Ele, para que possamos aprender Sua mente e conhecer mais da comunhão com Ele mesmo, e, assim, sendo guardados por Ele, escapar dos perigos e das influências sedutoras da cena que nos rodeia. Que o Senhor nos faça levar a sério as lições que vemos exemplificadas em Jacó.

W. J. Lowe

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