Origem: Revista O Cristão – Santidade

A Santidade da Graça


É bom estimar o fato de que “a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo”, e que no Cristianismo temos a natureza de Deus declarada – isto é, o amor. Mas é igualmente importante lembrar que “Deus é luz” e, portanto, a notável declaração em Hebreus 12:29, “Nosso Deus é um fogo consumidor”.

A força total desta verdade que nos sonda nunca deve ser atenuada nem explicada. Nunca deve ser afirmado que Deus fora de Cristo é um fogo consumidor, pois tal Deus não pode ser concebido. Não há Deus fora de Cristo, nenhuma ideia de Deus, além de como é visto em nosso Senhor Jesus Cristo. Ele era Deus “que Se manifestou em carne” – a expressão completa e perfeita de tudo o que Deus é.

Será que a lei, dada como foi em meio aos relâmpagos e terrores do Sinai, era um sistema de maior pureza e santidade essenciais do que o Cristianismo? De modo algum! A graça pode ser profana? Não! Ela pode ser e, infelizmente, frequentemente é transformada em libertinagem e em seu caráter tristemente difamado por seus mestres pretensos, mas a graça é tão intrinsecamente santa e tão separada do pecado quanto é a lei. Ensina as mais altas lições de pureza (veja Tito 2:12), enquanto ela faz, por outro lado, para o pobre pecador o que a lei nunca poderia fazer – ela o salva. O Monte Sião, em sua riqueza de graça, é tão santo quanto o Monte Sinai em sua condenação implacável do transgressor. Os dois “montes” são igualmente santos, assim como os concertos que eles representam e os ministérios que fluem deles.

Mas a graça pode ser abusada e sua paciência mal interpretada. Em consequência o significado mais profundo e valor da declaração que “nosso Deus é um fogo consumidor”.

Deus em graça, apesar de suportar os pecadores e a Igreja infiel, é tão intolerante com o mal quanto o Deus apresentado na lei. Ele é o mesmo Deus em Sua essencial aversão ao pecado como em todas as eras, e por isso a perfeita adequação da exortação “retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente com reverência e piedade”.

Amados, nós precisamos hoje de tal reverência e piedade. A graça por muitos anos tem sido claramente revelada e milhares de almas desfrutam de sua preciosa liberdade, mas podemos ver em todas as mãos uma falta de seriedade, uma leviandade, uma superficialidade com as coisas divinas, que diz muito claramente da falta de reverência e temor piedoso. Que não abramos mão da liberdade da graça, mas lembremo-nos de que o Deus a Quem servimos em graça é um “fogo consumidor”.

Christian Truth, vol. 15: 186-187

J. W. Smith

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