Origem: Revista O Cristão – Anjos

Proteção Angelical

(2 Rs 6:8-23)

No episódio de Eliseu cercado pelo exército sírio, somos lembrados de como nosso Senhor falou sobre ter à Sua disposição doze legiões de anjos. Assim, o monte estava cheio de cavalos e carros à espera do profeta. A simplicidade da fé de Eliseu é muito notável. Ele não precisava orar por si mesmo, pois já tinha visto os “carros de Israel e seus cavaleiros” na ascensão de Elias (2 Rs 2:12). Ele descansou na certeza de que eles estavam sempre prontos para servir. Agora, no momento de sua necessidade, ele sabia que eles estavam por perto. Embora corresse grande perigo de vida, ele não tinha medo por si mesmo. Seu desejo era que seu servo tivesse a mesma elevação de fé. Ele o queria no mesmo sentimento de segurança divina.

Carros e cavalos de fogo 

Esses carros e cavalos de fogo, que enchiam a montanha e que, no dia da transladação de Elias, eram acompanhados por um redemoinho, eram, sem dúvida, uma hoste de anjos. Essas criaturas celestiais, que se destacam em força, estão na presença de Deus e saem para ministrar em favor daqueles que são herdeiros da salvação. Lemos sobre eles que Deus “faz dos Seus anjos espíritos [ventos – ARC], e de Seus ministros labareda de fogo” (Hb 1:7); também: “Os carros de Deus são vinte milhares, milhares de milhares” de anjos (Sl 68:17). Ao comando divino, eles estão prontos para servir em qualquer exigência que o santo ou a ocasião sob o trono de Deus que se requeira. Eles formaram um carro para transportar Elias ao céu e levar Lázaro ao seio de Abraão. Eles agora formam carros de guerra, quando Eliseu é sitiado pelos bandos hostis da Síria. Eles visitam os eleitos na Terra e, sozinhos ou em conjunto, celebram a alegria do céu com a plateia da Terra. Eles empunharam a espada para ferir uma cidade culpada, ou com a mão forte do amor arrastaram Ló, o homem relutante, para fora da cidade condenada. Eles são como ventos ou como fogo. São mensageiros de misericórdia e executores de juízos, conforme “o Senhor”, que “está entre eles”, pode ordenar. Participaram do monte Sinai quando a lei foi publicada e pairaram sobre os campos de Belém quando Jesus nasceu. E aqui, em sua ordem e força, são como um muro de fogo, um muro de salvação, ao redor do profeta.

Isso é muito abençoado! E ainda é mais abençoado saber que em pouco tempo as glórias ocultas, que agora são conhecidas apenas por aqueles que têm fé como Eliseu, se manifestarão amplamente. Então as ameaças do inimigo, o alarido e o som de armas, que são as coisas aparentes presentes, causando medos e tristezas no coração, terão passado, como a tempestade que já passou, apenas para deixar o Sol brilhante.

Poder e graça 

Mas há mais aqui do que essa calma e certeza da fé. Temos traços do poder e da graça de Jesus no caminho de nosso profeta. “Quando os malvados, meus adversários e meus inimigos, investiram contra mim, para comerem as minhas carnes, tropeçaram e caíram”, assim Davi falou a respeito de Jesus (Sl 27). E, portanto, no jardim, quando o bando de homens e oficiais veio para lançarem mão sobre Ele: “Quando, pois, lhes disse: Sou Eu, recuaram, e caíram por terra” (Jo 18). Assim é aqui com o profeta. As tropas da Síria vieram a Dotã para levá-lo, mas o Senhor os feriu com cegueira, enquanto se preparavam para fazer dele sua presa.

Eliseu demonstra graça, assim como poder. Ele vence o mal com o bem. O rei de Israel lhe disse: “Feri-los-ei, feri-los-ei, meu pai?”, pois ele capturou as tropas sírias na rede de Samaria. Mas o profeta respondeu: “Não os ferirás... Põe-lhes diante pão e água, para que comam e bebam, e se vão para seu senhor”.

Expressão bendita e preciosa da mente de Deus! Que constelações de glórias morais brilham em Seus caminhos! E esses caminhos do Senhor, em poder e graça combinados, são exibidos neste profeta honrado. Quão intimamente ele estava com Deus, se assim posso dizer! Quão plenamente sua amizade com o Senhor o fez conhecer Seus segredos! E quão amplamente sua história ilustra essas palavras: “Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Am 3:7). Ele conhecia montanhas de força e salvação que eram totalmente invisíveis para os outros; ele sabia da abundância nas portas amanhã, embora hoje tudo fosse fome e morte na cidade. Oh, que o poder em nossa alma valorize tanta bondade n’Ele e tanta dignidade e bênção para nós!

J. G. Bellett (adaptado)

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