Origem: Revista O Cristão – Orgulho e Humildade
Nosso Conselheiro, Nosso Padrão e Nosso Orgulho
“Jesus! Tu és suficiente para preencher o coração e a mente”
Que Objeto temos para ocupar a mente e o coração – o Verbo feito carne, a manifestação na perfeita Humanidade de toda graça moral, envolvendo o coração do próprio Deus! Pouco nos apegamos às excelências, às glórias que resplandecem de Jesus, mas é algo doce considerá-Lo em qualquer de Suas formas de graça. Não estamos apenas encantados ao considerar a Ele, mas temos Sua imagem impressa em nosso coração, temos a Ele mesmo como nosso Exemplo para que possamos andar como Ele andou. Pensemos n’Ele em Sua humildade, Sua mansidão, Sua gentileza – doces graças, que nosso coração possui, muitas vezes carentes em nossos caminhos.
Sua humildade
Em perfeita submissão à vontade de Seu Pai e na presença do mal do homem que recusou Seu amor e bondade, ouvimos essas preciosas palavras de Mateus 11:25-30: “Vinde a Mim… e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração”. Seu espírito na palavra profética declara: “Debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as Minhas forças; todavia, o Meu direito está perante o SENHOR, e o Meu galardão, perante o Meu Deus” (Is 49:4). Em tal momento, Ele diz: “Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração”. Ele dá o segredo, que Ele conhecia tão bem, do verdadeiro descanso. Na dependência absoluta, não tendo nada, mas recebendo todas as coisas do Pai, Ele é o Modelo de toda verdadeira humildade e dependência. Sua vida na Terra, no lugar e no relacionamento que Ele havia assumido, era uma constante vivência da plenitude do amor de Seu Pai. Ele sempre foi O dependente. Que padrão de humildade!
Em Marcos 10:44-45 Ele dá o segredo da verdadeira grandeza. “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a Sua vida em resgate de muitos”. Assim, em Jesus, sempre preeminente em graça e glória, nós contemplamos uma vida de perfeita humildade. Esta graça, que pertence ao mais elevado arcanjo diante do trono, bem como a mais humilde das criaturas inteligentes de Deus, é “não apenas uma graça, mas a incorporação na qual todas as outras graças estão contidas”.
Sua mansidão
Somente o que é verdadeiramente humilde pode ser manso. A percepção de total dependência – de não ter nada – deve produzir no que é exercitado, no espírito interior, a graça passiva da mansidão – a recepção de tudo, seja alegria ou tristeza, d’Ele que é Todo-Sábio e Todo-Bom. Assim, em Jesus vemos mansidão na presença da inimizade do homem, em todos os sofrimentos do caminho da obediência, recebendo todas as coisas, provações e tristezas, como vindas do Seu Deus e Pai. Quando Ele foi rejeitado pelos aldeões samaritanos (Lc 9:51-56), os discípulos teriam chamado fogo para descer do céu para consumi-los, mas Ele disse: “Vós não sabeis de que espírito sois”. E foram para outra aldeia. Novamente em Lucas 8, quando Sua obra de misericórdia na cura do endemoninhado tirou o mal do homem e os gadarenos pediram a Ele que Se retirasse deles: “E, entrando Ele no barco, voltou”.
Sua benignidade
O apóstolo exorta os coríntios “pela mansidão e benignidade de Cristo” (2 Co 10:1). Distinta da mansidão, que está mais no espírito interior, a benignidade é mostrada em atos e maneiras exteriores. Jesus ensina o espírito de benignidade na graça perdoadora do senhor ao servo da parábola (Mt 18:27), o senhor diminuindo sua justa cobrança e perdoando gratuitamente o devedor, e Jesus ensina que, como devedores perdoados nós também, em benignidade, devemos perdoar, não exigindo nem o que possa ser devido.
Sua própria benignidade discernimos em Sua resposta a Seu servo e precursor João Batista. Da prisão, João envia mensageiros a Jesus, dizendo: “És Tu Aquele que havia de vir ou esperamos outro?” As circunstâncias difíceis pareciam enfraquecer a fé de João. Em benignidade, Jesus dá a resposta, sem censurar o seu querido servo, mas fala em linguagem que João bem compreende, ao seu coração.
Assim, sempre em benignidade, Jesus suporta a ignorância e a vontade própria de Seus discípulos. Pedro aprendeu a benignidade de Seu Senhor em doce graça restauradora após a ressurreição. O Senhor da glória, o mesmo Jesus, encontrou Saulo de Tarso em sua inimizade e ódio para com o nome de Jesus e para com os Seus humildes discípulos, como Paulo escreveu posteriormente, na graça “abundante”. O que Ele era em graça na Terra, tal Ele é em glória.
Nosso único Objeto
O Espírito de Deus O coloca diante de nós, onde Ele está e como Ele é, como o único Objeto para ocupar nosso coração – “nosso Conselheiro, nosso Padrão e nosso Guia”. Devemos ser transformados pela renovação de nossa mente, diariamente, a cada hora, mesmo aqui, trazendo em nosso coração a esperança de que quando Ele aparecer, seremos como Ele, de acordo com o propósito de Deus, totalmente conforme a imagem de Seu Filho.
To Every Man His Work, 1:168
