Origem: Revista O Cristão – Sacerdócio e Advocacia

Arão e Hur

“Então, veio Amaleque e pelejou contra Israel em Refidim. Pelo que disse Moisés a Josué: Escolhe-nos homens, e sai, e peleja contra Amaleque; amanhã, eu estarei no cume do outeiro, e a vara de Deus estará na minha mão. E fez Josué como Moisés lhe dissera, pelejando contra Amaleque; mas Moisés, Arão e Hur subiram ao cume do outeiro. E acontecia que, quando Moisés levantava a sua mão, Israel prevalecia; mas, quando ele abaixava a sua mão, Amaleque prevalecia. Porém as mãos de Moisés eram pesadas; por isso, tomaram uma pedra e a puseram debaixo dele, para assentar-se sobre ela; e Arão e Hur sustentaram as suas mãos, um de um lado, e o outro, do outro; assim ficaram as suas mãos firmes até que o Sol se pôs. E, assim, Josué desfez a Amaleque e a seu povo a fio de espada” (Êx 17:8-13).

Nesta passagem, vemos que Josué, por ordem de Moisés, sai à frente dos homens escolhidos para a batalha. Josué traz diante de nós Cristo levando Seu povo ao conflito na energia do Espírito de Deus. A batalha é do Senhor, pois sem Ele não podemos esperar a vitória. Devemos contar com o Senhor em todas as situações, em vez de confiar na energia e esquemas dos homens. Não pode haver guerra bem-sucedida contra o inimigo à parte da energia do Espírito de Deus. “Maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (1 Jo 4:4).

Vemos Josué levando seus homens abaixo na planície, enquanto Moisés sobe com Arão e Hur até o cume do outeiro. Moisés, desse modo, é um tipo de Cristo no céu em intercessão por Seu povo. Ele conduz Seu povo na energia do Espírito aqui embaixo, mas os mantém por Sua intercessão acima na presença de Deus. À parte de sua intercessão sacerdotal, eles não têm poder contra o inimigo, e a energia do Espírito está em relação a essa intercessão. Paulo pôde dizer: “É Cristo Quem morreu ou, antes, Quem ressuscitou dentre os mortos, o Qual está à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm 8:34).

Arão – o grande sumo sacerdote 

Mas nenhum homem é uma figura perfeita de Cristo, e assim Arão e Hur também são necessários. As mãos de Moisés eram pesadas e ele foi ajudado por Arão e Hur. Arão, embora não tenha sido formalmente designado para o sacerdócio neste momento, é, sem dúvida, uma figura de Cristo como nosso grande Sumo Sacerdote. Por tudo que Cristo passou, Ele é capaz de interceder por nós. Ele experimentou neste mundo tudo o que um homem sem pecado poderia experimentar e, assim, é capaz de “compadecer-Se das nossas fraquezas” (Hb 4:15). Se nos valermos do Seu sacerdócio e estivermos dispostos a nos aproximar do trono da graça (Hb 4:16), certamente receberemos “misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hb 4:16).

Hur – o advogado 

Também vemos que Hur é necessário e seu nome significa “branco” ou “pureza”. Ele é uma figura de Cristo como nosso Advogado, porque lemos em 1 João 2:1: “Se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo”. Se sentíssemos mais nossa debilidade e fraqueza e nos valêssemos do sacerdócio de Cristo com mais frequência, não pecaríamos. No entanto, se pecarmos, descobriremos que temos um Advogado em Cristo – Alguém que nos atende em nossa necessidade. A palavra traduzida como “Advogado” é a mesma que é traduzida como “Consolador” no Evangelho de João, e significa literalmente “aquele que vigia e cuida de todos os nossos assuntos”. Nós não podemos lutar a batalha contra o pecado em nossa consciência, e Deus nunca supõe que o crente deve pecar porque ele é fraco. No entanto, Deus fez provisão graciosa para o caso de pecarmos. O Mesmo que levou nossos pecados na cruz agora vai a Deus, em justiça, para agir por nossa restauração. Toda situação possível é coberta e a vitória é garantida! O Espírito de Deus é nosso Consolador ou Advogado aqui embaixo, pois Ele foi enviado quando o Senhor Jesus foi glorificado no céu. Mas quão maravilhoso é perceber que o Senhor Jesus é também nosso Consolador ou Advogado lá em cima, agindo por nós se pecarmos.

As duas mãos 

Há um belo detalhe a ser notado aqui. Quando a referência é feita primeiramente a Moisés, diz que “quando Moisés levantava a sua mão, Israel prevalecia”. Apenas uma mão é mencionada, embora tenha levado Arão e Hur juntos para levantar as mãos, no plural. Em figura, isso nos traz uma preciosa verdade sobre o sacerdócio e a advocacia do Senhor Jesus. Nem sempre chegamos ao trono da graça para desfrutarmos das funções sacerdotais do Senhor Jesus, pois nem sempre sentimos nossa necessidade. Não sentimos nossa fraqueza e, como resultado, nossa mão pode cair e perder a sempre fiel mão do sacerdócio do Senhor. Então Amaleque, uma figura da energia da carne no crente, pode prevalecer. Mas, por outro lado, a mão que é figura da advocacia ainda esta levantada; ela nunca falha. Não precisamos pedir ao Senhor que nos ajude em Sua capacidade de Advogado, pois Ele faz isso sem o nosso pedido. Nos é dito que nos aproximemos com ousadia ao trono da graça, mas se pecarmos, simplesmente diz que “temos um Advogado para com o Pai”. Assim que pecamos, mesmo que não tenhamos percebido toda a extensão do nosso fracasso diante de Deus, Cristo, como nosso Advogado, começa a agir para nos restaurar. Quão abençoado e reconfortante! Verdadeiramente, “pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus” (Hb 7:25)!

W. J. Prost

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