Origem: Revista O Cristão – Doações Cristãs

O Motivo Para Dar

Uma das características maravilhosas desta presente dispensação é que Deus Se revelou a Si mesmo como um Doador. Ele sempre foi um Doador, em certo sentido, como Paulo poderia dizer aos atenienses: “Ele mesmo é Quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas” (At 17:25).

No entanto, no Velho Testamento, Deus estava testando o homem para ver se havia algum bem no homem natural e, finalmente, provou a ele que não havia nenhum. Deus deu a Israel, como Seu povo escolhido, todas as vantagens possíveis no governo, lei, prosperidade e um relacionamento com Ele mesmo, pedindo apenas obediência em troca. Todos nós sabemos o resultado – eles se corromperam até o ponto em que Deus teve que permitir que eles fossem levados para o cativeiro. Finalmente, Ele enviou Seu Filho, a Quem eles rejeitaram e crucificaram.

Mas Deus ficaria frustrado em Seus propósitos de amor? Não, pois como resultado da obra de Cristo na cruz, “onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Rm 5:20). Agora Deus aparece como um Doador, não apenas da salvação por meio do sangue de Cristo, mas também de “todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef 1:3). Estes são nossos para desfrutar agora, enquanto esperamos ansiosamente pelos “séculos vindouros”, quando Ele mostrará “as abundantes riquezas da Sua graça, pela Sua benignidade para conosco em Cristo Jesus” (Ef 2:7).

A exibição do Seu caráter 

Em vista de todo esse amor e graça, Deus nos chama a manifestar Seu caráter neste mundo como doadores e nos apresenta o motivo mais tocante para isso. Em 2 Coríntios 8:9 lemos: “Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós Se fez pobre, para que, pela Sua pobreza, enriquecêsseis.”.

Aquele que nos salvou e nos enriqueceu tornou-Se pobre para que pudesse fazer isso, e foi uma pobreza tal que nenhum de nós pode jamais experimentar. Sabemos que nosso bendito Senhor era um Homem pobre na Terra quando diz respeito às coisas naturais. Ele teve que pedir uma moeda quando quis usá-la para uma ilustração. Ele poderia dizer àquele que pediu para segui-Lo: “o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lc 9:58). Sabemos que Ele recebeu a caridade dos outros às vezes, pois lemos sobre “algumas mulheres que o serviam com suas fazendas (com seus bens – ARA) (Lc 8:2-3). Tudo isso é o mais abençoado e toca nosso coração, quando pensamos em quem Ele era e como Ele Se humilhou.

No entanto, esse tipo de pobreza, por mais tocante que seja, nunca poderia tirar nossos pecados. Sua pobreza nas coisas naturais, embora manifestando o amor de Deus, nunca poderia nos tornar ricos. Mesmo Seus sofrimentos nas mãos do homem – o escárnio, flagelação, açoitamento e a coroa de espinhos – enquanto eles nos mostram o quanto Ele nos amou, nunca poderiam nos tornar ricos. Não, a pobreza necessária para nos enriquecer foi nas três horas de trevas, quando Ele sofreu nas mãos de Deus por nossos pecados. Aqui está uma profundidade de pobreza a qual nenhum de nós poderia ir, mas nosso bendito Salvador foi até lá, a fim de nos tornar ricos. Deus cerrou a visão do homem para aquela cena sagrada, enquanto Ele colocou sobre Seu Filho o julgamento que era nosso. Que amor e graça além do nosso entendimento!

O motivo correto 

É essa doação do Senhor que Paulo usa como base para exortar os coríntios ao dar, e é a base de dar que Deus coloca diante de nossas próprias almas. Às vezes podemos dar “com tristeza ou por necessidade” (2 Co 9:7), mas o único motivo correto para dar que a Escritura nos apresenta é o amor a Cristo – amor que flui de uma percepção de Seu amor e graça em nossa alma. Nosso Senhor foi o negociante de Mateus 13:46, que “encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha e comprou-a”. Quando consideramos o quanto Ele deu para nós, como nossos corações podem deixar de responder em amor e assumir o caráter de doadores também?

Se o amor d’Ele realmente se apoderasse de nossa alma e se tivéssemos uma percepção maior do que Ele fez por nós, certamente nosso coração responderia estando pronto para dar tudo por Ele. Se nos lembrarmos do preço que foi pago por nós, estaríamos mais prontos para aceitar o que a Escritura nos diz: “Ou não sabeis que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1 Co 6:19-20).

W. J. Prost

Compartilhar
Rolar para cima