Origem: Revista O Cristão – Os Concertos de Deus com o Homem

Estamos Sob o Novo Concerto? Ou Algum Concerto?

Em Gálatas 3:15-29, temos o relacionamento entre a lei e a promessa, mostrando como elas se mantêm entre si. A promessa incondicional foi feita por Deus a Abraão 430 anos antes da lei, e a lei, que veio com suas condições, não pôde deixar de lado as promessas incondicionais. Além disso, na lei havia duas partes e um mediador; na promessa, havia apenas uma parte – o próprio Deus, agindo de Si mesmo, e não exigindo termos condicionais. Uma era um contrato; a outra era graça. Deus ratificou as promessas anteriormente dadas de Gênesis 12-25 por meio de Seu juramento, às quais não havia condições. “Mas digo isto: que tendo sido o testamento (ou concerto) anteriormente confirmado por Deus, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não o invalida” (Gl 3:17). A lei foi acrescentada “por causa das transgressões”, mas não anulou o propósito anterior de Deus, enquanto testava o homem.

Na verdade, existem apenas dois concertos na Escritura – o velho e o novo. Ainda assim, a palavra “concerto” é usada em vários lugares em conexão com o Senhor, quando é apenas a enunciação de certos relacionamentos nos quais Ele Se agradou entrar com o homem ou a criatura, ou de ser abordado por ele, mas sem condições (veja Gênesis 9:8-17).

Em Hebreus 8-9, Ele mostra a retirada do velho concerto e a introdução de um segundo, ainda a ser feito com Judá e Israel. Enquanto isso, um mediador é introduzido antes da época em que Israel e Judá estarão novamente na terra. Esse mediador derramou o sangue necessário para o seu estabelecimento, mas ainda não estabeleceu o concerto – a parte em questão ainda não estava sob esse tratamento de Deus, isto é, Israel e Judá. Se Jeremias 31:31-40 for lido, onde o novo concerto é enunciado, será visto que nenhum mediador é nomeado. Cristo, tendo sido rejeitado quando veio para cumprir as promessas feitas aos pais, derrama Seu sangue e sobe, e todos os tratamentos diretos com Israel são suspensos, embora tudo o que era necessário para seu estabelecimento final tenha sido cumprido. Em Mateus 26:28, Ele diz: “porque isto é o Meu sangue, o sangue do novo testamento (ou concerto); Não diz, “este é o novo concerto”, mas este é “o sangue” do novo concerto. O próprio concerto ainda não foi estabelecido.

Portanto, em Hebreus, enquanto o escritor mostra o fim do velho e a introdução do novo, ele nunca mostra sua aplicação como algo presente. Duas bênçãos do novo concerto que recebemos, como Cristãos, são o perdão dos pecados e o ensino direto de Deus. Os Cristãos não estão sob nenhuma forma de concerto, qualquer que seja. Eles têm a ver com o Mediador do concerto enquanto Ele está oculto nos céus, antes que Ele renove Seu relacionamento com Judá e Israel, a quem somente pertence o concerto. Por isso, também em Hebreus 9:15, ele diz: “E, por isso, é Mediador de um novo testamento (ou concerto) para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento (ou concerto), os chamados recebam a promessa da herança eterna”. Ele não diz: O estabelecimento do novo concerto, mas a “herança eterna”, como relacionada com o próprio Mediador, cujo sangue foi derramado.

É impressionante a maneira como o escritor evita a aplicação do novo concerto aos Cristãos, enquanto frequentemente fala dele com referência a Judá e Israel, e ao mesmo tempo apropriando aos Cristãos as duas bênçãos que dele fluem para eles.

Adaptado de Words of Truth, 4:41

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